Lavar muito o carro danifica ou gasta a pintura?
Na hora de limpar o carro, é importante ser criterioso no intervalo entre as lavagens e na escolha dos produtos
Paulo César Miele Jr., São Paulo (SP)
“O ideal é lavar o carro a cada uma ou duas semanas”, afirma a especialista Juliana Buzzo de Abrel, da Basf. Segundo ela, o cuidado, na verdade, é com a escolha dos produtos adequados para essa lavagem.
“Além de usar água limpa, é importante utilizar esponjas não abrasivas e produtos específicos para o carro, de preferência os que possuem um órgão certificador validando, como o ISO 9000”, diz.
“O uso de produtos destinados à limpeza doméstica não é recomendado, pois eles podem ter na sua composição substâncias que podem danificar a estrutura química do verniz e da tinta que protege contra a ação de intempéries e dos raios ultravioleta, prejudicando a pintura do veículo”, explica Juliana, que faz ainda um alerta: “Caso alguma sujeira pontual como excremento de pássaros, piche de asfalto ou resíduo de árvores ou planta manchar a pintura da carroceria, o ideal é lavar imediatamente a área para remover a sujeira.
Esse tipo de resíduo, em combinação com a temperatura e a exposição aos raios solares por um longo período, pode causar danos significativos à pintura do veículo.”
VAI AO LAVA-RÁPIDO?
Chegue cedo – Os lavadores tendem a estar com mais disposição, descansados e sem pressa para lavar o carro seguinte.
Uma cerinha vai bem – A lavagem com cera garante um brilho extra à pintura e contribui para que a sujeira não grude com tanta facilidade, protegendo a tinta do carro. A diferença da limpeza simples para a com cera costuma ser de no máximo R$ 10. Vale gastar um pouco mais.
Esteja por perto – Nem sempre é possível, mas estar por perto na hora da lavagem contribui para os lavadores não darem aquela matada. Não se esqueça também de dar uma geral no carro para ver se o serviço foi feito direito.
Lavagem a seco – Tem como diferencial a economia de água e os produtos utilizados. Para uma lavagem completa e sem agredir a pintura do veículo, é importante que o lava-rápido utilize panos especiais, como flanelas de microfibra e esponjas macias, que deslizem pela lataria do veículo. Além disso, é essencial que a empresa trabalhe com no mínimo duas unidades, uma para limpar as rodas e a outra, a lataria. Se tudo foi feito com a mesma esponja ou pano, há a possibilidade de a carroceria ser riscada. Vantagens: é ecologicamente correto, os produtos ajudam na proteção da pintura e a lataria fica com brilho mais intenso. Desvantagens: falta de mão de obra qualificada (pode riscar ou manchar o veículo) e produtos falsos no mercado.
Automático não! – Felizmente, os rolos de lavagem automática estão cada vez mais difíceis de ser encontrados. Mas, se vir um por aí, fuja deles: as escovas mais arranham do que limpam o veículo.
Os riscos do querosene – Produto derivado do petróleo, sua aplicação sobre a pintura e guarnições em geral não
é adequada, pois pode ocasionar reações químicas que irão deteriorar tanto pintura quanto borrachas do carro.
Motor – Segundo Gerson Burin, técnico do Cesvi, a recomendação é evitar a lavagem do motor, principalmente se realizada por pessoas que não têm conhecimento dos componentes eletrônicos que poderão ser afetados. Se puder, inicie a limpeza com um pano seco, para retirar o excesso de poeira, e depois utilize só um pano úmido.
Ordem certa – A lavagem deve começar pelas partes altas, pois são as que menos acumulam sujeira e poeira. Depois, vêm as laterais e por último as regiões baixas. Esse processo evita que o pano fique saturado de sujeiras que podem riscar a lataria.