Regras de eficiência energéticas cada vez mais rígidas são o grande desafio das fabricantes. Mas em vez de os engenheiros passarem noites em claro buscando novas soluções, o que estão fazendo é utilizar sistemas e estratégias já vistos em modelos mais caros. Nessa hora, vale qualquer percentual de melhora no consumo e nas emissões.
Grade ativa do radiador
Na recém-lançada Chevrolet Spin 2017, assim como no Ford Fusion e BMW Série 7, a tomada de ar do radiador pode ser aberta ou fechada em função da temperatura, velocidade e uso do ar-condicionado. Não é só questão de aerodinâmica: também faz o motor trabalhar na temperatura ideal. Consumo e emissões cairiam até 2%, segundo a GM.
Alternador que recupera energia
Os novos Uno e Duster 2017 ganharam sistema de regeneração de energia. Não confunda com freios regenerativos, pois ele ativa o alternador (de rendimento maior) quando se tira o pé do acelerador, passando a armazenar a energia na bateria. A recarga ocorre sem gasto de combustível e sem penalizar o desempenho. Estima-se no Fiat um consumo 1,2% menor.
Start-stop
Foi o Uno o primeiro nacional com sistema start-stop, em 2014 na versão Evolution, quando o equipamento só era comum nos sedãs de luxo. O recurso desliga o motor de forma instantânea quando o veículo para e volta a ligá-lo quando o freio (nos automáticos) ou a embreagem (nos carros manuais) são aliviados. Agora o item é de série em todas as versões do Uno equipadas com o novo motor 1.3 Firefly. De acordo com a Fiat, ele reduz o gasto de combustível em 2%.
Chevrolet mais baixos
Em geral, carros adaptados para o Brasil costumam ficar mais altos para lidar melhor com buracos e valetas. Mas hoje é preciso compensar isso: um vão muito alto em relação ao solo aumenta o arrasto aerodinâmico, piorando o consumo. Os Chevrolet Onix, Spin e Cobalt 2017 tiveram sua suspensão rebaixada em 1 cm justamente por isso.
Defletores de ar
Cada vez mais importantes, eles estão posicionados na base do para-choque frontal ou fechando espaços vazios sob o carro, o que melhora a passagem do ar por debaixo do automóvel. É por isso que o Jeep Renegade 1.8 flex tem para-choque frontal mais baixo, diferentemente da versão diesel.
Direção elétrica
Outra tendência muito forte na indústria é a troca da direção hidráulica pela elétrica.
Dos subcompactos às picapes médias, a justificativa é a mesma: além de ser mais simples e leve, o conjunto elétrico não rouba potência do motor diretamente, mas apenas na geração de energia que a movimenta. Sozinha, essa tecnologia pode melhorar o consumo entre 1% e 2%, dependendo do porte do carro.