O plano da General Motors ainda é fabricar apenas carros elétricos a partir de 2035, mas a empresa sinalizou uma mudança de planos nos Estados Unidos. Sua intenção era migrar dos carros a combustão diretamente para os elétricos, fazendo uso da plataforma Ultium. Mas, agora, pretende oferecer também carros híbridos plug-in.
Em recente teleconferência para apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2023 aos acionistas, a GM sinalizou esse ajuste em sua estratégia de eletrificação.
“Nossos planos futuros incluem trazer nossa tecnologia híbrida plug-in para veículos selecionados na América do Norte”, disse a CEO da GM, Mary Barra. Mas a fabricante reforçou que não abandonou os veículos elétricos nem grande investimento feito no programa Ultium.
“A GM continua empenhada em eliminar as emissões dos nossos veículos leves até 2035. Mas, entretanto, a implementação da tecnologia plug-in em segmentos estratégicos proporcionará alguns dos benefícios ambientais dos carros elétricos à medida que o país continua implementando sua infraestrutura de carregamento.”
O desempenho nas vendas de carros elétricos nos Estados Unidos também mudou o sentimento dos investidores nos últimos tempos. Esse abrandamento nos planos de eletrificação também funciona como uma resposta a isso. As vendas de carros elétricos não cresceu tão rápido nos EUA como se esperava.
Não existe, ainda, um cronograma de lançamentos nem a perspectiva sobre quais carros vendidos pela Chevrolet, Buick e Cadillac nos Estados Unidos poderão receber mecânica híbrida plug-in nos próximos anos.
A executiva apenas indicou que os carros serão lançados sem demandar muito investimento, pois a empresa já tem a tecnologia em produção em outros mercados. Hoje, o único híbrido da GM nos EUA é o Corvette E-Ray, que combina a mecânica elétrica com um motor V8.
Na China, por sinal, a nova geração do Equinox, revelada na semana passada, será lançada com mecânica híbrida plug-in. O SUV médio combinará o motor 1.5 turbo de 173 cv com um motor elétrico de 188 cv alimentado por um conjunto de baterias de íons de lítio.
O novo Chevrolet Monza tem versão híbrida-leve 48V na China. Combina seu motor 1.3 turbo com injeção direta, que gera 163 cv e 23,5 kgfm, com um elétrico de 10 cv e tem 4,1 kgfm que atua em momentos críticos por meio do câmbio de dupla embreagem com seis marchas. Permite que o consumo do sedã supere os 21 km/l na cidade.
Híbridos da Chevrolet no Brasil?
Embora a General Motors tenha dado um passo atrás em seu plano de eletrificação nos Estados Unidos por falta de infraestrutura, no Brasil a empresa apenas dá indícios sobre o lançamento de carros híbridos. No entanto, não fez qualquer anúncio mais contundente.
No fim de 2023, o vice-presidente de comunicação e relações governamentais da empresa, Fábio Rua, sinalizou que a meta é a eletrificação até 2035, mas que novas tecnologias poderiam mudar a estratégia, que ainda é a descarbonização.
Na última semana, durante o anúncio de um investimento de R$ 7 7 bilhões no Brasil até 2028, a GM disse que desenvolverá “tecnologias inovadoras e customizadas para o mercado local” para sua marca que atua no Brasil, a Chevrolet. É outro forte indício de que a Chevrolet terá carros com mecânica híbrida flex.
O arrocho das regras de emissões do Proconve, a partir de 2025, tende a obrigar que mesmo carros pequenos tenham mecânica híbrida leve, com motor-gerador de 12 ou 48V que dê um suporte ao motor a combustão. É uma forma de reduzir o consumo e emissões, principalmente em acelerações e retomadas.