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Clássicos: Ford Corcel era sedã de entrada com alma de Renault

O Projeto M, que daria origem ao Renault R12, acabou criando o primeiro carro médio da Ford no Brasil

Por Redação
Atualizado em 6 nov 2022, 15h59 - Publicado em 6 dez 2020, 11h09
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  • Ford Corcel 1970
    Corcel Sedã modelo 1970 da Ford, pertence ao médico Sérgio Minervini, testado pela revista Quatro Rodas. (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Ford Corcel 1970
    Corcel Sedã modelo 1970 da Ford, pertence ao médico Sérgio Minervini, testado pela revista Quatro Rodas. (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Publicado originalmente em maio de 2012

    O Brasil sempre foi visto no mundo automotivo como um país promissor, o que fez com que algumas montadoras realizassem investimentos maciços em décadas passadas, justificando até a criação de modelos específicos e exclusivos para o mercado interno. Foi esse caminho que a Ford trilhou quando lançou o Corcel por aqui, em 1968.

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    Idealizado pela Willys Overland do Brasil em parceria com a Renault, o Corcel foi o resultado do Projeto M, que teve seus protótipos duramente castigados para se adequarem às condições de rodagem no país. Estrutura e trem de força eram compartilhados com o Renault R12 francês, mas suas linhas suaves e retilíneas eram exclusivas do mercado brasileiro.

    Com a aquisição da Willys, o novo modelo médio foi apresentado como um legítimo Ford no Salão do Automóvel de 1968, ao lado dos enormes Galaxie.

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    Ford Corcel 1970

    O fato é que o Corcel reunia qualidades para ostentar a marca oval: tração dianteira, freios dianteiros a disco, coluna de direção bipartida e radiador selado eram novidades que o colocavam em paridade com o que havia de melhor e mais moderno no mercado europeu.

    Em visita ao Brasil, o piloto Stirling Moss considerou o Corcel melhor até que o Ford Cortina inglês: suas suspensões conjugavam robustez, bom comportamento dinâmico e maciez.

    Eficiente e funcional, suas quatro portas ofereciam bom acesso e espaço para seis pessoas – mas conforto de verdade era só para cinco, por causa do câmbio no assoalho. A atmosfera de seu interior era austera, com exceção do volante e comandos herdados do Aero-Willys, responsáveis pela sensação de carro maior e mais requintado.

    Ford Corcel 1970
    Painel tinha peças do Aero Willys (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Logo no primeiro teste, em outubro de 1968, a revista distribuiu elogios. “O carro na arrancada responde com presteza, num funcionamento tão eficiente como os da mesma classe encontrados na Europa. (…) São formidáveis os freios do Corcel”, dizia o texto, que finalizava em tom de aprovação geral. “O Corcel era o carro que faltava na faixa dos pequenos para os médios.”

    Pesquisa realizada com 100 proprietários em março de 1969 indicava estabilidade, freios e assentos confortáveis como principais virtudes, com críticas ao acabamento interno e à confiabilidade mecânica. Não que o Corcel fosse um carro frágil, mas as cruzetas de transmissão quebravam com relativa frequência. Tardaram a ser substituídas por juntas homocinéticas, anos mais tarde.

    Sob o capô estava uma evolução do motor Sierra desenvolvido pela Renault nos anos 60: sua arquitetura era tradicional, com bloco em ferro fundido e cinco mancais de apoio para o virabrequim. O comando de válvulas ficava na lateral do bloco, acionado por corrente, com válvulas no cabeçote de alumínio. De boa elasticidade, o motor era econômico, mas oferecia desempenho fraco para seu propósito. A transmissão manual de quatro marchas destacava-se pela precisão dos engates e a tração dianteira só deixava a desejar em pisos escorregadios.

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    Ford Corcel 1970
    Motor de origem Renault acabou sendo a base para os CHT, que duraram até o início dos anos 1990 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O exemplar das fotos pertence ao médico Sérgio Minervini e rodou apenas 9 000 km. Ele apresenta o raro banco dianteiro inteiriço e está impecável, incluindo até garras e protetores de para-choques, acessórios de época que foram instalados na própria concessionária Ford. Como todo Corcel da primeira safra, ainda ostenta o logotipo daWillys Over- land nos vidros e em pequenas peças.

    O quatro-portas tinha tudo para ser o sucessor do DKW Belcar entre os médios compactos, porém não conquistou muitos admiradores graças em grande parte à preferência do mercado pela duas portas, em que o estiloso Corcel cupê nadava de braçada.

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    O teste da versão quatro-portas, na edição de julho de 1969, já adiantava outras razões que fariam o sucesso do cupê. “É mais bonito e custa menos que o Corcel quatro portas. Por ser mais leve, os 68 hp rendem mais.” Esquecida pelo mercado, a versão quatro-portas deixaria de ser oferecida quando veio a segunda geração do Corcel, em 1978, e a Ford só voltaria a ter um sedã nesse segmento em 1982, com a chegada do requintado primo Del Rey.

    TESTE QUATRO RODAS – Outubro de 1968

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