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O custo oculto dos SUVs

Ao trocar o sedã pelo utilitário, prepare-se: ele vai pesar mais no seu bolso tanto na compra quanto na manutenção

Por Gustavo Henrique Ruffo
Atualizado em 22 abr 2021, 23h03 - Publicado em 3 fev 2015, 15h12
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    O SUV definitivamente é o carro da moda. No início, o público começou trocando as peruas e minivans pelo modelo, mas agora cada vez mais gente pensa em abrir mão de um sedã ou hatch para embarcar no mundo dos utilitários esportivos. E a tendência só deve crescer em 2015, com a chegada no primeiro semestre de novidades como Jeep Renegade, Honda HR-V e Peugeot 2008. Mas você sabia que os SUVs são veículos mais caros tanto na compra quanto na manutenção? Para orientar quem pensa em mudar de lado, comparamos quatro dos principais SUVs do mercado com seus equivalentes da mesma marca. Para deixar a comparação mais rigorosa, escolhemos só as duplas que dividem plataforma, motor e câmbio iguais. A conclusão nas quatro análises foi a mesma: ter um SUV pesa muito mais no bolso.

    Tudo começa na compra. O mínimo necessário para ter um SUV é de 11,3% a mais do que se investiria em um automóvel comum, que é o caso dos Hyundai Elantra e ix35. Mas a diferença pode chegar a 48,5%, como nos Renault Sandero e Duster, ambos Expression 1.6. São quase R$ 20 000 a mais, o que daria para comprar um usado ou dar uma boa entrada em um novo. Como pouca gente se arrisca a sair de concessionária sem seguro, esse é o segundo ataque dos SUVs ao bolso de quem os compra. Emquase todos os casos, o do utilitário é mais caro do que o do hatch ou sedã, em uma média de R$ 1 132, segundo cálculo da corretora Segurar.com.

    A manutenção é outro item que pesou bastante. Comparamos dois pacotes de peças, que foram cotadas pela Audatex Serviços: as de desgaste e as que precisam ser trocadas em acidentes pequenos. Entre as primeiras, como motor e transmissão nas duplas de cada marca são rigorosamente iguais, optamos por aquelas que, por peso e curso de suspensão, não deveriam ser iguais, ou seja, pastilhas de freio (par dianteiro) e amortecedores (os quatro). Curiosamente, aqui não encontramos um padrão: enquanto o custo dos SUVs foi menor no Ford EcoSport e no Hyundai ix35 (abaixo de 9%), nos Renault e Honda ele é maior, chegando a cobrar quase o dobro. Entre os itens afetados por acidentes, os utilitários esportivos voltam a ficar na frente nas quatro comparações: os valores vão de 12,6% a 89,4% mais que no sedã ou hatch equivalente.

    Os pneus merecem um espaço à parte, pois nos SUVs eles são maiores (e, portanto, mais caros), além de alguns terem desgate mais acentuado que a média por serem de uso misto, apesar de rodarem mais no asfalto. Ou seja, são mais caros na troca e ainda duram menos. Em média, o valor cobrado a mais pelo jogo de quatro pneus é de R$ 830. Mas o dono de um ix35 vai gastar R$ 1 555 a mais para trocá-los, quando comparado a um Elantra.

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    Por fim, calculamos o quanto cada automóvel gastaria de combustível em um ano de uso – rodando

    15 000 km, uma média do motorista brasileiro. Usando nossos números de teste de consumo, numa composição de 70% urbano e 30% rodoviário, todos os SUVs beberam mais que seus pares. A menor disparidade foi entre os Ford, com etanol: apenas R$ 57 mais para o Eco. A maior, entre os Renault: R$ 858 a mais para rodar com um Duster. Com todos esses números em mãos, agora fica mais fácil para cada consumidor responder a pergunta: “Vale a pena pagar mais para ter um SUV?”

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