União Europeia quer só elétricos a partir de 2035, mas poupará supercarros
Marcas mais exclusivas e de maior tradição terão maior prazo para se tornarem 100% elétricas - mas terão que seguir normas do Euro 7
A União Europeia aprovou, na última semana, o acordo que proibirá novos carros a combustão a partir de 2035 em seus 27 países membros – entre eles, Alemanha, Espanha, França, Portugal e Suécia. A lei, porém, terá exceções e poupará – por pouco tempo – nomes como Ferrari, Bugatti e McLaren.
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De acordo com o site espanhol Diariomotor, uma emenda promovida por um grupo de deputados italianos avançou durante a discussão das novas normas. Não por acaso apelidada de “Emenda Ferrari”, a Emenda 121 prevê que dois tipos de fabricantes ganhem mais tempo para que se tornem totalmente elétricas, considerando questões de engenharia, mercado e tradição.
A primeira exceção deverá ser para marcas que produzem menos de 10.000 unidades por ano, já que este não é um número considerado significativo pela neutralidade de emissões. Neste caso, as empresas terão um ano a mais para se adequarem – assim, a partir de 1º de janeiro de 2036, deverão seguir as regras já impostas às demais.
A segunda brecha será aplicada a empresas com produção artesanal, cujas vendas não ultrapassam as 1.000 unidades anuais. É o caso de Morgan, McLaren, Aston Martin, Pagani, Bugatti e Koenigsegg, por exemplo. Para estas, um novo prazo ainda não teria sido estabelecido, já que as vendas reduzidas não seriam capazes de impactar nas emissões.
Algumas destas marcas pertencentes ao segundo grupo fazem parte da Aliança Europeia de Fabricantes de Automóveis de Pequenos Volumes (ESCA). A associação já havia pedido medidas especiais para estas empresas, alegando impacto limitado nas emissões e um ciclo de vida maior de seus modelos.
Valem, porém, duas observações. A primeira é de que a Ferrari, apesar do apelido da emenda, não faria parte de nenhum dos grupos, já que, em 2021, teria emplacado e vendido mais de 11.000 unidades. Nada impede, porém, que a marca contenha seus volumes para adequar-se às exceções.
Também é preciso dizer que, mesmo as marcas com prazos diferenciados, terão que cumprir as rigorosas normas de emissões do Euro 7. Então periga de venderem carros com, pelo menos, mecânica híbrida.