União Europeia estuda ter brecha para manter carros a combustão após 2035
Os combustíveis sintéticos seriam uma alternativa para que carros a combustão seguissem existindo na Europa
A União Europeia já bateu o martelo para o fim dos carros a combustão. A partir de 2035, todos os carros deverão ser elétricos e nenhum novo modelo a diesel ou gasolina poderá ser comercializado na Europa. Porém, a Comissão Europeia já estuda mais uma brecha: permitir a venda de veículos movidos a combustíveis sintéticos, que não poluem e não usam petróleo.
A discussão ganhou força por pressão da Alemanha, que é um dos países do bloco a se opor às novas regras – entre eles a Itália, Hungria e Polônia. Não por acaso, já que Alemanha e Itália estão entre as fabricantes de automóveis que têm investido no desenvolvimento de combustíveis sintéticos. O maior exemplo é a Porsche, que já produz gasolina sintética em Punta Arenas, no Chile.
Com isso, a União Europeia elaborou um plano que sugere a criação de uma nova categoria de veículos. De acordo com a agência Reuters, que teve acesso aos documentos, o plano diz que os veículos precisarão ter algum tipo de sistema que bloqueie o funcionamento do motor caso ele seja abastecido com outro combustível que não o sintético.
Um sistema como esse, porém, poderia complicar a vida das empresas, forçando-as a desenvolver motores totalmente novos – o que aumentaria os custos e geraria certa inviabilidade. O ministro dos transportes da Alemanha, Volker Wissing, teria dito a fontes que espera ver melhorias nos planos da Comissão Europeia.
A transição para um futuro totalmente elétrico será feita em duas etapas: a primeira, com uma redução de 55% nas emissões por parte das montadoras até 2030. e a segunda, que extingue de vez os modelos com motor a combustão.
Exceções ou maiores prazos seriam dados a marcas que produzem menos de 10.000 veículos por ano (que teriam um ano a mais para se adequarem) e a empresas cuja produção de veículos é artesanal, como McLaren, Bugatti, Pagani e Koenigsegg. Para estas, um novo prazo ainda não foi estabelecido. Esses direitos seriam assegurados pela Emenda 121, ou “Emenda Ferrari”.