Quais as vantagens das velas de irídio?
Elas possuem vida útil bem maior, e podem proporcionar uma queima de combustível mais eficiente
As velas são responsáveis pela ignição do combustível dentro do motor. Explicando melhor, elas conduzem a alta voltagem produzida pela bobina (que pode ser exclusiva para cada vela) para o interior da câmara de combustão, geram a faísca e provocam a explosão da mistura ar-combustível.
O funcionamento é igual para qualquer vela de ignição, mas nem todas são iguais. As velas comuns possuem eletrodo central feito cobre (Cu), mas ainda há as com eletrodo de platina (Pt) e as de irídio (Ir), esta última mais conhecida pela tradução em inglês iridium. Cada um desses materiais dá características distintas às velas.
As de cobre se destacam por funcionar bem em condições adversas, como em motores turbo ou com altas taxas de compressão, mas têm vida mais curta, de aproximadamente 40.000 km.
Existem também as variações com quatro eletrodos, mais eficientes por ter oito possíveis pontos de centelhamento. Estas permitem partidas mais rápidas e melhor desempenho do motor, com mais economia de combustível. A vida útil varia entre 60.000 e 80.000 quilômetros, mas o preço é 15% maior do que as convencionais.
As de irídio e platina conduzem melhor a energia, produzindo faíscas mais intensas e regulares, além de apresentarem maior durabilidade, chegando a 100.000 km. São ideais para compartimentos de motor congestionados de componentes e para casos de misturas de combustível muito pobres – como as que encontramos no Brasil. Elas facilitam a partida do motor, o funcionamento em marcha lenta e melhoram a queima do combustível – e, consequentemente, as emissões e o consumo.
As velas de irídio, porém, levam vantagem sobre as de platina. O irídio tem ponto de fusão altíssimo (2454 °C), resistência mecânica elevada e resistência elétrica ainda mais baixa, o que o torna excelente para eletrodos de velas de ignição por formar faísca com menor tensão. A grande vantagem está em manter suas características ao longo de toda a vida útil.
Mas claro que essas qualidades não saem de graça: velas de platina e irídio custam pouco mais que o dobro de uma vela comum – enquanto as comuns custam entre R$ 60 e R$ 100 o jogo com quatro unidades, as de irídio podem ultrapassar os R$ 300.
Hoje, velas de irídio equipam até mesmo compactos como o Hyundai HB20, Fiat Uno, Toyota Etios e Honda Fit. Nos segmentos superiores, elas já são mais comuns.
Agora, a pergunta que quase todos aqui devem ter feito: se o seu carro possui velas convencionais, vale a pena trocá-las por unidades de irídio? Sim, mas lembre-se que na maioria dos casos apenas a extensão da vida útil dos componentes será significativa.
A menos que as velas originais estejam em estado realmente lamentável, prejudicando o funcionamento do motor, a simples troca por unidades de irídio pode ocasionar melhoras na partida, no consumo e nas respostas do motor em baixas rotações de forma bem discreta, quase imperceptível.
Caso você decida trocar as velas, é recomendável também trocar os cabos de vela, pois eles ressecam com o tempo – e isso pode acontecer durante a meia-vida das velas, permitindo fuga de corrente, o que acarreta no desgaste prematuro do conjunto.
Outro fator que deve ser levado em conta é a existência de velas de irídio (ou platina) compatíveis com o motor do seu carro e o combustível que ele queima (gasolina, etanol, flex ou GNV) – algo que pode ser checado em catálogos de auto-peças ou nos sites dos fabricantes de velas.