VW T-Cross 1.0 TSI usado é SUV espaçoso, faz 17 km/l e parte dos R$ 83.000
SUV é o mais vendido do segmento em 2024 e está entre os mais buscados entre os seminovos pelo custo-benefício
O VW T-Cross foi o primeiro SUV compacto da Volkswagen produzido no Brasil. Ele estreou em 2019 e não demorou muito para estar entre os SUVs mais vendidos e mantém a liderança desde o ano passado. Desde a sua estreia, já teve mais de 320.000 unidades vendidas e esse sucesso é o resultado da combinação de espaço generoso, motor econômico e bom conteúdo.
Para falar do T-Cross usado, usamos uma unidade da versão Comfortline 200 TSI, a mais completa equipada com o motor 1.0 turbo (128 cv/20,4kgfm). A versão topo de linha, Highline 250 TSI, sempre com o motor 1.4 turbo que rende até 150 cv.
O T-Cross ganhou como SUV mais amado pelos seus donos na Pesquisa Os Eleitos 2022, promovido por Quatro Rodas e que expõe a opinião dos proprietários dos modelos. Em 2023, o T-Cross ficou em segundo lugar, pois foi prejudicado com notas baixas, como 87,8 em acabamento interno, um mal congênito da linha VW.
O ano/modelo do exemplar avaliado é 2023 e mesmo com o facelift recente da linha 2025 não ficou com um visual datado na dianteira, afinal a VW optou por não adotar a grade iluminada que já está presente no VW Taos.
A grande diferença fica por conta dos faróis que nos zero km são full led para toda linha e anteriormente faziam parte de um pacote opcional Tech & Beats (faróis full-led, park assist e sistema de som Beats com subwoofer). Mas tem faróis de neblina com luz de curva (cornering light), que são úteis principalmente na estrada e estão presentes desde a versão entrada, 200 TSI.
Na traseira o design ficou mais ultrapassado ao compará-lo com a linha 2025. Afinal os filetes que interligam as lanternas full led ficaram iluminadas e é um visual exclusivo do modelo brasileiro.
Entre-eixos de SUV médio
Projetado sobre a plataforma modular MQB, o Volkswagen T-Cross brasileiro é ligeiramente maior do que o europeu, sendo cerca 1 cm mais alto e 8,8 cm mais comprido, com seus 4,19 cm de comprimento total. Todo o ganho no comprimento está concentrado no entre-eixos de 2,65 m.
Virtudes não faltaram ao T-Cross para conquistar o mercado, mas uma é unanimidade entre os propietários: oferece espaço de sobra para quatro adultos, maior que o de muito SUV. O espaço para cabeça é de 94 cm, 2 cm a mais que no rival Hyundai Creta e para pernas o espaço é o mesmo, acomodando com conforto adultos com estaturas maiores.
Mas os donos também têm reclamações e uma das principais é o volume do porta-malas. São apenas 373 litros, enquanto o Creta traz 422 litros. É possível chegar a 420 litros de capacidade quando o encosto do banco traseiro é colocado em uma posição mais vertical mas. definitivamente. não é a posição mais confortável para uma viagem.
Acabamento é o ponto fraco
O quadro de instrumentos digital tornou-se item de série a partir da linha 2020 na versão Comfortline, o que traz sofisticação para a cabine. Porém, ela destoa do acabamento dominado pelo plástico rígido com aspecto simples. Até o modelo 2021, a central multimídia tem tela de 8” com grafismos mais antiquados. Só depois recebeu a central VW Play atual.
Atualmente toda a linha traz a VW Play com tela de 10,1”, afinal trata-se de uma excelente central e não fazia sentido continuar equipando apenas a versão mais cara com ela. Em relação ao acabamento a VW parece ter ouvido as reclamações dos consumidores e há na linha 2025 emprego de materiais macios ao toque, costuras aparentes e tecidos.
Motor econômico e barato de manter
O motor é o 200 TSI, um três-cilindros 1.0 turbo flex que também pertence à família EA-211. São 115/128 cv e bons 20,4 kgfm entre 2.000 e 3.500 rpm, com câmbio automático de seis marchas.
Acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 s e é bem econômico, com médias aferidas em nossa pista de 11,7 km/l na cidade e 16,9 km/l na estrada. A economia desse conjunto mecânico realmente enche os olhos, ao comparar com o Hyundai Creta, por exemplo, se destaca ainda mais. O SUV compacto da marca coreana fez 11,5/14,4 km/l (cidade/estrada) sempre com gasolina.
Já na manutenção o exemplar avaliado (ano 2023) ainda desfruta da garantia que são de três anos na linha VW e também usufrui das três primeiras revisões gratuitas. Portanto, até 30.000 km a VW custeia a manutenção, mas mesmo fora da rede credenciada é possível concluir que o modelo não é caro de manter, afinal o preço da cesta de peças está dentro da média de mercado.
Segundo a tabela da KBB de preço de usados, um T-Cross 2023 Comfortline vale R$ 124.000 – um valor mais palatável frente aos R$ 160.990 cobrado por esse modelo zero km. Mas é possivel encontrar carros 2020 por R$ 93.000. Se partir para versão de entrada, ainda automática, o valor cai para R$ 83.000.
Problemas e defeitos do T-Cross
Cabeçote – Nos dois a correia dentada e seu tensor devem ser trocados após 120.000 km ou quatro anos e meio. Apesar de simples, o procedimento é trabalhoso e não sai por menos de R$ 2.000.
Bomba d’água – Tanto no 200 TSI quanto no 250 TSI pode ocorrer uma falha na junta de vedação. Aproveite para verificar o estado da correia Poli-V que a aciona.
Remapeamento – Os motores TSI são famosos pelos ganhos de rendimento com alterações no gerenciamento eletrônico. O problema é que quase sempre isso encurta a vida útil do motor e da transmissão.
Suspensão – Na suspensão dianteira, verifique o estado geral de buchas, batentes e das bieletas que ligam a barra estabilizadora às bandejas. Na suspensão traseira, confira a integridade do eixo.
Teto solar – Não é comum infiltrações. Verifique o funcionamento do sistema, que deve ser sem estalos ou ruídos.
Freio – São comuns as queixas de pedal duro, causadas por falha no sistema de assistência a vácuo. O problema pode estar no sensor do hidrovácuo, na bomba de vácuo, na mangueira que liga a bomba ao hidrovácuo ou em um fusível queimado.
Preço dos VW T-Cross usados
* Valores em reais calculados pela KBB Brasil para a compra pelo particular