Já sabemos há um bom tempo que, em 2024, a GWM (Great Wall Motors) iniciará a fabricação de carros no Brasil. Agora, temos uma data: será em 1º de maio do ano que vem que a planta de Iracemápolis (SP) começará sua operação, dois anos e nove meses após ser vendida pela Mercedes-Benz.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que esteve no interior de São Paulo para conhecer as instalações da GWM. O prestígio não é à toa: a agenda do atual Governo coincide com os planos da marca fabricante chinesa, que produzirá apenas carros eletrificados no país.
“Há uma sinergia entre este projeto de desenvolvimento de tecnologia da indústria automotiva brasileira conduzido pela GWM e o pensamento do governo brasileiro”, afirmou Alckmin.
Teoricamente, a planta de Iracemápolis tem capacidade de produzir 20.000 carros por ano, mas os chineses almejam expandir em cinco vezes esse número. A ideia é não apenas atender ao mercado nacional, mas tornar a quarta base completa de operação da GWM no mundo um polo exportador para toda a América Latina.
Picape híbrida flex na estreia
Daqui a um ano, o Brasil terá sua primeira picape híbrida flex de fabricação nacional, a GWM Poer, que fará as honras no reinício da fábrica. Seu nome pronuncia-se “póuer” e uma unidade foi exibida com camuflagem parcial no evento, sugerindo que a versão brasileira da caminhonete terá um facelift a fim de se adequar melhor ao gosto do consumidor local.
Com base na Poer vendida no Oriente, sabemos que a futura picape média nacional tem tamanho bem parecido com referências do segmento de picapes médias. São 5,36 m de comprimento e 1,88 m de largura, com versões a diesel levando até 1.050 kg de carga na Austrália, por exemplo.
Em termos estéticos, espera-se modificações semelhantes às do Haval H6, que perdeu adereços cromados e ganhou aspecto mais esportivo. Em termos mecânicos, porém, tudo parece um grande segredo.
Isso porque certamente a GWM Poer terá um conjunto mecânico inédito aqui. É natural que os números superem o topo de linha a combustão vendido no exterior, com potência e torque indo além dos 300 cv e 50 kgfm. A depender das escolhas do time de engenharia, o modelo pode trazer soluções engenhosas, como tração integral sem cardã e capacidade de rodar apenas com o motor elétrico funcionando.