Citroën C3 elétrico também recebe nota zero em teste de colisão
Depois do C3 nacional, foi o Citroën eC3, versão elétrica cotada para o Brasil, que zerou o teste de colisões do NCAP, gerando mais bronca à Stellantis
O novo Citroën C3 atrai críticas à sua segurança desde o lançamento, em 2022. Elas aumentaram quando a versão nacional do compacto zerou o teste de colisão do Latin NCAP. Agora o eC3, sua variante elétrica, repetiu o “feito”.
Trata-se do Citroën C3 elétrico fabricado na Índia, onde já está à venda, que foi submetido ao crash-test do Global NCAP (edição internacional do principal teste de colisões automotivas do mundo) e também saiu com zero estrela quanto a sua segurança.
Em linhas gerais, o eC3 é basicamente igual ao C3 a combustão vendido na Índia, com alterações estruturais se limitando à troca dos componentes mecânicos pelo motor elétrico e o compartimento de baterias. Tais diferenças, assim como modificações feitas para o mercado brasileiro, impedem que a prova seja oficialmente válida no Brasil, mas algumas ligações podem ser feitas.
No impacto frontal, por exemplo, constatou-se danos graves ao tórax do motorista e pior ainda ao tronco do passageiro dianteiro, com nota mínima nesse aspecto. Partes do painel atingiram os joelhos do condutor e mostrou potencial de lesão em seus pés. Um dos testes de impacto lateral sequer foi realizado, dada a falta de equipamentos de proteção nesse sentido.
A despeito da mecânica mais tecnológica, o Citroën eC3 não oferece controle de estabilidade de série, ao contrário do modelo nacional. Isso gerou mais descontos na nota tal como o aviso de afivelamento dos cintos, que não segue os padrões globais do NCAP.
Na segunda fileira, testou-se a proteção de uma criança de 3 anos em cadeirinha apropriada. O cinto foi incapaz de impedir o movimento frontal excessivo, e o dummy infantil ainda bateu a cabeça em partes da cabine. A proteção lateral foi boa, mas uma criança de 1 ano e meio teria sua cabeça exposta a impactos nesse cenário. A falta de dois pontos de ancoragem Isofix (o padrão internacional de fixação de cadeirinhas infantis) e do cinto de três pontos no banco do meio pioraram mais a avaliação. O carro brasileiro tem isso.
Sempre crítico à Stellantis, o secretário-geral do Global NCAP, Alejandro Furas, afirmou que há uma tendência de precarização da segurança nos carros do grupo. “A PSA já foi líder em segurança, mas agora, parte da Stellantis, a fabricante parece ter dado um grande passo para trás”, afirmou.
Também houve bronca do presidente da fundação Towards Zero, que apoia a ONU na campanha global de redução de mortes no trânsito promovida pela organização. “Esse resultado é uma séria preocupação não apenas aos consumidores indianos, mas a todos aqueles de economias emergentes ao redor mundo”, disse David Ward, fazendo referência ao Brasil.
Citroën C3 é reforçado e mais seguro só na Europa
A estreia da nova geração do Citroën C3 na europa será justamente com uma versão elétrica, mas trata-se de um carro bem mais sofisticado que os fabricados na Índia e no Brasil, com direito a mudanças significativas no visual e no pacote de segurança.
A plataforma do C3 europeu tem uma estrutura reforçada para atender as normas de impactos da região, além de ter seis airbags, alerta de colisão com assistente de frenagem de emergência e o alerta de saída de faixas desde a versão de entrada.
Por sinal, seu motor elétrico dianteiro tem 113 cv — bem mais potente que o C3 elétrico indiano, que tem apenas 57 cv. Com essa motorização ele pode ir de 0 a 100 km/h em 11 s e atingir até 135 km/h, segundo dados de fábrica. O carro ainda tem suspensão com batentes hidráulicos progressivos duplos e quadro de instrumentos com visores digitais extras.