Foton mostra picapes híbridas de R$ 250 mil e planos de fábrica no Brasil
Novas Foton Tunland V7 e V9 não têm preço exato, mas chineses prometem "até R$ 280 mil". Também há novos caminhões e planos para fábrica brasileira
A Foton é uma das gigantes chinesas que são pouco conhecidas no Ocidente. Apesar de ser uma das maiores fabricantes de caminhões e ônibus da China e inclusive operar no Brasil há anos, seus caminhões elétricos podem passar batido para muitos. Isso pode mudar, pois a Foton anunciou um pacotão de novidades para o mercado nacional, com direito a duas picapes híbridas. São as Foton Tunland V7 e Foton Tunland V9, que, por outro lado, têm design muito… inspirado em caminhonetes dos EUA.
Apesar do visual distinto, tanto a Tunland V7 quanto a Tunland V9 são feitas com base na plataforma FIA. A motorização se repete, num conjunto híbrido leve que une motor 2.0 turbodiesel ao motor elétrico de 48 V, fazendo-as as únicas picapes a diesel híbridas do Brasil. Ao todo, são 175 cv e 45,8 kgfm, que levam-nas de 0 a 100 km/h em 8,8 s e permitem consumo de 12,5 km/l, segundo dados oficiais. Consequentemente, a autonomia é de até 960 km.
O motor a diesel é o responsável por tracionar o carro na maior parte do tempo, enquanto o motor elétrico auxilia a economizar combustível em acelerações e até impulsiona o carro sozinho em baixas velocidades. A recarga da bateria é feita pela frenagem regenerativa. Ainda nas semelhanças, a dupla usa câmbio automático de oito velocidades da ZF, com tração 4×4 de acionamento eletrônico e reduzida. Ambas vêm com sistema start/stop, bloqueio do diferencial traseiro e controle de descida.
Elas também repetem os 5,62 m de comprimento e 3,36 m de entre-eixos. A V9, entretanto, é mais larga (2,09 m) e alta (1,95 m) que a V7 (2,0 m e 1,91 m).Mas as outras dimensões são diferentes, com a V9 sendo mais larga (2,09m contra 2,0 m) e mais alta (1,95 m contra 1,91 m).
A principal diferença entre as picapes é o conjunto de suspensão: a V9 usa suspensão do tipo MacPherson que, segundo a montadora, foi calibrada para trazer mais conforto, adequado à sua proposta urbana. A V7, por sua vez, usa os tradicionais feixes de molas, sendo mais indicada para uso off-road e trabalho pesado.
Semelhanças curiosas
É no design que as diferenças aumentam. A Tunland V7 tem um quê evidente de Ford F-150 (que, por sua vez, também se parece com a nova BYD Shark), principalmente pelas assinaturas em leds na forma de L invertido. Já os faróis, também de leds, são compostos por dois pares de luzes dispostas na vertical. A grade robusta (que também lembra a Ford) é decorada com barras verticais. Não há logo, e o nome da montadora aparece escrito na ponta do capô´.
A traseira é bem simples e as lanternas verticais, nas extremidades da caçamba, não fogem do comum. Há uma pequena área preta na parte superior e o nome da picape aparece destacada na parte inferior da tampa do bagageiro. Já a Tunland V9 lembra bastante a Ram 1500. Sua grade está integrada aos faróis de leds e traz até o apêndice típico da 1500 Rebel. Ao contrário da V7, o para-choque é pintado na cor da picape, mas também abriga os pequenos faróis de neblina nas extremidades.
Na parte de trás, as lanternas são as mesmas, porém a V9 é um pouco mais estilosa. A parte central na da tampa da caçamba há o nome da marca escrito em alto relevo, dando um toque mais ‘bruto’ para a picape.
O layout das cabines são idênticos, com bancos e acabamentos em couro, painel e portas revestidos com material macio ao toque, sistema de som premium e par de telas de 14,6” para o quadro de instrumentos digital e central multimídia. A maior diferença está na cor, com a V7 trazendo um acabamento majoritariamente preto, enquanto a ‘irmã’ combina marrom claro e preto. Como exclusividade, a V9 trás o teto solar panorâmico. As duas são equipadas com ar-condicionado automático digital de duas zonas, acesso sem chave e bancos com ajustes elétricos. Há seis airbags, câmera traseira, dianteira e 360º com sensores de estacionamento, assistente de permanência em faixa, alerta de frenagem autônoma e sensor de ponto cego.
As picapes ainda estão em processo de homologação e a Foton espera começar a sua comercialização em janeiro de 2025. Os preços ainda não foram definidos, mas a montadora citou uma faixa entre R$ 250.000 e R$ 280.000 e uma expectativa de vender 1.000 unidades em seu primeiro ano.
Foton também atualiza linha de caminhões
Operando no Brasil há cerca de 10 anos, o forte da Foton é sua linha de veículos comerciais. Assim, além das picapes, a montadora também está trazendo novas opções para o segmento de caminhões.
Um deles é o elétrico iBlue, com PBT de 6.000 kg e 3.575 kg de carga útil. Voltado para as entregas urbanas, ele é equipado com duas baterias de 81 kWh, tendo até 200 km de autonomia. Seu motor tem potência contínua de 87 cv, mas é possível utilizar até 156 cv por um período reduzido.
A nova linha de semileves Aumark S é composta pelos caminhões 315 MT e 315 AMT, com PBT de 3.500 kg. Eles se diferem apenas pela transmissão, sendo a primeira manual e a segunda automática, sempre da ZF e com cinco marchas. O motor é o Cummins 2.5 de 150 cv.
Já o maior lançamento é o Auman 17T, um caminhão semipesado equipado com motor Cummins F4.5L de 220 cv e tendo peso bruto total de 17 toneladas. O menor deles, por sua vez, é o Wonder, que chega nas configurações de cabine simples e dupla. Elas têm carga útil de 1.495 kg e 1.245 kg, respectivamente, e são equipados com motor 1.6 a gasolina de 120 cv
Operações no Brasil
Os executivos da Foton anunciaram que têm planos avançados para iniciar a produção de veículos no Brasil. No momento, a montadora diz estudar as possibilidades e não descarta iniciar o processo através de uma parceria. O objetivo é que os primeiros caminhões nacionais comecem a ser produzidos a partir de 2028. As picapes, estão em segundo plano