Antes restritos às versões mais caras de carros de luxo, faróis e lanternas de leds estão ganhando cada vez mais espaço em carros nacionais. O mais interessante é ver os leds tomando o espaço tanto dos faróis de xenônio quando dos faróis halógenos, os mais convencionais.
Isso está relacionado tanto ao consumo energético, quando à luminosidade dos leds.
“As lâmpadas halógenas têm uma potência que oscila de 55W a 75W, enquanto os leds dos faróis têm entre 20W e 30W. O que acontece é que o led oferece a mesma condição de iluminação com a metade da potência, ou seja, possui o dobro de eficiência energética”, explica José Luiz, gerente de engenharia da qualidade da Osram.
Lâmpadas de xenônio, cada vez mais raras em carros novos, têm entre 35W e 55W de potência, mas dependem de equipamentos auxiliares para a mesma funcionar ou para ser aceito pela legislação brasileira, como é o caso dos lavadores de faróis obrigatórios.
“Esses equipamentos adjacentes, além de obrigatórios, irão consumir também. É importante dizer que em termos de eficiência energética, a xenônio seria considerada intermediária: lâmpadas leds são superiores e lâmpadas halógenas são inferiores em comparação à lâmpada de xenônio”, explica José Luiz.
Lâmpadas de led reduzem o consumo do carro?
De acordo com o engenheiro da Osram, é difícil dizer qual a redução de consumo em um veículo convencional. “O carro foi pensado para isso, a bateria foi pensada para atender a todos os equipamentos. É óbvio o ganho de eficiência ao trocar duas lâmpadas que somadas possuem 120W de potência por duas lâmpadas de LED que somadas teriam 60W de potência. Porém, é difícil justificar ou exemplificar o quanto isso significa”, diz.
Carros mais novos, que seguem o PL7, já tem alternadores cujo funcionamento é gerenciado em função da demanda. A ideia é fazer com que o gerador de energia não fique “pesando” no motor a combustão para reduzir seu consumo. Por isso podem ser chamados de micro-híbridos – que não pode ser confundido com os híbridos-leve, ou MHEV.
Se as lâmpadas consomem menos energia, o alternador precisa funcionar menos ou por menos tempo. Mas é tão difícil de mensurar ossp que desde 2015 ficou garantido uma espécie de crédito-bônus no cálculo de eficiência energética dos carros quando são homologados.
Os créditos funcionam como bônus no índice de eficiência e são contabilizados de acordo com a quantidade de lâmpadas de led no veículo, justamente por saber que existe uma melhora na eficiência mas que não pode ser mensurada com exatidão.
Este índice, obtido em megajoules por quilômetro (MJ/km) vem do programa de etiquetagem veicular do Conpet, que contempla medições de consumo e emissões, e classifica cada modelo vendido no mercado por meio de um índice de eficiência energética.
Carros elétricos têm vantagem
De acordo com José Luiz, quem realmente tem ganhos claros com o uso de lâmpadas de leds são os carros elétricos. “Este tipo de carro tem todo o aparato para receber lâmpadas led e reduz significativamente o consumo das baterias”, explica o engenheiro.
Então, se vir uma lâmpada halógena em algum carro elétrico, saiba que aquela luz amarelada está custando alguns quilômetros na autonomia do veículo.
Como aproveitar as vantagens dos faróis de led?
Bem, apenas comprando um carro que já saia de fábrica com faróis e lanternas de led. A nova lei dos faróis, em vigor desde 1º de janeiro 2021, não permite alterações no sistema de iluminação original do carro, nem mesmo com autorização do Detran e regularização do Inmetro.
Desta forma, um carro que saiu de fábrica com lâmpadas halógenas não pode ter as mesmas trocadas por lâmpadas de leds, ainda que estejam disponíveis no mercado para a venda. No máximo, o que pode ser feito é substituir as lâmpadas originais por outras mais brancas, mas ainda halógenas.
Sem reparo
Uma questão para os faróis de led de fábrica é que sua construção não é feita pensando na reposição dos diodos. Como eles são feitos para terem a mesma vida útil do automóvel, se houver uma falha ou queima, quase sempre é necessária a troca completa do conjunto de faróis ou lanternas.
O calor gerado pelos dissipadores desses dispositivos também gera um desafio extra para as fabricantes. Neste caso é preciso pensar no espaço para colocar os trocadores de calor e evitar que ele fique próximo à componentes sensíveis a temperaturas elevadas.