Dia das Mães: Assine por apenas 5,99/mês

VW Gol GTS, preferido dos preparadores, lapidou a alma esportiva do hatch

Arisco e feroz, a personalidade selvagem do Gol GTS marcou época e trouxe esportividade para família Gol

Por Felipe Bitu
Atualizado em 8 dez 2024, 19h19 - Publicado em 8 dez 2024, 19h15
VW Gol GTS
Faróis auxiliares para neblina e longo alcance e rodas “pingo d`água” (Acervo/Quatro Rodas)

Mesmo sem Dodge Charger e Maverick GT, os anos 1980 foram incríveis para quem gostava de carros: o Opala seis-cilindros começou a década como o nacional mais rápido do mercado, mas logo perdeu o título para o Gol GT.

Era 1984. E o Volks apresentava-se estável e agressivo, do ponto de vista dinâmico, mas tinha visual discreto frente ao comportamento nervoso – falha que seria sanada com o GTS.

Apresentado em 1987, o Gol GTS acompanhou a reestilização da família: frente 5 cm mais baixa, para-choques envolventes e lanternas traseiras maiores.

Os faróis mais largos eram os mesmos utilizados no Voyage e Parati. Por fora, uma decoração exclusiva incluía refletores auxiliares (de neblina e longo alcance), molduras laterais, novas rodas (apelidadas de “pingo d’água”) e aerofólio.

_MDB5061

Feroz, a nova versão manteve o status de automóvel mais rápido do Brasil: ia de 0 a 100 km/h em 10,8 s – era o único esportivo a completar a prova em menos de 11 s.

Continua após a publicidade

O ronco do escapamento (pouco abaixo do limite permitido), os freios eficientes, a direção rápida e o câmbio de engates curtos eram alguns de seus traços merecedores de elogios.

Compartilhe essa matéria via:

 

O elevado desempenho tinha explicação: o motor 1.8 dotado do comando de válvulas 049G (oriundo do Golf GTi). Gerava tanta energia que, por razões tributárias, a potência declarada era de 99 cv – um valor incompatível com o desempenho.

A potência estimada ficava entre 105 e 110 cv. Sobre os concorrentes, apenas o Monza S/R (motor 2.0) e o Passat GTS Pointer chegavam perto.

Gol GTS 1990

Continua após a publicidade

 

Além de potente, o GTS era carismático ao ponto de amenizar defeitos: o painel era igual ao do GT e tinha freios subdimensionados. Por outro lado, os retrovisores tinham comando interno, o volante era o “quatro bolas” do Santana e os bancos Recaro vinham de série.

Como opcional, havia rádio com toca-fitas e ar-condicionado – quase sempre dispensado por roubar potência.

O acabamento melhorou na linha 1988. O painel de instrumentos passou a ser o mesmo do Fox (versão do Voyage exportada para os EUA), os vidros elétricos e espelhos retrovisores eram iguais aos do Santana e a manopla do câmbio agora era uma bola de golfe estilizada (herança do Golf alemão). E o melhor: estava mais rápido, com 0 a 100 km/h em 10,6 s.

Gol 1.8 GTS
Gol GTS 1.8. 1987 (Acervo/Quatro Rodas)

 

Embora tenha perdido o posto de nacional mais rápido para o GTI (em 1989), o GTS manteve seu público. Era 56% mais barato que o topo de linha e o preferido dos preparadores, que abusavam da dupla carburação horizontal ou instalavam um turbo.

Continua após a publicidade

Reestilizado, o GTS 1991 enfrentava Escort XR3 1.8 e Uno 1.6R, mas continuava imbatível na relação custo-desempenho. Em números absolutos, perdia apenas para o Kadett GSi e o irmão caçula (o Gol GTi), ambos com motor 2.0.

E o GTS 1991 mantinha o ronco e a estabilidade inalterados, mas a queda no desempenho era sensível: ia de 0 a 100 km/h em 11,8 s.

A concorrência evidenciava um ponto negativo do GTS: a ausência de discos ventilados nos freios dianteiros. Mesmo sendo campeão de frenagem, a perda de eficiência em uso severo era sensível e perigoso.

O GTi foi melhor em desempenho, mas seu motor sofria corte acima de 6.100 rpm
O GTi foi melhor em desempenho, mas seu motor sofria corte acima de 6.100 rpm (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)

Apesar das boas vendas em vida, poucas unidades permaneceram originais. Um deles é este GTS 1990, que pertence ao colecionador Deivis Felix Martins.

Continua após a publicidade

Em fim de carreira, o GTS 1994 trazia direção hidráulica, mas despediu-se com a chegada da segunda geração do Gol. Em 1996, o Gol TSi foi uma tentativa de repetir seu sucesso, mas faltavam itens de série que o “irmão do meio” tinha de sobra: carisma e desempenho.

Ficha técnica – VW Gol GTS

 
Motor longitudinal, 4 cilindros, 1.781 cm³, 8V, comando de válvulas simples, alimentação por carburador de corpo duplo; 99cv a 5.600 rpm;14,9 mkgf a 3.600 rpm
Câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira
Dimensões Comp., 384,6 cm; larg., 160,1 cm; alt., 137,5 cm; entre-eixos, 235,8 cm; peso, 940 kg
Desempenho 0 a 100 km/h em 10,65 segundos, velocidade máxima de 168 km/h

 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

DIA DAS MÃES

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês

Digital completo + Impressa

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.