Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Óleo inadequado pode transformar seu carro em uma bomba: saiba como prevenir

Usar exatamente o óleo previsto no manual do carro nunca foi tão importante: o preciosismo vai, sim, preservar a vida útil do motor

Por Fernando Miragaya
Atualizado em 7 set 2024, 08h31 - Publicado em 6 set 2024, 11h00
Ilustração Lubrificação
Óleo deve ser trocado regularmente, obedecendo às especificações do fabricante do veículo (Divulgação/Quatro Rodas)
Continua após publicidade

Turbo, variação nos comandos, injeção direta. Blocos compactos, peças menores e mais leves. Esses são só alguns movimentos das fabricantes de veículos na busca por motores mais eficientes. Todo um trabalho de engenharia que pode ir pelo cárter abaixo com um simples óleo não adequado para aquele propulsor.

A questão é até natural. Os motores evoluem para gerar menos atrito entre as partes metálicas e, consequentemente, os óleos se aperfeiçoam juntos. Além do que, todo powertrain e carro desenvolvidos demandam uma lubrificação específica, trabalho feito em parceria pelas montadoras e produtoras de lubrificantes. Daí o risco de se usar um óleo qualquer.

Ao mesmo tempo, a tendência por motores compactos trouxe componentes internos igualmente menores. O que implica diretamente na questão principal atualmente da lubrificação: a viscosidade. O peso do óleo é primordial para fazer com que ele percorra e preencha corretamente as partes do conjunto mecânico.

óleos
(Christian Castanho/Quatro Rodas)

“Se formos pensar, o objetivo do lubrificante é separar as peças em movimento. Quanto mais distantes essas peças estiverem, melhor”, observa Fernanda Ribeiro, gerente de produto da Iconic, empresa responsável pelas marcas Ipiranga e Texaco.

“Só que nos motores menores você tem necessidade de menos viscosidade, seja para passar pelas canaletas, seja para circular dentro de um motor compacto”, completa.

Milk-shake de caroço 

A executiva, inclusive, recorre a uma analogia interessante para ilustrar como essa questão funciona. Colocar um óleo mais grosso e pesado do que o pedido vai gerar um estresse a mais no motor. “Costumo comparar isso como querer beber milk-shake com canudo de refrigerante.”

Compartilhe essa matéria via:

O problema é que a bebida pode se tornar um milk-shake de caroço e um grande drama quando o motor recebe produto cuja viscosidade não tem seus índices respeitados. Especialmente no caso desses conjuntos mecânicos mais modernos. 

Vareta de óleo da Fiat Strada de Longa Duração
(Leonardo Barbosa/Quatro Rodas)

“Tais motores trabalham com folgas menores. Então, se o dono não obedece o índice de viscosidade, pode ter problemas”, explica Fernando Mendes, CEO da Widmen, rede de lojas de serviço e reparação automotiva do Rio de Janeiro.

Os problemas não são poucos. A viscosidade maior fará as peças fazerem mais esforço – o que ainda sobrecarrega periféricos, como a bomba de óleo –, enquanto a menor que a especificada aumentará o atrito entre as partes metálicas.

Continua após a publicidade

Sem falar que o lubrificante foi projetado para suportar as temperaturas de operação daquele propulsor. Sem essas propriedades corretas, o desgaste dos componentes inevitavelmente será acelerado.

Correias e velas danificadas 

Contudo, os efeitos do lubrificante errado vão além. Um deles é o desgaste precoce da correia de comando banhada a óleo, que ocorre principalmente devido à incompatibilidade química entre o produto utilizado fora das especificações e o material de composição da peça.

Correia dentada banhada a óleo
Lubrificantes e componentes devem seguir especificações (Divulgação/Quatro Rodas)

Nos motores turbinados, a conta também vai ficar mais cara. Segundo Sandro Cattozi, especialista em lubrificantes automotivos da Raízen, que representa a Shell, um problema que afeta os motores turbo de injeção direta são as quebras de velas de ignição, bielas e pistões.

Continua após a publicidade

“Essas quebras são causadas pelo fenômeno da pré-ignição do motor em baixa rotação, que consiste na ocorrência de uma combustão involuntária fora do tempo do motor, que força o pistão contra seu movimento natural”, diz o executivo.

Intervalos de trocas 

Os prazos de trocas também precisam ser respeitados conforme a recomendação da fabricante. Em geral, dentro da garantia do veículo, os intervalos são a cada 10.000 km. Engenheiros e especialistas, contudo, recomendam que, passada a cobertura de fábrica, a substituição seja a cada 5.000 km.

Fernando, da Widmen, defende, inclusive, que os motores atuais deveriam ter seus intervalos de revisão e de troca de óleo revistos: não mais por quilometragem, mas por tempo e por hora de motor. Principalmente nas grandes cidades, com trânsito pesado, onde o motor trabalha em situações desfavoráveis – um dos casos de uso considerado severo.

Troca de óleo
O importante é seguir o manual do proprietário (Acervo/Quatro Rodas)

“Hoje você leva 45 minutos para percorrer um trecho que você levava 15 minutos tempos atrás em uma cidade como o Rio. Os grandes centros urbanos implicam tempos de deslocamento diferentes. Se a manutenção fosse mais atenta às horas de motor como é na aviação, ajudaria muito a poupar os motores”, acredita.

Até porque óleo velho também vai causar problema no motor. O mais comum, formação de borra (partes do óleo se transformam em uma espécie de graxa), compromete ainda mais a lubrificação e acentua o desgaste do conjunto mecânico. O motor pode travar. Sem falar no aumento do consumo de combustível, também ocasionado pela viscosidade incorreta.

Compartilhe essa matéria via:

“Como referência, utilizando os métodos-padrão para medir o consumo de combustível, um motor que tenha a indicação do uso de um óleo com viscosidade 0W e o motorista opte por utilizar um óleo com viscosidade 10W pode causar um aumento no consumo de combustível de cerca de 3 a 4%”, alerta Sandro.

Continua após a publicidade

O consumo é um dos poucos efeitos perceptíveis do uso errado das especificações do óleo. Em geral, os danos são invisíveis aos olhos do motorista no dia a dia. Curiosamente, em motores mais tecnológicos, as consequências podem surgir de forma mais rápida.

“Hoje esse intervalo entre se colocar um óleo errado e ter um problema está cada vez mais curto, até por conta da dinâmica das novas tecnologias, como injeção direta e correia banhada a óleo. Antigamente, se tinha problema após quatro trocas erradas”, ressalta Fernanda Ribeiro, da Iconic.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.