A inflação é implacável e faltam opções de bons carros com preços abaixo dos R$ 25.000 fabricados há menos de 15 anos. Ênfase em “bons carros”, pois sempre há um carro de repasse, ou mais caidinho, sendo vendido abaixo do preço de tabela.
Aqui estão algumas das opções que restam e, eventualmente, os problemas crônicos destes carros. Os preços publicados aqui representam a tabela Fipe de cada carro e, portanto, podem ter variações regionais.
1° – Ford Fiesta 1.0 2010: R$ 21.000
Destaque para o motor RoCam (73 cv), com muito torque em baixo giro. O porta-malas tem só 305 litros, mas o banco é rebatível. Olho vivo na caixa de direção, que costuma bater mesmo em carros bem conservados, principalmente com direção hidráulica.
2° – Fiat Mille Economy 1.0 2p 2013 – R$ 22.300
Mesmo não sendo mais produzido, o Fiat Uno Mille continua sendo referência nesta categoria. É um carro com manutenção simples e de custo muito baixo, pelas peças fáceis de serem encontradas e igualmente baratas.
Há uma grande oferta de carros que vieram de locadoras e frotas. Significa que foram usados em geral por equipes de manutenção, carregando escadas e ferramentas, que costumam deixar marcas no carro. Pelos mesmos R$ 22.300, dá para comprar um quatro-portas, mas possivelmente mais velho. Com uma boa pesquisa e 10% a mais no preço, acha-se uma versão com ar-condicionado.
3° – Chevrolet Celta Life 1.0 4p 2009: R$ 18.900
O valor acima inclui ar e direção, mas no critério acabamento ele é tão espartano quanto o Mille, com interior pobre, com plásticos mal-encaixados e de baixa qualidade.
Por empregar a plataforma do Corsa antigo, conta com peças baratas e manutenção simples até para o motor 1.0 VHC, com 78/77 cv. Se você não fizer questão dos dois itens acima, dá para comprar um Celta básico, de duas portas, pelo menos três anos mais novo.
4° – Peugeot 207 1.4 XR 2010: R$ 20.000
A relação entre custo e benefício atrai: é mais equipado e tem ótimo acabamento perto de carros de preços semelhantes.
O problema é o motor 1.4 de 82 cv, que dá conta do recado em termos de desempenho, mas tem grande tendência a queimar a junta do cabeçote nos carros fabricados entre 2008 e 2014. As peças não são baratas nas autorizadas e, somada a mão de obra, o reparo pode superar os R$ 4.000.
5° – Renault Clio Campus 1.0 16V 4p 2009: R$ 17.000
Ele é um modelo que demanda muita pesquisa, pois sua variação de preços é enorme. O preço da tabela Fipe costuma ser praticado com carros com mais de 150.000 km. Contudo, por esse valor, já traz quatro portas, ar-condicionado e direção hidráulica.
Como tem um motor 16 válvulas, cuidado com a correia dentada. Se sua troca não estiver bem documentada, troque-a juntamente com a válvula termostática, que pode trazer dor de cabeça depois. Fora isso, o motor 1.0 16V D4D de 77/76 cv é bastante valente e garante um bom desempenho e baixo consumo para os 1.0 da época.
6° – Renault Sandero 1.0 Authentique 2010: R$ 21.300
O Renault Sandero nasceu para ser um carro simples, robusto e barato. Com o design da sua primeira fase, se destaca mais pelo excelente espaço interno. Não apresenta grandes problemas crônicos e usa o mesmo motor do Clio.
Com o preço acima, é possível levar um 2010 completo, com ar-condicionado e direção hidráulica. Se dispensar esses equipamentos, dá para achar um veículo dois anos mais novo. Fique atento ao estado da mecânica, pois uma unidade sem manutenção preventiva confirmada pelo manual do proprietário pode virar depois uma dor de cabeça.
7° – Fiat Palio Fire Economy 4p 2010: R$ 23.180
O Fiar Palio com motor Fire tem qualidades semelhantes às do Uno Mille, como robustez mecânica, economia de combustível e peças baratos. Seu visual também é datado, pois foi apresentado na linha 2004, mas tem mais espaço.
Sucesso como carro de locadora, o Palio Fire completo pode ser encontrado por R$ 24.000, mas nem pense em procurar por um básico, pois a diferença de preço não compensa.
8° – JAC J3 1.4 16V 2012: R$ 19.255
Comparados aos outros carros da lista, os JAC J3 despontarão como carros mais novos, potentes (o motor 1.4 tem 108 cv) e completos, pois todos têm para-choques pintados, rádio, dois airbags e freio ABS. E ainda assim são baratos. Mas como?
Bem, é um carro chinês. As profundas alterações no projeto que a JAC providenciou antes de lançar o J3 no Brasil fez dele um carro bastante resistente às condições do país. O problema está na oferta de peças de reposição. Há carros muito íntegros à venda por um bom preço, mas é um negócio que requer atenção.