É nítido o crescimento dos carros eletrificados no Brasil, basta andar na rua para perceber isso. Com foco nisso, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e o Boston Consulting Group (BCG), realizaram um estudo chamado “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”.
O documento foi entregue ao vice-presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O estudo tem como principal objetivo contribuir com a participação do Brasil nos próximos COPs, que acontecerão no Azerbaijão este ano e por aqui em 2025.
A pesquisa engloba todos os ecossistemas dos quais os veículos híbridos e elétricos estão envolvidos, cadeia de fornecedores e até a infraestrutura de recarga.
Com este cenário, segundo as duas entidades responsáveis pelo estudo, os veículos eletrificados podem chegar a marca de 1,5 milhão de carros vendidos até o fim de 230. Já em 2040, eles podem representar mais de 90% do nosso mercado.
Esse movimento diminuirá bruscamente as emissões de gases do setor automotivo brasileiro. Para se ter uma ideia, o segmento é responsável por 242 milhões de toneladas de CO2 emitidas anualmente, cerca de 13% das emissões totais do país. Se o ritmo atual for mantido, o Brasil pode chegar a marca de 256 milhões de toneldas.
Mas, segundo a Anfavea, com a intensificação na produção de carros eletrificados nacionais e até de modelos que rodem com biocombustíveis, o Brasil pode alcançar a redução de 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos.
Essa diminuição pode ser até maior, chegando na casa dos 400 milhões de toneladas de CO2. Mas para isso devem ser tomadas as seguintes medidas:
- Renovação da frota
- Inspeção veicular
- Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis
- Implementação de programas de reciclagem veicular.
O segmento de carros pesados também é super importante para essa mudança completa. Segundo o estudo, caminhões e ônibus com novas tecnologias podem representar até 60% do mercado em 2040. Os ônibus elétricos, por exemplo, podem ser maioria já em 2035.
“O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações”, concluiu Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Essa transição energética é completamente necessária, principalmente no setor de carros pesados. Caminhões e ônibus com décadas de viagens ainda estão pelas ruas ao mesmo tempo que mais regras de emissões são impostas. Há de se investir em uma renovação de frota total.