Renault Kwid usado é barato de comprar e manter; veja defeitos
O compacto tem qualidades e defeitos como todo carro. Mas seu histórico no mercado recomenda atenção do comprador do seminovo
Lançado na Índia em 2015, o Renault Kwid apareceu no Brasil em 2017 com motor três-cilindros 1.0 12V de 70 cv. Sua suspensão elevada e o visual lhe valeram o apelido de SUV dos compactos. Mas sua extrema simplicidade chamou atenção, com as rodas de três parafusos, limpador de para-brisa único e o uso extenso de plásticos rígidos.
Quando surgiu, o Kwid custava menos de R$ 30.000 na versão de entrada Life, que não trazia ar-condicionado e direção elétrica nem mesmo como opcionais. Era um carro para frotistas, a princípio. Quem quisesse mais conforto teria de partir para a Zen, que vinha com ar-condicionado, direção elétrica, travas elétricas e vidros elétricos dianteiros.
O degrau seguinte era a Intense mais Pack Connect, composto por retrovisores elétricos, faróis de neblina, tela de 7” para áudio e navegador, câmera traseira, abertura elétrica do porta-malas, rodas de liga leve e chave canivete. A versão mais off-road Outsider surgiu na linha 2020, e trazia rodas pretas e rack decorativo como extras, além dos itens encontrados na Intense.
Infelizmente, alguns defeitos crônicos marcaram a vida desse carrinho, com grande número de reclamações, como problemas no trambulador, na embreagem, entre outros, alvo de reportagem publicada pela Quatro Rodas. Isso fez com que o Kwid tivesse uma lista grande de reclamações entre seus proprietários.
Quem pensa em comprar um Kwid usado deve levar em conta esses defeitos e também outros aspectos que não agradaram ao consumidor. O tanque de combustível modesto, de apenas 38 litros, é um deles. Os bancos dianteiros pequenos são desconfortáveis para os mais altos. E o nível de ruído interno elevado incomoda os mais atentos.
E existem ainda reclamações em relação ao funcionamento do ar-condicionado, tido como ruidoso, vibração dos pedais, freios ineficientes, curso curto das suspensões, caixa de direção barulhenta.
Então tudo é ruim quando se fala em Kwid? Não, o consumo é baixo, a manutenção é barata, assim como o seguro. Tem quatro airbags e pontos de fixação Isofix. E porta-malas de 290 litros, bom para um carro desse tamanho (maior do que o do Fiat Mobi, com 235 litros).
É mais comprido que o modelo da Fiat também, com 3,68 metros contra 3,56 m. E pesa bem menos, 780 kg contra 967 kg do Fiat. Mas, em virtude dos problemas, olho vivo na hora da compra para que essa opção não se transforme em frustração.
Problemas e defeitos do Renault Kwid
- Embreagem: Fica dura por problemas no cabo e no platô. Não existe solução, a não ser a troca dos componentes.
- Marcha a ré: Pode apresentar ruído desagradável. Existe um boletim interno da Renault para resolução desse problema denominado “Dica Techline 2019-07, de 09/10/2019”. Mas, pelos relatos, mesmo com tal procedimento, o ruído volta.
- Pedais: Uma vibração do conjunto de pedais que chega a provocar formigamento nas pernas do motorista, após um longo percurso.
- Freio: É bom verificar estado de pastilhas e discos, alvos de reclamações por problemas de desgaste precoce.
- Coxins: Os apoios de motor e câmbio sofrem de desgaste precoce e causam excesso de trepidação no conjunto mecânico.
- Sensor do acelerador: Uma falha nesse componente provoca o acendimento da luz da ignição no painel de instrumentos, que indica problemas no sistema.
- Luz do painel: A tal luz do sistema de ignição é alvo de trocas por problemas constantes.
A voz do dono
Nome: Heraldo José Pereira de Oliveira
Idade: 35 anos
Profissão: comerciante
Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro
“Ele é compacto e oferece um bom porta-malas. É econômico e para mim não fica caro pagar as manutenções preventivas, as revisões não são caras e o seguro também saiu bem em conta.”
O que eu odeio
“O pedal do acelerador foi trocado três vezes, a marcha a ré teve uma espécie de aplicação de graxa, a suspensão é duríssima, o painel foi trocado, o ar é muito barulhento, os bancos são desconfortáveis.”
Valor dos Renault Kwid usados (KBB Brasil)
Preço das peças do Renault Kwid
Teste de pista
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 15,2 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 36,7 s – 138,3 km/h
- Velocidade máxima: 156 Km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h: 8,9 s
- Retomada de 60 a 100 km/h: 14,5 s
- Retomada de 80 a 120 km/h: 25,8 s
- Frenagens de 60/80/120 km/h a 0 m: 16,3/28,6/65,3 m
- Consumo urbano: 14,6 km/l
- Consumo rodoviário: 18,2 km/l
Ficha técnica – Renault Kwid Life
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros em linha, 12V, 999 cm3; 66/70 cv a 5.500 rpm, 9,4/9.8 mkgf a 4.250 rpm
- Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (dianteiro) /eixo rígido (traseiro)
- Freios: discos sólidos (dianteiro), tambor (traseiro)
- Direção: mecânica; diâmetro de giro, 10 m
- Rodas e pneus: aço, 165/70 R14
- Dimensões: comprimento, 368 cm; altura, 147,4 cm; largura, 157,9 cm; entre-eixos, 242,3 cm; peso, 758 kg; tanque, 38 l; porta–malas, 290 l
Nós dissemos
MAIO DE 2019 “Assim que reportamos o rangido e a dureza da embreagem, o técnico assumiu o banco do motorista, pisou no pedal e decretou: ‘Já imagino o que seja… Como esse problema tem afetado outros Kwid, a Renault autorizou a execução do conserto em garantia”, disse o técnico. “O pedal do acelerador também foi trocado.”
Pense também em um…
Fiat Mobi – É mais curto, portanto oferece menos espaço para os ocupantes de trás. Mas é mais largo. O acabamento é simples, mas superior ao do Kwid pelo uso de plásticos com diferentes texturas. A partir de abril de 2020, deixou de usar o ótimo motor 1.0 Firefly, encontrado também no Argos e Cronos, para voltar ao 1.0 Fire Evo, de concepção mais antiga.