Era março de 1999 quando o Peugeot 206 foi lançado por aqui. A derrota do Brasil para a França na final da copa de 1998 ainda estava presa na garganta dos brasileiros. Mas se havia qualquer diferença entre as torcidas de Ronaldinho e Zidane, ela não impediu o sucesso do compacto francês.
Francês no primeiro lote, diga-se. Nos meses seguintes aquele carro de entrada com design atraente (assinado pela Pininfarina), acabamento superior e equipamentos de segmentos superiores (como ar-condicionado automático e teto solar) passaria a vir da Argentina. Era o jeito para dar conta de tamanha demanda até o início da produção nacional, em 2001.
O Peugeot 206 era um sucesso que a fabricante francesa nunca havia visto no Brasil. E, bem… Nunca mais conseguiu repetir. Está aí a importância da nova geração do Peugeot 208, que parece estar fazendo de tudo para reviver o sucesso do avô.
A fabricante não confirma, mas o lançamento deverá acontecer até o fim de setembro. Tanto nas versões com motor 1.6 quanto na versão elétrica.
Os paralelos entre a história de ambos são muitos. Desta vez só a versão elétrica (que chega nos próximos meses) virá da França. As com motor a combustão terão produção concentrada na Argentina O próprio azul Quasar escolhido para o lançamento do 208 lembra o chamado azul da China que fez muito sucesso nos primeiros anos do 206.
O design dessa segunda geração do Peugeot 208 também é impactante. Aqui no Brasil todas as versões do modelo terão as luzes diurnas de leds que mais parecem sabres que começam nos faróis e vão quase até a base do para-choque. Talvez chamem até mais atenção que as duas tomadas de ar (que na verdade era a captação do ar-condicionado) no capô do 206.
Mas se gostou dos faróis full-led com três barras de luzes diurnas extras (que a Peugeot diz ser as garras do seu leão), prepare o bolso: são exclusivos da versão topo de linha, ainda sem nome. As demais têm faróis monoparábola com lâmpadas convencionais.
Outros elementos também atraem olhares. A grade dianteira está bem maior e passou a acolher o leão da Peugeot e o nome do modelo está acima dele. O próprio capô têm vincos mais fortes.
A traseira se inspirou nos 3008 e 5008, e tem uma barra preta interligando as lanternas, que estão bem mais compactas. Mas elas não têm leds em nenhuma das versões, embora os efeitos simulem isso bem.
Os carro feito para o Mercosul têm algumas diferenças para o europeu. Além da suspensão mais alta (sobre a qual falaremos adiante), o para-choque traseiro é diferente. A seção central simula um extrator e não tem refletores e, para a alegria de muita gente, não tem lanterna de neblina.
Difícil é encontrar alguma semelhança com o 208 antigo, que deixou de ser produzido em março. A própria lateral tem recorte das portas e janelas que lembram mais o 206. E se você também não entendia o motivo de grande parte das versões do compacto de 20 anos atrás usar calotas, um alento: todos os novos 208 têm rodas de liga-leve. Mas mesmo as de aro 16″ parecem pequenas nele. A explicação pelo menos é justa.