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Lamborghini Diablo homenageava touro bravo com motor V12 e quase 500 cv

Símbolo dos anos 1990, o esportivo italiano marcou a evolução tecnológica da Lamborghini para os padrões do novo milênio

Por Felipe Bitu
Atualizado em 10 jun 2023, 22h36 - Publicado em 10 jun 2023, 22h36
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  • Fundada em 1963 por Ferruccio Lamborghini, a Automobili Lamborghini S.p.A. registrou para sempre seu nome na história dos superesportivos italianos com o Miura (1966) e com o Countach (1974). Afetada pela turbulência econômica dos anos 1970/80, a fábrica de Sant’Agata Bolognese só apresentaria um novo V12 em 1990: o Diablo.

    Idealizado sob a gestão dos irmãos Jean-Claude e Patrick Mimran, o Projeto 132 tinha o objetivo de igualar ou superar os 315 km/h e teve suas primeiras linhas traçadas por Marcello Gandini, criador do Miura e do Countach. A aquisição da Lamborghini pela Chrysler, em 1987, fez com que o desenho original fosse retocado pelo projetista Tom Gale.

    LAMBORGHINI D sdIABLO
    Aerofólio traseiro era opcional quase obrigatório. Cabine avançada sobre o eixo dianteiro oferecia mínimo espaço para dois ocupantes. O mítico V12 foi produzido de 1963 a 2022 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Honrando a tradição, o Diablo foi batizado em homenagem a um touro ferocíssimo criado no século 19 pelo espanhol Cristóbal Colón de la Cerda, então Duque de Veragua. O estilo arredondado típico dos anos 1990 suavizava a agressividade do Countach, mantendo os 2 metros de largura e as portas com abertura em tesoura.

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    O espaço interno era apenas suficiente para dois ocupantes, com revestimento de couro nos bancos, no volante de três raios e na manopla do câmbio de cinco marchas. O sistema de som era composto por um rádio/toca-fitas Alpine 7390M, que quase ninguém usava: bom mesmo era apreciar o som do V12 de 5,7 litros enviando 492 cv a 7.000 rpm.

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    Projetado por Giotto Bizzarrini, o propulsor com duplo comando de válvulas, quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica enviava 59,1 kgfm às rodas traseiras, acelerando os 1.576 kg de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos. A máxima de 325 km/h superava Ferrari F40 e Porsche 959 e foi possível graças ao excepcional coeficiente aerodinâmico de 0,31.

    LAMBORGHINI DIABLO
    Cabine avançada sobre o eixo dianteiro oferecia mínimo espaço para dois ocupantes. (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Apesar da evolução frente ao Countach, o Diablo manteve a essência Lamborghini, com direção sem assistência, embreagem pesada e sem oferta de ABS para auxiliar os freios a disco Brembo nas enormes rodas OZ de 17 polegadas. As suspensões independentes usavam braços duplos sobrepostos, mas não havia controles de tração ou estabilidade.

    A unidade mostrada aqui, com o painel autografada pelo collaudatore Valentino Balboni, é de 1991. Em 1993, surge o Diablo VT, com tração integral que melhorou consideravelmente a dirigibilidade em condições de baixa aderência. O acionamento da embreagem era revisto e agora tanto direção assistida quanto ar-condicionado eram equipamentos de série. A suspensão recebeu amortecedores Koni com regulagem eletrônica de carga.

    Alexandre Battibugli

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    No mesmo ano surge o Diablo SE30, limitado a 150 unidades para comemorar os 30 anos da Lamborghini. Desenvolvido por Horacio Pagani, recebeu capô e interior de fibra de carbono, policarbonato no lugar dos vidros laterais e eliminou direção assistida e ar-condicionado para chegar a 1.450 kg. Recalibrado para 530 cv, acelerava de 0 a 96 km/h em 3,3 segundos com o auxílio de um controle de tração e alcançava 331 km/h.

    Das 150 unidades do SE30 aproximadamente 30 receberam a especificação Jota, voltado a clientes preferenciais para uso exclusivo em competições. No SE30 Jota o V12 chegava a 603 cv e o câmbio passava a ter seis marchas: o 0 a 100 km/h era em 3,2 segundos e a máxima, 340 km/h.

    O Diablo SV (Super Veloce) foi uma das estrelas do Salão de Genebra de 1995, com potência de 517 cv, para-
    -choques redesenhados, um novo aerofólio traseiro ajustável, vidros com acionamento elétrico, interior revestido de Alcantara, tomadas de ar para refrigerar os freios e capô traseiro com tomadas inspiradas no SE30 Jota.

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    LAMBORGHINI DIABLO
    O mítico V12 foi produzido de 1963 a 2022 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Em 1996, surge o VT Roadster, com capota removível de fibra de carbono, bancos exclusivos revestidos de couro e tração integral.

    Adquirida pelo grupo Volkswagen em 1998, a Lamborghini apresentou o novo Diablo no Salão de Paris de 1998: eliminou os faróis escamoteáveis e adicionou freios ABS, airbags e comandos variáveis para extrair 530 cv do V12.

    Com cilindrada ampliada para 6 litros, o Diablo GT chegava a 575 cv e teve apenas 80 unidades produzidas. Este mesmo V12 foi usado nas versões VT 6.0 e VT 6.0 SE, desenvolvidas pelo projetista Luc Donckerwolke e apresentadas no ano 2000. No total, 2.884 unidades foram produzidas até 2001, ano em que o Diablo foi sucedido por outro touro lendário: o Murciélago.

    Painel autografado por Valentino Balboni, ex-piloto de testes da Lamborghini e atual embaixador do fabricante
    Painel autografado por Valentino Balboni, ex-piloto de testes da Lamborghini e atual embaixador
    do fabricante (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    Ficha Técnica – Lamborghini Diablo 1991

    Motor: longitudinal, V12, 5.707 cm3, alimentado por injeção eletrônica
    Potência: 492 cv a 7.000 rpm
    Torque: 59,14 kgfm a 5.200 rpm
    Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
    Carroceria: fechada, 2 portas, 2 lugares

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    Dimensões comprimento, 446 cm, largura, 204 cm; altura, 110 cm; entre-eixos, 265 cm
    Peso: 1.576 kg
    Pneus: 245/40 ZR 17 e 335/35 ZR 17

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