O Salão de Munique trouxe inovações já esperadas, como o primeiro Mercedes-AMG elétrico e novidades da Volkswagen em relação à elétricos e direção autônoma, mas provavelmente a notícia mais surpreendente foi a do renascimento do Romi-Isetta, o primeiro carro a ser fabricado no Brasil.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 8,90
O Isetta era fabricado pela Romi – por isso o nome – em Santa Bárbara D’Oeste (SP). O modelo surgiu pela primeira vez na Europa no final da década de 40 e foi o primeiro carro produzido em larga escala no território brasileiro.
Entre 1956 e 1961, cerca de 3.000 unidades do Romi-Isetta foram produzidas por aqui. Na década de 90, durante o governo de Itamar Franco, estudou-se a possibilidade de trazer de volta o modelo, mas as indústrias já contavam com investimentos milionários e o aspecto financeiro pesou contra o projeto.
Mas calma, o modelo lançado em 1956 não voltará a ser produzido, mas ganhará um parente suíço. A empresa Micro apresentou a versão de produção do seu modelo chamado Microlino 2.0, um elétrico com o mesmo visual do Romi-Isetta produzido por aqui.
O protótipo foi apresentado pela primeira vez em 2016 com o objetivo de ser lançado em 2018. Depois de inúmeros atrasos e mudanças no projeto original, até com o encerramento de parcerias com outras empresas, a marca suíça finalmente revelou o Microlino em sua versão de produção.
O novo elétrico terá três opções de bateria, cada uma com dados de autonomia e desempenho diferentes. Ele disponibiliza baterias de íon-lítio de 6 kWh, 10,5 kWh e 14 kWh. As autonomias são respectivamente, de 95, 175 e 230 quilômetros.
O Isetta clássico entregava algo em torno de 9,5 cv, mas o seu neto suíço vai além. De acordo com a marca, o Microlino entrega um motor de 15 cv e até 10,1 kgfm. Por conta do baixo peso – na casa dos 435 quilos – o modelo pode ir de 0 a 100 km/h em 5 segundos e chega até 90 km/h.
Um dos pontos positivos é o tempo de recarga. As baterias de 6 e 14 kWh necessitam de quatro horas para carregar 80% de sua capacidade, enquanto a opção de 10,5 kWh precisa de apenas três horas.
Em relação ao visual, ele é totalmente influenciado pelo modelo dos anos 50. A porta é única e na frente do modelo, assim como era a do clássico, mas sem maçaneta. Ela se abre ao apertar um botão. Ainda no lado de fora, alguns elementos dão um tom mais moderno ao elétrico, como barras de LED e faróis redondos montados ao lado do modelo.
O interior tem espaço, embora que pouco, para duas pessoas. O volante é fixo e não conectado à porta, o painel conta com um design minimalista contraposto por um quadro de instrumentos digital. No centro do painel há uma pequena tela sensível ao toque para coordenar as principais funções do carro.
A marca anunciou três versões do elétrico. O modelo de entrada se chama “Urban” e é disponibilizado em branco “Santorini” e laranja “Amsterdã”. Ele tem um teto preto brilhante e estofamento na mesma cor ou com tom de carvão.
A versão intermediária se chama Dolce e conta com detalhes cromados em seu exterior. Além disso, terá a adição dos tons menta “Paris”, vermelho “Milão” e azul “Zurique” combinados a um teto branco. As barras de LED aparecem na dianteira e traseira. Nesta versão, o estofamento é de tecido ou couro vegano e o teto dobrável – opcional na Urban – é padrão na Dolce.
Por último, mas não menos importante, a Competizione é a versão topo de linha que tem novas opções de cores, como o antracito “Gotham” e verde “Londres” que são associadas a um teto preto brilhante.
Apesar das mudanças no projeto e no desenvolvimento do modelo, a Micro permaneceu fiel ao valor que havia divulgado no início do projeto. O modelo elétrico irá custar €12,500, algo em torno de R$ 78.250 em conversão direta. Portanto, ele é um pouco mais caro que a versão intermediária de um Logan ou de um Chevrolet Onix.