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Falha condena câmbio automático de Fiat Argo e dos Jeep Compass e Renegade

A troca do líquido de arrefecimento do radiador pode ser a confirmação de problemas nos modelos da Stellantis

Por Waldez Carmo Amorim
Atualizado em 6 dez 2021, 15h29 - Publicado em 6 dez 2021, 07h03
RENEGADE
Mudou a especificação do líquido do radiador (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
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O sistema de arrefecimento de modelos Fiat e Jeep, fabricados pela Stellantis, é assunto recorrente na redação de QUATRO RODAS. Em dezembro de 2018, no desmonte do Renegade de Longa Duração, o radiador foi reprovado por causa de um vazamento.

Na seção Autodefesa de abril de 2020, falamos de problemas no trocador de calor do câmbio dos Renegade. O mecânico Gabriel de Paula Dias, de São José do Rio Preto (SP), dono de um Argo HGT AT6 2017, conta que percebeu óleo do câmbio no reservatório do radiador e que na concessionária disseram ser o trocador de calor.

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“Negaram garantia com a justificativa de eu ter passado 1.000 quilômetros na primeira revisão e pediram R$ 39.000 por um câmbio novo”, conta Gabriel, que diz ter um amigo, dono de um Cronos, que teve o mesmo problema.

No WhatsApp, existe um grupo com mais de 200 proprietários de Fiat e Jeep que foi criado para relatos de problemas na refrigeração do câmbio Aisin, automático de seis marchas.

RENEGADE
(Quatro Rodas/Quatro Rodas)
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Entre os membros está o engenheiro André de Maria, proprietário do autocentro Confiar Bosch Car Service, de Belo Horizonte (MG), que tem um Compass diesel 2018 e um Renegade flex 2019 na família. “A partir de 2018, a Jeep passou a recomendar a troca do fluido a cada 24 meses, o que não era mencionado nos manuais dos proprietários dos anos anteriores”, diz André.

Outra mudança ocorreu na especificação e na concentração do líquido do radiador, passando de ASTM D3306, ASTM D4955, NBR 15297 e 9.55523-2 para FCA MS 90032 Mopar Antifreeze Coolant e de 30/70 para 50/50.

“Um detalhe curioso está no rótulo do líquido de arrefecimento atual, onde existe a informação sobre a brasagem, processo de “solda” utilizado no trocador de calor e que gera resíduos que podem causar perfuração por corrosão no componente.

Dessa forma, existe a suspeita se o líquido de arrefecimento, utilizado anteriormente, era de fato o mais adequado para proteger a peça do trocador de calor do que o adotado após 2018”, explica o engenheiro.

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Essa ferrugem faz com que o fluido de arrefecimento se misture ao óleo do câmbio automático, condenando o componente.

A Stellantis informa que os casos mencionados aqui não têm origem comum e que alterações em fluidos, peças e acessórios são processos evolutivos que podem impactar na periodicidade, no uso e na aplicação dos componentes citados, após as suas implementações.

Trocador de calor usado com o motor 2.0 turbodiesel adaptado em uma Fiat Toro 1.8
Trocador de calor usado com o motor 2.0 turbodiesel adaptado em uma Fiat Toro 1.8 (Reprodução/Acervo pessoal)

Na tentativa de sanar ou evitar o problema, proprietários têm partido para soluções não homologadas pela fabricante, mas que usa peças originais da fabricante. E por não ser homologada pela fabricante, não há garantia de que será eficiente a longo prazo.

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“Essa falha no trocador de calor é crônica, atendemos uma média de dois carros por mês e já atendemos mais de 20 proprietários. Substituímos o sistema de refrigeração do motor a gasolina pelo similar ao utilizado no motor a 2.0 diesel. O valor fica a partir de R$ 2.800, com peças, óleo da transmissão e mão de obra inclusos”, explica Honofre Emerick de Oliveira, proprietário da Emerick Câmbio Automático.

Um dos clientes que fez a adaptação foi a empresária Patrícia Rigueira Brandão, de Ipatinga (MG), dona de um Argo AT6 2017. “Além de acontecer com a Toro do meu irmão, quando eu estava viajando, e parei para abastecer, a luz no painel indicou temperatura alta e não abaixou mais. Paguei R$ 12.000 por um câmbio e trocador de calor novos e a instalação do novo sistema de arrefecimento,” conta Patrícia.

O sistema dos carros a diesel usa apenas ar para arrefecer o óleo do câmbio, o que a nosso ver pode limitar o resfriamento do óleo do câmbio. Quem faz essa adaptação pode estar colocando sua conta em risco. O ideal seria que a Stellantis, proprietária de Fiat e Jeep, oferecesse uma solução definitiva para estes casos, que não são poucos.

O povo reclama

“Percebi o aviso na temperatura do motor. No posto me mostraram o óleo do câmbio no reservatório de água.” Sandra Peralta, empresária, Ubatuba (SP), Argo Precision AT6 2017

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“Na concessionária disseram que o problema é conhecido e pediram mais de R$ 50.000 pelo câmbio novo.” Juliana Eustachio, médica, Belo Horizonte (MG), Compass Longitude flex 2017

“Minha esposa percebeu o aumento na temperatura do motor. Era trocador de calor.”Robson Gil Ferro, administrador, Americana (SP), Compass Sport flex 2017

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