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Clássicos: Alfa Romeo SZ, o mais excêntrico esportivo dos anos 90

Raro e vigoroso, este Alfa Romeo ainda provoca inúmeras sensações no público, mesmo depois de três décadas

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 jul 2024, 17h00
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  • Pic By Fernando Pires / www.flpires.com.br
    O teto pintado de grafite era inédito nos anos 80 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Privatizada em 1986, a Alfa Romeo recebeu grandes investimentos para se reestruturar. Sob o comando do engenheiro Vittorio Ghidella, o Grupo Fiat determinou o desenvolvimento de novos modelos para resgatar o prestígio da marca: entre eles o curioso cupê ES-30, mais conhecido pela sigla SZ (Sprint Zagato).

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    O estilo brutal e futurista: Três pares de faróis ladeavam o tradicional cuore estendido sobre o capô (Fernando Pires/Divulgação)

    Baseado no Alfa Romeo 75, o Experimental Sportscar 3.0 foi idealizado por Robert Opron no Centro Stilo da Fiat (sob o comando de Walter de Silva), com colaboração da encarroçadora Zagato e do designer Antonio Castellana.

    O estilo brutal e futurista explorava o uso de painéis de material sintético termoplástico e causou furor no Salão de Genebra de 1989, rendendo o apelido “Il Mostro”.

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    Rodas feitas em duas peças, um hit da época (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Três pares de faróis ladeavam o tradicional cuore estendido sobre o capô, com a dianteira em cunha e linha de cintura ascendente.

    As colunas dianteiras curvadas serviam de base ao teto de alumínio, com queda suave em direção ao compartimento do estepe. A traseira era realçada pela presença do enorme aerofólio.

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    A assinatura do estudio Zagato está presente na carroceria (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Tamanha agressividade causou sérias restrições ao espaço interno e à ergonomia: os dois assentos eram fixos, restando ao motorista o ajuste de altura da coluna de direção. O espaço atrás dos bancos fazia as vezes de porta-malas, com duas cintas longitudinais para amarração da bagagem.

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    Pic By Fernando Pires / www.flpires.com.br
    Painéis da carroceria de resina termoplástica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ninguém ficou indiferente ao SZ, que repetiu o impacto causado pelo Alfa Romeo Giulietta Sprint Zagato nas décadas de 50 e 60.

    A distribuição de massas entre os eixos era favorecida pelo motor central dianteiro e pelo câmbio traseiro do tipo transeixo, com diferencial de deslizamento limitado, suspensão traseira DeDion e freios a disco deslocados para a parte interna dos semieixos.

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    Para coração do SZ foi escolhido um dos motores mais festejados pela Alfa Romeo, um V6 criado por Giuseppe Busso (Fernando Pires/Divulgação)
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    Sob o capô estava o sonoro V6 criado por Giuseppe Busso, ainda hoje um dos propulsores mais idolatrados da marca. Ele gerava 210 cv para empurrar os 1.260 kg do carro.

    A relação peso/potência era de 6 kg/cv, boa o bastante para acelerar de 0 a 96 km/h em 7,3 segundos.

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    Botões nas extremidades ajustam a altura da suspensão. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A aerodinâmica favorecia a velocidade máxima de 226,8 km/h. Elaboradas pelo piloto e engenheiro Giorgio Pianta, as suspensões usavam buchas de politetrafluoretileno e amortecedores Koni com ajuste de altura por botões no console central.

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    Volante Momo era uma das poucas concessões à ergonomia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Os freios vinham do 75 Turbo Evoluzione. As rodas Speedline recebiam pneus Pirelli P Zero 205/55 R16 na frente, e 225/50 R16 atrás.

    O resultado era um cupê equilibrado, capaz de superar 1,1 G de aceleração lateral. Foi o último Alfa de tração traseira até a apresentação do 8C Competizione em 2007.

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    Espaço para bagagem fica atrás dos bancos (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    A produção ficou a cargo da própria Zagato. Havia apenas uma combinação de cor disponível: vermelho com teto grafite e interior de couro bege. Andrea Zagato foi o único a conseguir um SZ na cor preta com interior vermelho.

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    Área envidraçada garantia a visibilidade que aliados ao acabamento primoroso da Alfa Romeo, faziam com que o SZ fosse mais um Gran Turismo que um esportivo de fato. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Estava longe de ser acessível: custava ligeiramente menos que um Porsche 911 e consideravelmente mais que o BMW M3 E30. Era muito mais um gran turismo que um esportivo legítimo, sensação realçada por comodidades como interior revestido de couro, ar-condicionado e vidros com acionamento elétrico.

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    O estepe fica acomodado em um pequeno compartimento na parte traseira (aonde seria o porta-malas), encostado ao tanque de combustível (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    No total, 1.036 SZ foram feitos entre 1989 e 1991. Logo após o encerramento da produção a Zagato dedicou-se à fabricação do roadster RZ, variante sem teto que teve 284 unidades produzidas até 1994. Foi feito em três cores (vermelho, preto e amarelo), sendo considerado o antecessor do Alfa Romeo 8C Spider, produzido entre 2007 e 2010.

    Ficha técnica – Alfa Romeo SZ 1990

    Motor: 6 cilindros em V de 3 litros; 25 kgfm a 4.500 rpm; 210 cv a 6.200 rpm
    Câmbio:
    manual de 5 velocidades
    Carroceria:
    fechada, 2 portas, 2 lugares
    Dimensões:
    comprimento, 406 cm; largura, 173 cm; altura, 131 cm; entre-eixos, 251 cm; peso, 1.260 kg
    Desempenho:
    0 a 96 km/h em 7,3 segundos; velocidade máxima de 226,8 km/h

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