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Clássicos: Toyota Bandeirante Picape desbravou o Brasil com motor Mercedes

Primeiro Toyota produzido fora do Japão, o Bandeirante se manteve em produção, na fábrica de São Bernardo do Campo, por quase 40 anos

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 set 2024, 18h58 - Publicado em 9 jun 2022, 17h00
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  • Produzido no Brasil de 1962 a 2001, o Toyota Bandeirante é um utilitário que descende do Toyota BJ japonês, que a partir de 1951 transportou as tropas norte-americanas durante a Guerra da Coreia.

    Toyota Bandeirante
    O Bandeirante pouco mudou em quase 40 anos de produção (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O conflito exigiu o desenvolvimento em tempo recorde de um veículo militar similar ao Jeep, mas sem as restrições de peso e porte impostas ao veterano da Segunda Guerra Mundial.

    Derivado dos caminhões Toyota, o BJ demonstrou grande potencial para o mercado civil, motivo pelo qual sua produção foi mantida após o armistício de 1953.

    Toyota Bandeirante
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Denominado Land Cruiser, ele começou a ser exportado para o mundo todo e em 1955 as primeiras unidades chegaram ao Brasil, importadas e montadas pela Sociedade Comercial Arpagral Ltda.

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    A demanda pelo utilitário viabilizou a instalação da filial brasileira da Toyota em 1958, responsável pela montagem do Land Cruiser em um galpão no bairro paulistano do Ipiranga.

    A produção nacional teve início em 1962, com a inauguração da fábrica em São Bernardo do Campo (SP), a primeira fora do Japão. A partir daí, o Land Cruiser passou a se chamar Bandeirante.

    Toyota Bandeirante
    Apesar da boa ergonomia, sua dirigibilidade é cansativa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    As carrocerias eram produzidas pela Brasinca, e o motor OM-324 de quatro cilindros 3,4 litros e 78 cv fornecido pela Mercedes-Benz substituía o motor 2F de seis cilindros a gasolina, feito sob licença da General Motors. Novas variações surgiram: jipe com capota de aço, perua com maior distância entre os eixos e uma picape.

    A transmissão manteve o padrão do Toyota BJ: caixa de transferência simples, sem reduzida. Para compensar o câmbio de quatro velocidades tinha a primeira marcha extremamente curta: sem carga, o Bandeirante saía da imobilidade em segunda.

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    Os engates eram favorecidos pela embreagem hidráulica e pela sincronização da terceira e quarta marchas.

    Toyota Bandeirante
    Painel minimalista trazia apenas instrumentos essenciais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Bandeirante era um utilitário naturalmente vocacionado para o trabalho: levava quase meio minuto para chegar aos 100 km/h e não ia muito além disso, limitado pela relação final curta.

    O ideal é não ter pressa: freios a tambor nas quatro rodas sem assistência e pesados eixos rígidos exigem atenção constante do condutor.

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    Primeiro comercial leve movido a diesel no Brasil, o Bandeirante era fumacento e barulhento. Seu nível de vibrações era superior ao dos concorrentes com motores de seis e oito cilindros a gasolina, muito populares naqueles tempos de combustível com oferta farta e barata.

    A durabilidade e a capacidade de trafegar em qualquer terreno ficavam em segundo plano.

    Toyota Bandeirante
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A Toyota estava prestes a encerrar suas atividades no Brasil, quando um incêndio de grandes proporções atingiu o setor de pintura da vizinha Volkswagen, em dezembro de 1970.

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    A pintura de Fuscas e derivados garantiu uma bem-vinda receita à operação brasileira da Toyota, que ganharia novo fôlego até a primeira crise energética, em 1973.

    Em 1973, o Bandeirante recebeu o motor Mercedes-Benz OM-314, com 3,8 litros e 85 cv, o que foi essencial para que a produção da Toyota quase quintuplicasse na virada para a década de 80.

    A caixa de transferência com duas velocidades veio em 1981, junto do câmbio totalmente sincronizado e do sistema de freios com hidrovácuo.

    Toyota Bandeirante
    O motor Mercedes-Benz OM-314 foi usado por mais de 15 anos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Em 1983, chega a picape de chassi longo, com cabine simples ou dupla. Em 1985, o Bandeirante passa a oferecer opcionais até então inéditos como rádio, direção hidráulica e ar-condicionado.

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    Em 1989, vieram faróis retangulares e o motor Mercedes-Benz OM-364, com 4 litros e 90 cv. Freios dianteiros a disco e câmbio de cinco marchas foram as maiores novidades de 1993.

    O ano seguinte marcou a chegada do motor Toyota 14B de 3,7 litros e 96 cv. Em 1999, a picape cabine dupla finalmente passou a contar com quatro portas.

    Toyota Bandeirante
    A picape representou uma parcela expressiva das vendas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Bandeirante virou o milênio, mas não foi muito além: incapazes de atender normas de emissões, os últimos exemplares deixaram a fábrica de São Bernardo do Campo em novembro de 2001, totalizando 103.750 unidades produzidas em quase 40 anos.

    A maior parte continua em atividade no trabalho ou lazer e já são muito valorizados como veículos de coleção.

    Toyota Bandeirante
    Um fora de estrada raiz, com 4×4 parcial e robustas rodas livres de acionamento manual (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Toyota Bandeirante
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha Técnica

    Toyota Bandeirante OJ55LP-B 1981
    Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 3.784 cm³, comando de válvulas simples no bloco, alimentação por bomba injetora Potência: 85 cv a 2.800 rpm
    Torque: 24 kgfm a 1.800 rpm
    Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira (4×2) e nas quatro rodas
    Carroceria: fechada, 2 portas, 3 lugares
    Dimensões: comprimento, 490 cm; largura, 166,5 cm; altura, 195 cm; entre-eixos, 295 cm; peso, 1.830 kg
    Pneus: 6,70 x 16

    Teste

    Quatro Rodas Nº 218
    (Reprodução/Quatro Rodas)

    Setembro de 1978

    ACELERAÇÃO: 0 a 100 km/h, 29,07 s
    VELOC. MÁX.: 106,66 km/h
    CONSUMO: 7,62 a 9,98 km/l
    PREÇO: Cz$ 627.720 (janeiro de 1981)

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