Por Péricles Malheiros
Uma picape média não estaciona nas vagas dos carros de Longa Duração desde julho de 1997, quando desmontamos uma Ford F-1000 após 60 000 km rodados. Fim do jejum: a Chevrolet S10 com o novo motor 2.5 flex de 206/197 cv já está entre nós.
O processo de compra foi rápido: apenas 20 dias entre o pedido e a retirada na concessionária paulistana Carrera Butantã. Optamos pela versão mais completa, LTZ, com cabine dupla e tração 4×4. Faturado em nome de pessoa jurídica, tivemos direito a um bom desconto, 14,3%: a tabela oficial indicava R$ 104 300 e pagamos R$ 89 335. “No processo de entrega, percebemos muito mais dedicação e conhecimento do que o dispensado pela autorizada Palazzo, que nos vendeu o Onix, o último Chevrolet que fez parte da nossa frota”, explica o editor Péricles Malheiros.
Depois de apresentar o sistema multimídia MyLink (diga-se, muito mais completo e amigável do que o do Onix), o funcionário destacou a importância de ler os manuais (do veículo e de segurança) e ficar atento às revisões – sem forçar a barra para que fossem feitas na própria Carrera. Apenas um deslize: na revisão de entrega, a Carrera se esqueceu de retirar a película plástica que protege a lente do brake-light (externo, no centro do teto). Depois, o anda e para do trânsito de São Paulo aqueceu a peça e derreteu a cola, o que impediu a retirada completa do filme plástico.
Também nos chamou a atenção a ausência de protetor de caçamba e capota marítima. Por ser uma versão topo de linha, que custa mais de R$ 100 000 pela tabela, esses itens deveriam vir de série. Outra pisada na bola foi a autorizada não ter sugerido a venda dos dois equipamentos à parte. Chegamos a retirar a picape da loja sem que
nenhum funcionário recomendasse a instalação dos itens. Por isso, fizemos uma cotação em quatro concessionárias. Os preços variam bastante: considerando sempre os itens da linha de acessórios originais, encontramos valores entre R$ 3 450 (na Palazzo) e R$ 1 900 (na Carrera Butantã). Tapetes sem travas e que deslizam com facilidade para debaixo dos pedais aumentaram a lista de itens negativos.
Mas é preciso ser justo: na coleta de primeiras impressões, a caçula da frota também ganhou vários elogios. “Uau, essa é a nossa? O porte dela é impressionante”, disse o editor de fotografia, Marco de Bari. O revisor de texto Renato Bacci, que mora em São Pedro, no interior de São Paulo, também se mostrou empolgado: “Ela combina direitinho com as estradinhas de terra que eu encaro nos passeios de fim de semana”. Muito mais do que isso, Renato: ela combina perfeitamente com o teste de Longa Duração e seus 60 000 km, análise dos serviços das concessionárias e avaliação de carroceria e do conjunto de motor e câmbio.
Banco traz ajuste elétrico. Tapete dobra facilmente e enrosca no acelerador. Filme não foi retirado e grudou no brake-light
Versão LTZ é topo de linha, mas não vem com protetor de caçamba nem capota marítima. Tração 4×4 e reduzida por botão
O sistema multimídia MyLink melhorou – e o ar-condicionado é digital. O novo motor 2.5 flex tem 147 cv e injeção direta