Zeekr quer ser Porsche chinesa com crossover de 789 cv no Brasil

Após cinco meses estruturando sua operação, a Zeekr decidiu o que quer no Brasil. A fabricante de carros elétricos que pertence ao Grupo Geely (dono da Volvo e da Lotus) terá dois lançamentos em 2024 e mais dois em 2025.

A estratégia é ser a marca chinesa mais luxuosa presente no Brasil, mirando nas alemãs BMW, Audi e Mercedes-Benz. Mas seu grande desejo é ser vista como uma Porsche chinesa. Não por acaso, o crossover Zeekr 001 será importado em três versões com até 789 cv de olho nos clientes do Taycan.

Muita audácia? Talvez não. A Zeekr fez um pequeno encontro para mostrar um dos primeiros Zeekr 001 importado para homologação e testes no Brasil. Uma comitiva de 20 engenheiros chineses chegará ao Brasil nas próximas semanas para realizar uma bateria de testes de campo no país com a intenção de fazer ajustes no projeto para o mercado local. Coisa rara entre as chinesas.

O Zeekr 001, inclusive, passou por uma leve reestilização na China. Os carros que serão vendidos virão com o novo design e em três versões: Base, Premium e Flagship, já com novos números de potência.

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A versão base tem rodas aro 21 e apenas um motor, instalado no eixo traseiro, que gera 421 cv e 44,9 kgfm. São números suficientes para ir de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e alcançar a máxima de 240 km/h, de acordo com a marca. A autonomia seria de 620 km (WLTP) com sua bateria de 95 kWh de NMC.

As versões Premium e Flagship terão dois motores e um total de 789 cv e 82,6 kgfm, podendo alcançar os 100 km/h em 3,3 s com velocidade máxima de 240 km/h A bateria tem 100 kWh e permitiria autonomia de até 705 km (WLTP).

A diferença da versão Flagship estaria nas rodas aro 22 e em detalhes do acabamento interno acompanhando a cor da carroceria, por exemplo. Mas todos terão materiais semelhantes, como Alcantara revestindo teto, colunas e parte das portas e bancos, dividindo espaço com nappa. Todos têm suspensão pneumática, com altura do solo variando entre 17 e 20 cm – altura de SUV.

Os carros reestilizados ainda têm quadro de instrumentos com tela maior, de 13 polegadas, enquanto a central multimídia tem 15,6 polegadas e é fundamental para comandar todas as funções do carro, junto com os touchpads no volante. Ainda tem um head up display com projeção de 35,5 polegadas.

Todos os Zeekr são baseados na plataforma SEA, hoje também compartilhada com a Volvo. Essa plataforma é a base para todos os carros da marca e é baseada em arquitetura de 800 V, mais moderna e que permite o uso de cabos menos grossos (portanto, mais leves e baratos) e recarga rápida.

Unidades com baterias de 95 kWh podem recarregar de 10 a 80% em 11,5 minutos e as de 100 kW fazem o mesmo em 15 minutos. Estes carros também podem recarregar outros carros elétricos a uma potência de 60 kW.

Outro carro já confirmado é o Zeekr X, um SUV compacto que compartilha a plataforma SEA-E com o Volvo EX30 e com o Smart #1 (a Geely também é acionista da Smart, bem como da Mercedes e da Aston Martin). Mas tem funcionalidades próprias, como a central multimídia de 14,6″ que se desloca eletricamente para a frente do carona, que ainda pode reclinar seu assento como uma poltrona.

Para que essa poltrona ser possível, o assento traseiro precisa ser erguido, exatamente como fazem os Honda HR-V, City e Fit. Além disso, o SUV da Zeekr tem um compartimento entre os assentos dianteiros que pode funcionar como estufa, geladeira ou freezer (a marca declara uma variação de temperatura enorme, entre 50°C e -50°C).

Duas configurações do Zeekr X estão confirmadas: uma com apenas um motor elétrico (montado na traseira) com 272 cv e outra com dois motores elétricos, um por eixo, que entrega 428 cv. São exatamente os mesmos números do Smart #1. O mais potente promete 0 a 100 km/h em 3,9 s.

Com uma bateria de 60 kWh, a marca anuncia autonomia variando entre 512 e 560 km no otimista ciclo chinês.

Para 2025, a Zeekr prevê mais dois carros. Um deles será um SUV médio que ainda não foi revelado. Outro poderia ser o sedã 007, a van 009 ou o monovolume Zeekr Mix. A marca ainda avalia qual seria a melhor opção para o mercado brasileiro.