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Guia de usados: Mercedes-Benz Classe C (3ª geração)

A estrela mais popular do fabricante alemão brilha entre os seminovos, mas é preciso tomar cuidado com a procedência

Por Felipe Bitu
Atualizado em 1 nov 2017, 16h56 - Publicado em 3 jan 2015, 11h20
Mercedes-Benz C 200 K Avantgarde
A terceira geração do Claee C chegou ao Brasil na linha 2008 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Precisa de um carro espaçoso e confiável? Em vez de pensar num sedã japonês, considere investir numa dose extra de prestígio, segurança e conforto: são predicados intrínsecos ao Mercedes Classe C, um dos sedãs mais badalados do mercado.

A terceira geração (código W204) desembarcou aqui como modelo 2008, com suas linhas angulosas que ditavam um estilo conservador e esportivo. Maior e mais espaçoso que o anterior, ele brigava em pé de igualdade com BMW Série 3, Audi A4 e Volvo S60, e seria substituído no final de 2014 pela quarta geração, mais leve – mas também mais cara.

Havia três versões: o C 200 Kompressor trazia um 1.8 de 184 cv dotado de compressor mecânico, com dois padrões de acabamento (Classic e Avantgarde). O top C 280 trazia um V6 de 3 litros e 231 cv e foi oferecido apenas no Avantgarde.

Todos possuem ABS, controles de tração e estabilidade, airbags frontais, laterais e de cortina, encostos de cabeça proativos e o Pre-Safe, que alerta para uma colisão iminente e prepara o veículo para o impacto. O C 200 Avant garde diferenciava-se pelos faróis bixenônio e o C 280, pelo câmbio automático sequencial de sete marchas e pelos sensores de estacionamento.

Mercedes-Benz C 200 K Avantgarde

Fôlego extra veio no C 350 Sport, com seu V6 3.5 de 272 cv: vai de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos. Tem suspensão mais baixa, freios e rodas aro 17 do AMG e trocas de marcha no volante de couro. O modelo 2010 marcou a volta do C 180 Kompressor, agora com um 1.6 de 156 cv, enquanto o C 300 Sport passou ser a versão top, com seu V6 3.0 de 231 cv.

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Turbo e injeção direta eram as novidades do 2011: C 180 CGI Classic, C 200 CGI Avantgarde e C 200 CGI Sport estavam mais rápidos e econômicos. O C 250 CGI Sport chegou no início de 2011, pouco antes da estreia da linha 2012, reestilizada. O carro ganhou dianteira mais agressiva e estendia o câmbio automático 7G-Tronic de sete marchas para todas as versões.

Na hora da compra, mais importante que a versão é uma análise criteriosa: recheado de tecnologia, o Classe C é repleto de mecanismos complexos que pedem atenção da rede autorizada ou oficinas especializadas na marca. Um Classe C com manutenção negligenciada é mau negócio: suas peças são caras e nem sempre encontradas no mercado paralelo.

FIQUE DE OLHO

Os maiores danos no Classe C são causados por quem descuida da manutenção preventiva, segundo Rodrigo Maluhy, mecânico especializado em Mercedes. “Foi-se o tempo em que alguns itens duravam 30 anos. Então é preciso prestar atenção no histórico. As peças são caras e muitas vezes uma simples revisão de rotina estoura o orçamento.”

ONDE O BICHO PEGA

Mercedes-Benz C 200 K Avantgarde

Direção

Atenção ao estado da bomba hidráulica e da caixa de direção: o sistema deve funcionar de maneira suave, sem estalos, ruídos anormais ou vazamentos.

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Amortecedores

Barulho excessivo na suspensão dianteira pode ser resultado de amortecedores defeituosos. Rode com o carro e certifique-se do seu bom estado, pois um par novo não sai por menos de R$ 7 000.

