Quem correu aos postos de combustível nos últimos dias conseguiu garantir um último tanque de gasolina ou diesel a preço mais baixo. Esse tanque não vai durar para sempre, mas há como adiar ao máximo o próximo abastecimento e aumentar os intervalos entre as próximas paradas nos postos.
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Pequenas intervenções, mudanças na forma de dirigir e conhecer melhor o seu carro pode tornar um pouco menos doloroso esse momento de alta nos preços dos combustíveis que pode levar o preço médio da gasolina no país aos R$ 8. O Tio Patinhas ficará orgulhoso de você.
Troque óleo e filtros o quanto antes
Se está chegando a hora de trocar o óleo do motor do seu carro, é melhor antecipar a troca. Os lubrificantes são derivados do petróleo e a alta do preço do barril do petróleo vai encarecer o produto na reposição dos estoques atuais.
Aumentar ainda mais, na verdade: o preço do litro do óleo praticamente dobrou desde o início da pandemia. Há lubrificantes de viscosidade menor, mais modernos, custando quase R$ 80 hoje. Temos algumas dicas para guiar sua compra em meio a tipos, viscosidade e marcas.
O óleo dentro das especificações corretas e trocado no prazo preserva o motor e garante o menor atrito entre os componentes internos do motor. Se a lubrificação não é eficiente, o consumo aumenta junto com o desgaste interno do motor.
Aproveite e troque os filtros do motor. O filtro de óleo deve ser substituído a cada troca de óleo e os filtros de ar do motor e de combustível novos garantem um perfeito funcionamento da admissão e da injeção do motor. Se quiser ir mais além, peça ao mecânico para verificar as velas de ignição. A troca substituição delas é mais custosa, mas também trará benefícios ao consumo.
Garanta que os pneus estão cheios
É uma dica banal, é verdade, mas tem muita gente que insiste em não calibrar os pneus e deixa para a concessionária fazer isso nas revisões (quando o fazem). E depois reclamam do consumo do carro. O pneu murcho faz o motor trabalhar forçado e faz com que o consumo aumente em até 25%.
Mais que isso. Todo carro tem especificado a pressão dos pneus para o carro vazio e carregado, com pressão maior especialmente nas rodas traseiras. Mas alguns carros ainda têm especificada pressão própria para melhorar o consumo. Você pode encontrar isso no manual do veículo.
Por que essa pressão não era padrão? Pois prejudica, de certa forma, o conforto do carro. Mas o benefício já se sobrepôs ao conforto em alguns carros, como os Chevrolet: 35 psi é o mínimo de seus carros hoje, por regra da empresa para alcançar os melhores números de consumo.
Mantenha o alinhamento em dia
Assim como pneus murchos, as rodas desalinhadas também aumentam a resistência do carro quando em movimento. Não é um serviço caro, inclusive.
Reduza o peso do veículo
Seguindo a lei da física “força = massa x aceleração”, quanto maior o peso, maior a força e, portanto, maior o gasto de combustível. Por isso, mantenha o veículo limpo do barro para evitar acúmulo de peso e evite transportar peso desnecessário. De acordo com o Escritório de Eficiência Energética e Energias Renováveis dos Estados Unidos (EERE), um peso extra de cerca de 40 quilos pode reduzir o consumo em até 2%.
Cuidado com a aerodinâmica
Bagageiros removíveis e suportes de bicicletas são pesos extras que podem ser evitados, e que também pioram a aerodinâmica do carro. Ou seja, impactam na eficiência do carro duas vezes.
A facilidade do carro em romper o ar é tão importante que carros mais novos têm spoilers sob os para-choques frontais cada vez maiores. Além disso, mesmo em carros mais baratos a preocupação com a aerodinâmica do assoalho do carro também vem ganhando a atenção dos fabricantes.
Passar calor?
É verão, está calor e o ar-condicionado é um alento. Mas seu uso rouba energia do motor e, consequentemente, aumenta o gasto com combustível. Para medir esse efeito fizemos um teste em um Palio: o consumo com o climatizador ligado a 100 km/h foi 5,3% pior. Vidros abertos, na mesma velocidade, representaram uma piora de consumo de apenas 0,7%.
Para quem quer poupar ao máximo, é melhor rodar com os vidros fechados e apenas com a ventilação forçada ligada. Difícil é encontrar quem esteja disposto a isso. Então espere pelo menos que o motor já esteja aquecido quando ligar o ar-condicionado.
Mude sua forma de dirigir
Você pode seguir todos os passos anteriores e seu carro continuar gastão. Porque a culpa do consumo também pode ser a forma como você dirige. Temos uma reportagem mostrando o jeito ideal para dirigir e reduzir o consumo em até 40%, mas há um roteiro básico para isso:
Arrancadas – Quando o semáforo abrir, ganhe velocidade lentamente, sem acelerações bruscas. Quando ele fechar, vá reduzindo as marchas e a velocidade para ficar parado o menor tempo possível. A receita para um consumo baixo é estar sempre em movimento, ainda que devagar. Acelerar e frear bruscamente são atitudes que só aumentam o consumo.
Descidas – Se você estiver descendo uma ladeira, aproveite a gravidade. Deixe o carro engrenado e tire o pé do freio. A injeção eletrônica sabe quando há pouca exigência no acelerador e corta o envio de combustível ao motor – o movimento das rodas é suficiente para fazer o motor girar.
Subidas – Se uma subida se aproximar, ganhe velocidade lentamente na parte plana, para que seja preciso acelerar menos para chegar lá em cima. No plano, sinta-se à vontade para pular da primeira para a terceira marcha, mantendo o motor sempre dentro da faixa ideal de rotação.
Rotação ideal – Falando nela, descubra qual é a faixa de torque máximo do motor e, guiando-se pelo conta-giros, mantenha-se lá, especialmente nas ladeiras. Com o tempo, você aprenderá que não é preciso acelerar até o limite de giros para fazer uma boa troca de marcha.
Conheça seu carro e use ele a seu favor
Carros fabricados nos últimos 10 anos já têm soluções técnicas de redução que propiciam redução de consumo, por estímulo do Inovar-Auto. Pneus de baixa resistência ao rolamento, aços mais nobres (mais fortes, dispensando peso extra), estepes de uso temporário (mais leves).
Também há alternadores pilotados, que só entram em ação quando necessário e quando o carro está em desaceleração, estão entre as soluções que tornam os carros mais econômicos. Alguns carros ainda desligam o compressor do ar-condicionado em acelerações mais fortes para facilitar a vida do motor.
Mas outras dependem diretamente do motorista. Não adianta o carro ter alerta de pneus vazios se o motorista ignora o alerta ou não dá reset no sistema após calibrar os pneus na pressão correta.
Também não adianta o computador de bordo indicar o tempo ideal para troca de marcha se o motorista não o segue. Verifique se o seu carro não tem um indicador de economia: pode ser uma luz indicadora de eficiência ou um gráfico no computador de bordo, ou indicador de economia de combustível na central multimídia.
Outra ótima inciativa é usar os modos de economia (Eco, Econ) de alguns carros. Quando ativados, retardam a reação do motor ao acelerador e antecipam as trocas de marcha de câmbios automáticos, melhorando o consumo.
Você pode nunca ter se importado com isso, mas hoje essas ferramentas podem ser aliadas para a redução dos gastos nos postos.