Mobi elétrico? Como é carro chinês que a Stellantis venderá no Brasil
Leapmotor T03 tem trejeitos de Fiat Mobi, mas é um pouco maior, mais equipado e promete autonomia de 280 km no ciclo europeu
Antes as fabricantes ocidentais precisavam se juntar às chinesas para vender na China. Agora, o movimento é das fabricantes ocidentais se juntando às fabricantes chinesas para ter competitividade no mercado de carros elétricos. Foi o que fez a Stellantis.
O conglomerado que reúne marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot anunciou a aquisição de 20% da startup chinesa Leapmotor em troca do investimento de US$ 1,6 bilhão na marca em outubro de 2023. O negócio permite que a Stellantis utilize as tecnologias da Leapmotor e também lhe dá os direitos exclusivos para produção, venda e exportação de veículos Leap em todos os mercados fora da China.
É isso que a Stellantis fará. Em 2024, os carros da Leapmotor serão lançados na Europa e, em seguida, chegarão a mercados como Índia e Ásia-Pacífico (excluindo a China), Oriente Médio, África e América do Sul. O lançamento da nova marca no Brasil e no Chile já está confirmado.
Para os padrões da China, a Leap ainda é uma marca pequena. Têm apenas três carros à venda (o quarto foi apresentado no Salão de Munique há um mês) e teve 100.000 carros vendidos em 2022, número que neste ano foi superado em setembro. Mas o SUV C11 e o sedã C01 são vendidos em versão elétrica e EREV, que usa um motor a combustão apenas para gerar energia para o elétrico, uma tecnologia que interessa à Stellantis.
Outro carro é o Leapmotor T03, um carro elétrico compacto que, de perfil, até lembra o Fiat Mobi brasileiro. Ele já é vendido em alguns mercados da Europa por cerca de 25.000 euros como uma alternativa ao Dacia Spring, gêmeo do Renault Kwid E-Tech, e ao novo Citroën e-C3.
O Leap T03 é cerca de 7 cm maior que um Mobi. Tem 3,62 m de comprimento, 2,40 m de entre-eixos, 1,65 m de altura e 1,58 m de altura, com apenas 210 litros de capacidade no porta-malas. Não surpreende, portanto. que pese apenas 1.203 kg.
Seu motor elétrico tem 109 cv e 16 kgfm, e é montado na dianteira. A promessa é de um zero a 100 km/h em 12 segundos com velocidade máxima de 120 km/h. A bateria, de íons de lítio, tem 41,3 kWh de capacidade e aceita recarga rápida de até 45 kW. A autonomia no ciclo europeu é de 280 km.
O Leap T03 tem piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, monitor de cansaço e leitura de placas, além central multimídia de 10,1 polegadas que concentra desde o comando do ar-condicionado ao comando do limpador de para-brisas.
A plataforma elétrica do Leap T03 é menor que a eCMP da Stellantis, atualmente o seu padrão entre os carros elétricos compactos. Mas o projeto chinês poderia ser aproveitada para dar origem a carros elétricos ainda menores e mais baratos. Ou mais equipados.
Mas a Leapmotor aparenta ter mais tecnologias que interessaram à Stellantis em seus carros mais caros, como a arquitetura eletrônica e elétrica, chamada Heracles, controlada por chips Snapdragon e os sistemas de condução avançada comandados pelo chip OrinX da NVidia, com direito a LiDar montado no teto das versões mais caras.
Também dependendo da versão, os elétricos da Leapmotor podem ter arquitetura elétrica de 500V ou 800V. A lista de sistemas proprietários da empresa incluem o pacote de baterias, o sistema de gerenciamento de energia e conjunto elétrico PanGu, os primeiros de produção em massa com motor refrigerado a óleo e que promete eficiência de 94,6%.