O aumento nas vendas de carros híbridos e elétricos tem causado um avanço geral na eletromobilidade do Brasil. Um dos sinais é a evolução nos postos de recarga, em volume, variedade e qualidade. Para isso, pontos gratuitos, que serviram como um incentivo inicial, deixam de ser a única opção e passam a conviver com pontos que cobram pela recarga.
Com a cobrança vem a promessa de um melhor serviço, já que muitos carregadores públicos gratuitos carecem de reparos e atualizações, e com a possibilidade de agendamento, para evitar filas de espera.
Tradicionais distribuidoras de combustíveis entraram para o ramo da eletromobilidade. A Raízen, empresa responsável por postos da Shell, já tem diversas estações de recarga Shell Recharge em rodovias e centros urbanos, com conectores CCS2 e CHAdeMO, e potências de 30 a 150 kW. O valor cobrado varia entre R$ 1,90 e R$ 2,10/kWh, ou seja, paga-se entre R$ 95 e R$ 105 para a recarga completa de um modelo com bateria de 50 kWh, como o Peugeot e-208 GT.
A Vibra, ex-BR Distribuidora, gestora dos postos Petrobras, também já possui sete carregadores com potência máxima de 150 kW no Brasil, com plugues CCS2, Tipo 2 e CHAdeMO. Por enquanto, esses eletropostos Petrobras não cobram pela recarga, mas no segundo semestre acaba a gratuidade. Os valores a serem cobrados ainda não foram definidos.
No posto dedicado totalmente à recarga de elétricos, inaugurado recentemente em São Paulo pela EZVolt, que é uma parceria com a Vibra, o consumidor já paga (R$ 1,97/kWh). Para um veículo cuja bateria tem 50 kWh, uma recarga completa sai por R$ 98,5. Nos dois casos, Shell e EZVolt/Petrobras, o pagamento é feito via aplicativo.
Como comparação, postos da Alemanha cobram cerca de 0,40 euros/kWh, ou seja, aproximadamente R$ 2,25/kWh. E, nos Estados Unidos, é preciso desembolsar, em média, US$ 0,40/kWh, ou R$ 2,10/kWh. Ou seja, numericamente, fica mais caro recarregar nesses países, onde ainda existem eletropostos públicos com recargas gratuitas.