A espera acabou e a BYD, enfim, inicia suas vendas no Brasil. A estreia é com o BYD Tan, primeiro SUV de sete lugares elétrico disponível em nosso mercado. Ele parte dos R$ 487.590, sendo mais barato que SUVs grandes de 7 lugares, como o Audi Q7 (R$ 540.990) ou XC90 T8 (R$ 499.950).
Mesmo superando em mais de R$ 100.000 outros SUVs de sete lugares, como Jeep Compass e o Caoa Chery Tiggo 8, o BYD Tan chega para brigar com modelos menores, porém mais luxuosos e elétricos, como o Audi e-Tron (R$ 649.690), Jaguar i-Pace (R$ 621.950) e Mercedes EQC 400 (R$ 648.900).
Como brinde, a BYD vai dar para todos os compradores desse primeiro lote um carregador portátil Wallbox de 7,2 Kwh. O Tan terá garantia de cinco anos ou 500.000 km para o carro, além de oito anos de garantia sem limite de quilometragem para a bateria. A BYD diz considerar que a casa do proprietário será o principal ponto de recarga do veículo.
Quem quiser adquirir o seu, pelo menos por enquanto, terá que se locomover até a capital paulista. O BYD Tan estará em exposição no shopping JK até oito de abril, onde também está sendo feito todo o atendimento de vendas. Os interessados também podem realizar um test drive no primeiro subsolo do shopping.
Como anda o BYD Tan?
Por ter grade dianteira convencional para, basicamente, arrefecer a condensadora do ar-condicionado, o BYD Tan nem parece ser elétrico. Passaria fácil por SUV de sete lugares normal, quase uma versão menos rebuscada do Lexus RX.
Na lateral do SUV, o vidro que cobre toda a coluna C lembra o Toyota SW4 e as rodas aro 22 não destoam do tamanho das caixas de roda. Por sinal, encobrem os grandes freios Brembo, necessários pelo porte e peso. O limpador traseiro escondido no aerofólio revela preocupação com detalhes, mas a traseira chama atenção mesmo é pelas lanternas integradas, que parecem as mesmas dos Dodge Durango e Charger.
A cabine surpreende pelo design e pelas superfícies de toque macio com costuras, nas portas e no painel, que também têm partes em Alcantara e outras retroiluminadas pelas luzes ambiente configuráveis. A qualidade dos acabamentos não se compara com outros carros chineses que vimos no Brasil.
No console, um bom porta-objetos sob as saídas de ar centrais, botões de acesso rápido às funções do carro ao redor da alavanca seletora de marcha, um carregador sem fio para smartphones e o apoio de braços com um grande compartimento dentro.
Fabricante de telas, a BYD colocou o que tem de melhor em seus carros. A qualidade do quadro de instrumentos digital salta aos olhos, tanto pela definição quanto pelo contraste e pela profundidade da cor preta.
A central multimídia do BYD Tan parece saída de um bom notebook, tanto pelas dimensões (são 15,6 polegadas) quanto pela qualidade da imagem. Contudo, em vez de se fechar, a tela rotaciona em 90° para uma exibição vertical. O movimento é automático, acionado por botões na tela e no volante. Ao desligar o carro, ela volta à horizontal. A intenção é permitir que os passageiros possam visualizar as informações como bem quiserem, inclusive dividindo a tela entre os apps disponíveis.
A interface da central é rápida e intuitiva, com direito a um menu com as principais funções ao arrastar o menu superior para baixo. Contudo, a integração da interface com Android Auto e Apple CarPlay ainda está em desenvolvimento. A BYD também prepara um app para comandar o carro remotamente – na China, é possível acionar o assistente de baliza automática pelo celular, de fora do carro.
Como nos carros da Tesla, há câmeras para gravar o trânsito e a cabine integrados ao carro (dá até para tirar fotos com elas), e um cartão NFC que pode substituir a chave presencial. Os bancos dianteiros abraçam os ocupantes, têm ajustes elétricos, ventilação e aquecimento, mas o material sintético da forração poderia ter toque melhor.
O espaço na segunda fila é bom e a bateria no assoalho não compromete o conforto para as pernas. A seção direita rebate para facilitar o acesso à terceira fileira e também pode deslizar para aumentar o espaço por lá (que não sobra, mas também não é dos piores). Ou seja, é ótimo para levar crianças e tolerável para adultos apenas em viagens curtas.
Desempenho do BYD Tan
O BYD Tan tem dois motores elétricos. O dianteiro tem 245 cv e o traseiro, 272 cv. Combinados, entregam 517 cv e 69,3 kgfm. A potência maior na traseira deixa a tocada mais interessante: ao afundar o pé no acelerador em uma saída de curva, o SUV ensaia uma leve escapada e aponta na reta como só os bons carros conseguem fazer.
Com seus 2.455 kg, inclina pouco nas curvas graças ao peso das baterias concentrado no assoalho. A direção é rápida e fica bem pesada em alta velocidade para garantir a estabilidade mesmo quando alcança (rápido, diga-se) a máxima de 180 km/h. No nosso teste, foi de 0 a 100 km/h em 4,9 s.
A bateria recebeu o nome de Blade, é feita de fosfato de ferro-lítio (LFP) e tem 86,4 kWh, sendo mais fina que as demais. Segundo o Inmetro, ela tem uma autonomia combinada de 437 km, sendo 395 km em regime rodoviário e 475 km na cidade. É um bom número para carros elétricos.
Teste – BYD Tan
Aceleração
0 a 100 km/h: 4,9 s
0 a 1.000 m: 25,4 s – 182,6 km/h
Velocidade máxima: 180 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,2 s
D 60 a 100 km/h: 2,4 s
D 80 a 120 km/h: 2,8 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,3/25,3/56,1 m
Consumo
Urbano: 3,7 km/kWh
Rodoviário: 3,6 km/kWh
Ruído interno
Neutro/rpm máx.: -/- dBA
80/120 km/h: 62,5/68,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Volante: 2,5 voltas
Ficha Técnica – BYD Tan
Motores: dois, elétricos síncronos permanentes, 245 cv e 33,6 kgfm (diant.) e 272 cv e 35,7 kgfm (tras.)
Baterias: fosfato de ferro-lítio, 640V, 86,4 kWh, recarga de 15 horas (CA) e 1h20 (CC)
Autonomia: 505 km (NEDC), 400 km (WLTP)
Câmbio: 1 marcha, tração integral
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado perfurado (diant. e tras.)
Pneus: 265/40 R22
Dimensões: compr., 480 cm; larg., 195 cm; alt., 172,5; entre-eixos, 282 cm; porta-malas, 235/940/1.655 l; peso, 2.455 kg