Leapmotor marca data de estreia no Brasil e confirma primeiros modelos
Estreia será como C10, um SUV grande elétrico com sistema de extensão de autonomia e promessa de 1.000 km de autonomia

Com anúncio feito há mais de um ano, a Leapmotor enfim marca data para sua estreia no Brasil. A marca chinesa da Stellantis, que vem ao mercado brasileiro para disputar espaço com suas conterrâneas, iniciará suas operações por aqui no próximo mês de novembro com o SUV C10. Para depois, outro modelo já está confirmado.
Entre os planos da marca está a utilização do “universo” da Stellantis no Brasil, que vai da rede de concessionárias às fábricas. Serão 36 lojas no lançamento este ano, com um aproveitamento da rede Stellantis, ou seja, existe a possibilidade de aproveitar instalações de outras marcas do grupo, como Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e Ram. Não seria um compartilhamento de lojas, mas uma divisão com espaço físico próprio.

Outro aproveitamento acontecerá na fábrica de Betim (MG), onde são produzidos modelos como os Fiat Mobi, Argo, Pulse, Fastback e Strada. Inicialmente, a unidade abrigará um centro de distribuição de peças da marca chinesa mas, conforme revelado em outra ocasião pelo presidente da Stellantis no Brasil, Emanuele Cappellano, também poderá servir, em um futuro não tão distante, para a produção de modelos da Leapmotor.
De acordo com Cappellano, a produção local é uma diretriz da Stellantis e é entendida como o caminho para seguir com a operação das marcas no mercados, para poder continuar e, também, crescer.
Modelos confirmados
A estreia da marca em novembro será com o C10, um SUV médio com 4,74 metros de comprimento e 2,82 m de entre-eixos – ou seja, porte de Jeep Commander. Seu destaque e diferencial para os concorrentes chineses instalados no Brasil está na mecânica, já que o C10 chegará na configuração REEV, sigla em inglês para “carro elétrico com extensor de autonomia”.
Na prática, o modelo é movimentado por um motor elétrico traseiro de 215 cv e 32,6 kgfm, alimentado por uma bateria de 28,4 kWh. A bateria, porém, pode ser recarregada redes elétricas externas (com recargas a até 65 kW em DC), ou por um segundo motor, este 1.5 a gasolina de 95 cv.

O motor a combustão não traciona as rodas, ele está ali apenas como um gerador, cuja energia gerada por ser enviada diretamente ao motor elétrico ou acumulada na bateria. Isso faz com que o C10 tenha a dirigibilidade de um carro elétrico, mas possa rodar longas distâncias, já que, caso a energia da bateria acabe, o motor a combustão entra em ação para gerar mais energia – e basta manter o tanque cheio para seguir rodando, mesmo de bateria “vazia”.
Segundo a Stellantis, que diz que o sistema é a solução para quem tem medo da autonomia dos carros elétricos alimentados apenas a baterias, com bateria e tanque cheios, o C10 pode rodar cerca de 1.000 km. Na prática, é o mesmo sistema já visto no Brasil no antigo BMW i3.

Além do C10, a marca também confirma o B10 para o mercado brasileiro, mas este só chega em 2026. Trata-se de um SUV médio, com dimensões ligeiramente maiores do que em um Jeep Compass, e motorização elétrica apenas a bateria, sem o sistema REEV.
O modelo tem um motor elétrico traseiro de 218 cv e 24,5 kgfm. Na China, são duas opções de bateria, de 56,2 kWh (com autonomia projetada de 380 km no ciclo WLTP) e 67,1 kWh (com 460 km de alcance), mas ainda não se sabe qual delas estará no B10 “brasileiro”.