Freio ABS

Ao ligar, verifique se as luzes no painel indicam pane no ABS e nos controles de tração e de estabilidade: o problema é causado por avaria no sensor de rotação das rodas, que deve ser substituído. Cada sensor custa em torno de R$ 950. Se as revisões estiverem em dia, a rede costuma trocá-los mesmo fora da garantia.

Câmbio automático

Deve trabalhar suavemente: trancos nas trocas de marcha indicam necessidade de resetar ou reprogramar o módulo da transmissão.

Turbo

Algumas unidades com motores CGI apresentaram vazamento de óleo provocado por folga no mancal do rotor da turbina, facilmente perceptível pela presença de fumaça nas partidas a frio. O problema tem sido solucionado pela rede autorizada mesmo após o término da garantia.

A VOZ DO DONO

Alberto Guilger, proprietário de um C 180 2013

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“Já tive um Mercedes Classe C nos anos 90 e atualmente tenho um C 180 2013: a evolução é absurda. O carro me agrada em tudo, com destaque para a performace: ele ganha velocidade rapidamente, mas de forma bem suave, sem trancos – e ainda tem um consumo relativamente baixo. Só não gosto do espaço traseiro.” Alberto Guilger, 57 anos, empresário, São Paulo (SP)

O QUE EU ADORO

“A dirigibilidade é excepcional: a suspensão é muito confortável sem comprometer a estabilidade. Ele cativa pelos equipamentos de segurança e pela confiabilidade.” Joathan Lopes, 24 anos, vendedor, Belo Horizonte (MG)

O QUE EU ODEIO

“O custo de manutenção assusta, tanto nas peças como na mão de obra. Mas o pior é o tratamento da rede: parece até que estão fazendo um favor em atender.” Luiz Washington da Silva, 50 anos, veterinário, Goiânia (GO)

NÓS DISSEMOS – Junho de 2011

“As versões C 180 Classic, C 200 Avantgarde e a topo de linha C 250 Sport têm todas o mesmo motor CGI, de 1,8 litro, turbo e injeção direta de combustível. A variação de potência (156, 184 e 204 cv) é fruto principalmente de uma programação diferente da central eletrônica. (…) O foco dessa nova linha de motores é a economia e o nível de emissões. (…) O motor trabalha em harmonia com a grande novidade do carro, a transmissão automática 7G-Tronic Plus, herdada do Classe E. (…) Se você se empolgar nas curvas mais fortes, entra em ação o Agility Control, para deixar os amortecedores mais firmes, grudando o sedã no chão.”

Preço médio dos usados (FIPE)
2008 2009 2010 2011 2012 2013
C 180 Kompressor R$ 54.399 R$ 57.297
C 180 CGI Classic R$ 56.361 R$ 65.553
C 200 CGI Avantgarde (184 cv) R$ 60.604 R$ 66.164 R$ 75.101 R$ 84.267
C 280 Avantgarde (231 cv) R$ 53.921 R$ 66.156
C 350 Sport (272 cv) R$ 97.335 R$ 100.515 R$ 130.114
Preço das peças
Original Paralelo
Para-choque dianteiro: R$ 2.803 R$ 4.430
Farol (cada um): R$ 3.194 R$ 1.590
Retrovisor (cada um): R$ 4.038
Disco de freio (par): R$ 1.154 R$ 1.300
Pastilhas de freio (jogo): R$ 367 R$ 580

PENSE TAMBÉM NUM… BMW Série 3

Os sedãs Série 3 de quinta geração são encontrados por bons valores a partir da versão 320i: na opção mais básica, ele fica devendo ar-condicionado digital, sistema de som com Bluetooth, piloto automático, teto solar elétrico, pintura metálica, regulagem de altura dos cintos dianteiros e até um pouco de desempenho para quem compra um BMW pensando em esportividade, já que seu 2.0 de 156 cv fica abaixo do acerto impecável das suspensões.

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Quem busca desempenho deve optar pelo 325i de seis cilindros com 218 cv ou pelo 320i de sexta geração, que chegou no fim de 2012: com o turbo, a potência saltou para 184 cv.

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