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Mercedes 250 CE W114/W115 tinha injeção eletrônica há mais de 50 anos

Superdimensionada em todos os sentidos, a lendária série ainda roda com valentia as melhores e as piores estradas do mundo

Por Felipe Bitu
26 fev 2022, 21h08
Mercedes W114/W115
As calotas sempre acompanhavam a cor da carroceria (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Largas e com várias faixas de asfalto bem conservado, as estradas alemãs foram essenciais para determinar os parâmetros de desempenho de Porsche, BMW e Mercedes-Benz. Suas condições eram perfeitas para o desenvolvimento da série W114/W115, também conhecida pelos entusiastas pela denominação Barra-Oito.

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O apelido se originou da inscrição “/8” nas plaquetas de identificação, uma referência a 1968, ano em que o modelo foi apresentado. A série W114/W115 sucedeu a W110/W111/W112 (Fintail nos EUA/Heckflosse na Alemanha), notória pelas barbatanas nos para-lamas traseiros e pela criticada suspensão traseira por eixo oscilante.

Mercedes W114/W115
Cupê tinha vidros mais inclinados e ausência
de coluna central (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para melhorar a estabilidade da Barra-Oito, os engenheiros Fritz Nallinger e Hans Scherenberg desenvolveram uma suspensão traseira com braços semiarrastados, com variação mínima da cambagem em seu curso de trabalho.

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A adoção de terminais rotulares na dianteira determinou o sucesso da série em países com condições viárias precárias (África e Oriente Médio). Para reduzir o nível de ruído e vibrações, as suspensões estavam apoiadas em subchassis e o comportamento dinâmico era favorecido pelos freios a disco nas quatro rodas.

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Mercedes W114/W115
O clássico volante deformável de quatro raios foi adotado em 1972 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A apresentação ao público ocorreu no Salão de Genebra: o W115 era impulsionado por motores de quatro cilindros (2 e 2,2 litros, a gasolina ou diesel), enquanto o W114 recebia os de seis cilindros (2,3 e 2,5 litros, gasolina).

Manual ou automático, o câmbio tinha sempre quatro marchas, com alavanca na coluna de direção ou no console. A lista de opcionais era generosa: acionamento elétrico para vidros e teto solar, ar-condicionado, rodas de liga leve, rádio Becker, travamento central das portas, bancos revestido de couro e sistema de nivelamento automático da suspensão traseira.

Mercedes W114/W115
Painel ainda sem conta-giros, mas o câmbio automático já contava com quatro marchas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A carroceria com três volumes bem definidos tornou-se um dos trabalhos mais célebres do francês Paul Bracq, com linhas limpas e sóbrias. A segurança era reforçada por zonas de deformação progressivas, mérito dos engenheiros Béla Barényi e Karl Wilfert.

Em outubro de 1968 foi apresentado o W114 cupê, com teto 5 centímetros mais baixo e menor ângulo de inclinação do para-brisa. A elegância era reforçada pela eliminação da coluna central: a rigidez torcional do monobloco era garantida pelas largas e robustas colunas traseiras.

Mercedes W114/W115
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Dois meses depois, foi apresentada a versão Lang para os sedãs W114 a gasolina e W115 a diesel, com 65 centímetros a mais entre os eixos, para oito ocupantes.

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Cedido pela loja de automóveis antigos O Acervo, este cupê 250 CE mostrado aqui é alimentado por injeção Bosch D-Jetronic.

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Apresentado em 1969, foi o primeiro sistema de alimentação eletrônica adotado pela Mercedes: os 21,5 kgfm a 4.500 rpm colaboram para acelerar de 0 a 100 km/h em 10,4 s e os 150 cv a 5.500 rpm garantem a máxima de 190 km/h. A barreira dos 200 km/h seria superada em 1972: com 2.8 e duplo comando de válvulas, o motor M110 chegava com 24,2 kgfm a 4.500 rpm e 185 cv a 6.000 rpm.

Mercedes W114/W115
Cabine ampla com conforto para quatro ocupantes e bancos revestidos de couro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Uma leve reestilização foi promovida no modelo 1974, com capô e grade inspirados no sedã W116 (Classe S), espelhos retrovisores retráteis com ajuste interno, eliminação dos quebra-ventos e adoção de defletores nas colunas dianteiras para limpar as janelas laterais em dias chuvosos.

 

As lanternas traseiras estriadas melhoravam a visibilidade em estradas com muita poeira e iniciaram uma tradição que perdura até os dias atuais.

Mercedes W114/W115
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em meados de 1974, a Mercedes apresentou o 240 D 3.0, impulsionado pelo motor OM617 de cinco cilindros a diesel. Com 17,5 kgfm a 2.400 rpm e 80 cv a 4.000 rpm, ele era o automóvel a diesel de melhor desempenho no mundo, acelerando de 0 a 100 km/h em 19,9 segundos e alcançando os 148 km/h sem abrir mão do consumo médio de 9,25 km/l.

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A W114/W115 saiu de linha em 1976, com quase 2 milhões de unidades, sendo que a maioria delas ainda circula pelas ruas do planeta.

Mercedes W114/W115
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica  – Mercedes-Benz 250 CE 1972

Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em linha, 2.496 cm3, comando de válvulas simples no cabeçote, alimentação por injeção eletrônica. Potência: 150 cv a 5.500 rpm. Torque: 21,5 kgfm a 4.500 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Carroceria: cupê, 2 portas, 5 lugares
Pneus: 185 HR 14
Dimensões: compr., 468 cm; larg., 179 cm; alt., 139 cm; entre-eixos, 275 cm; porta-malas, 580 l, peso: 1.390 kg

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