Fim de ano é época de férias e de colocar a família no carro para encarar a estrada. Mas às vezes aparece a dúvida: como arrumar tanta bagagem no veículo sem ameaçar a segurança de todos nem levar uma multa? Nesse capítulo, os campeões de problemas são o bagageiro no teto e o suporte traseiro de bicicleta. A resolução 349 do Contran trata exatamente sobre como acomodar a carga no teto. O principal cuidado é saber que a largura e o comprimento da carga transportada não podem exceder as dimensões do veículo. Já sua altura, contada a partir do teto do carro, não pode ultrapassar 50 cm. A exceção é feita ao transporte de bicicletas, quando essa medida pode ser superada. Quem infringir essa regra está sujeito a uma multa de 127,69 reais e mais 5 pontos no prontuário.
Quanto ao peso máximo que pode ser colocado sobre o bagageiro, a lei não diz nada, mas é preciso estar atento à informação que geralmente consta no manual do proprietário, para não danificar a estrutura da carroceria. Quando carregado, o veículo também vai precisar de mais pressão em seus pneus – outra vez, cheque no manual.
Teto elevado
Ainda que dentro da altura regulamentada, dirigir com cargas no teto do carro exige atenção. Como o centro de gravidade está mais elevado, o automóvel tende a inclinar mais nas curvas, o que exige imprimir uma velocidade inferior àquela à qual você está habituado. O consumo de combustível também é maior, pois a bagagem no teto aumenta a resistência ao ar. O melhor é cobrir a carga com uma capa ou lona, o que diminui levemente esse efeito, além de ser uma medida de proteção para sua carga e para a segurança dos demais motoristas. Se algum objeto cair do teto na estrada durante a viagem, prepare o bolso, pois isso pode render 7 pontos na carteira (infração gravíssima) e uma multa de 191,54 reais.
Muito cuidado ainda com as ruas e rodovias arborizadas, pois sua carga pode ficar presa ao passar. Nessa hora, o ideal é trafegar pela parte da via em que haja menos galhos baixos. Da mesma forma, quando for entrar em túneis ou garagens subterrâneas com entrada muito baixa, lembre-se de que as bicicletas podem ser atingidas. O melhor a fazer em situações de risco é desmontar a carga ou, se não for possível descarregá-la por completo, colocá-la deitada (no caso de uma bicicleta, por exemplo) e passar devagar.
Balança, mas não cai
Um recado: não seja preguiçoso. Após acomodar a bagagem, confira seu trabalho, ligando o motor e andando por alguns metros. Algo caiu ou saiu do lugar? Reforce os nós ou ponha mais uma corda ou elástico, se necessário. Depois balance novamente a carga com a mão, de maneira bem forte. Existe movimento lateral? Veja as amarrações novamente. Cheque a fixação das cargas quantas vezes for necessário antes de pegar a estrada. É melhor ser prevenido e chegar tarde do que sair correndo e parar no meio da estrada para recolher suas coisas na pista.
No caso dos suportes de bicicleta, há vários tipos, mas um deles é o que exige mais atenção, porque seu uso em geral coloca o motorista numa situação de infração de trânsito. Estamos falando do suporte que é afixado na traseira do carro. Ao prender as bikes lá atrás, em geral o conjunto todo acaba ocultado parte das lanternas e da placa, ultrapassando a largura total da carroceria e dificultando a visibilidade através do vidro traseiro. Tudo isso infringe o Código de Trânsito, sujeito a uma multa de até 127,69 reais e 5 pontos no prontuário. A solução mais simples é apelar para um rack de bicicletas.
Quem é dono de uma picape pode achar que está livre de todos esses problemas. Afinal, é só jogar a tralha na caçamba e seguir viagem sem preocupação, certo? Nem sempre. No caso de uma motocicleta ou um objeto muito longo, muitos motoristas costumam rodar com a tampa traseira aberta. Isso é permitido, porém há um limite máximo que a carga pode exceder: até 60% do entre- eixos do veículo, medido a partir do eixo traseiro. Vamos fazer uma conta para entender como fun- ciona. Se uma picape tem 2,70 metros entre o eixo dianteiro e o traseiro, a carga não pode ultrapassar 1,62 metro contado a partir do eixo traseiro. Os volumes devem estar bem amarrados e sinalizados – durante a noite, isso deve ser feito obrigatoriamente com uma iluminação vermelha e uma fita refletora vermelha e conter informação referente à placa do veículo.
Assim como no caso do suporte traseiro de bike, a carga ou a tampa da caçamba baixada não pode obstruir a lanterna e a placa. Caso necessário, é permitido retirar a tampa, desde que a placa não esteja nela. Se for o caso, é preciso fixar uma segunda placa em lugar visível. Para isso, procure o Detran ou o Ciretran de sua cidade.
TUDO EM CIMA
639_repor_01.jpgBaú: com altura entre 35 e 45 cm, é uma caixa plástica geralmente com abertura lateral, com capacidade média para transportar de 200 a 450 litros. Os preços variam muito, podem ir de 500 a 2700 reais.
639_repor_02.jpgRack móvel: pode ser instalado rapidamente e retirado com facilidade, por meio de ventosas presas na capota. Mais indicado para objetos longos e leves, como pranchas de surfe. De 60 a 200 reais.
639_repor_03.jpgRack para bicicleta: aqueles simples, do tipo que vai apoiado na traseira do carro, ainda são produzidos e são os mais baratos (cerca de 60 a 100 reais). Porém, são pouco recomendados, pois geralmente eles obstruem a luz das lanternas e a visibilidade traseira do motorista. Atualmente, os racks de teto são os mais comuns, pois as bikes são transportadas de pé com as rodas sobre trilhos (foto). Dessa maneira, até duas bicicletas podem ser levadas lado a lado. Custam de 150 a 1000 reais.
639_repor_04.jpgMultibox ou caixa para picapes: é uma ótima opção para guardar com mais segurança objetos na caçamba (desde que não muito grandes), pois tem tampa fechada com chave. De 600 a 800 reais.
Aranhas: são redes de elásticos com oito pontas e uma argola central que as une. Em cada ponta há um gancho. Ideal para o transporte de malas e cargas mais leves em bagageiros e caçambas. Custam de 5 a 15 reais a unidade.