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Guia de Usados: Citroën C4 VTR

Com boa relação de custo-benefício, grande nível de exclusividade e estilo diferenciado, o hatch tem seu fã-clube

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 15 jul 2018, 14h03 - Publicado em 20 Maio 2016, 15h44
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  • C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Rodas
    Traseira é o destaque visual do carro, mas pede cuidados na manutenção (Acervo/Quatro Rodas)

    Responsável por estrear a linha média da Citroën no Brasil, o C4 VTR chegou em 2006 sem a mínima pretensão de passar despercebido. Até hoje, seu desenho, um tanto incomum, rende olhares e comentários pelas ruas.

    Apesar do nome e da aparência, porém, o hatch de duas portas (ou cupê, como é conhecido) não era vendido como um esportivo.

    Isso ficaria a cargo da versão VTS (com 180 cv), que não foi vendida oficialmente no país — algumas unidades foram importadas para uso da própria Citroën, as quais são verdadeiras raridades.

    C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Rodas
    Suspensão firme é boa na estrada, mas pode incomodar em pisos esburacados (Acervo/Quatro Rodas)

    Desde de seu lançamento, o VTR guarda uma boa relação de custo-benefício. Em versão única (e apenas nas cores preto, prata e vermelho), o hatch saía por R$ 69.800.

    De série ele vem equipado com ar-condicionado digital de duas zonas, faróis automáticos, sensores de chuva e estacionamento, faróis e lanternas de neblina, retrovisor interno eletrocrômico, piloto automático, limitador de velocidade, computador de bordo, volante multifuncional, rádio com mp3 e CD, travas, rodas de 15 polegadas, vidros e retrovisores elétricos e controles de tração e estabilidade. Havia ainda indicador de afivelamento dos cintos de segurança de todos os ocupantes, seis airbags e freios ABS.

    Entre os opcionais, estavam disponíveis o rádio com visor digital, faróis de xenônio direcionais (esses dois que, juntos, saíam por R$ 5.240), aerofólio (R$ 1.670), rodas Resolfen de 17 polegadas (R$ 3.443) e bancos de couro com aquecimento.

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    Painel do C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Rodas
    Interior ousado traz volante com cubo fixo e instrumentos no centro do painel (Acervo/Quatro Rodas)

    Mesmo sem ser chamado de esportivo, o modelo era equipado com um bom motor 2.0 16V a gasolina com 143 cv de potência e 20,4 mkgf de torque, que o levava de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e à velocidade máxima de 207 km/h, de acordo com o fabricante

    No teste QUATRO RODAS de dezembro de 2006, ele levou 10,9 s para chegar aos 100 km/h e registrou consumo de 8,5 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada.

    O câmbio era sempre manual de cinco marchas — bom para uma condução mais ágil e para fugir dos problemas da caixa automática de quatro marchas que equipavam as versões sedã e hatch de quatro portas.

    Motor do C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Rodas
    Motor 2.0 16V com 143 cavalos e 20,4 mkgf é suficiente para o porte do carro (Acervo/Quatro Rodas)
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    A convivência com o francês reserva conforto, agilidade e comandos sempre à mão. Apesar das duas únicas portas, o espaço interno permite que cinco pessoas viajem com conforto.

    Contudo, não tente acomodar pessoas de baixa estatura nos bancos de trás: a entrada e a saída do veículo são difíceis.

    O volante multifuncional de cubo fixo, outra peculiaridade do modelo que equipava o restante da linha C4 de primeira geração, parece estranho em um primeiro contato.

    No entanto, com o tempo, os volantes convencionais parecem pecar na ergonomia: com cubo fixo, os comandos de rádio, piloto automático e buzina estão sempre no mesmo lugar.

    Bancos do C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Rodas
    Como em todo duas portas, acesso ao banco traseiro é difícil (Acervo/Quatro Rodas)
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    Com a chegada do C4 hatch de quatro portas, em 2009, o VTR perdeu sentido no mercado brasileiro e saiu de linha sem deixar sucessores.

    Dez anos após seu lançamento, ele mantém um número de fãs fiéis – com direito a clubes e fóruns de proprietários bem movimentados – e já desvalorizou tudo o que podia: anúncios podem ser encontrados por valores abaixo dos preços da tabela FIPE. Unidades em excelente estado de conservação, porém, chegam a ultrapassar os R$ 30.000.

    ONDE O BICHO PEGA

    Arrefecimento – É sempre bom se atentar para o sistema de arrefecimento do modelo, com chances de superaquecimento. Em grande parte dos casos, a válvula termostática (feita em um sensível material plástico) pode apresentar rachaduras em seu corpo, levando ao vazamento do líquido de resfriamento do motor.

    Consumo – O motor 2.0 das linhas C4 e 307 nunca foi sinônimo de economia — especialmente em um carro de mais de 1.200 kg. A atenção redobrada para o sistema de resfriamento (descrito acima) colabora para um menor consumo.

    Custo de manutenção – O VTR não é o tipo mais barato de carro para se manter. A manutenção, mesmo que preventiva, cobra caro. E mesmo compartilhando peças com o C4 hatch e o Pallas, encontrá-las não é fácil.

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    Seguro – Por ser um carro importado com mais de cinco anos e classificado como esportivo, o C4 VTR sofre em cotações de seguro. Outro ponto crítico é o nível de exclusividade do modelo e a carroceria com peças exclusivas em relação ao hatch de quatro portas e ao sedã Pallas.

    Suspensão – Boa para rodovias, a suspensão rígida do modelo sofre em ruas com asfalto de má qualidade. Em valetas, a suspensão traseira constantemente apresenta fim de curso. Isso sem contar a baixa altura do carro, que raspa com frequência mesmo em pequenas rampas.

    Traseira – Apesar de já ter sido citada nos quesitos “Seguro” e “Custo de Manutenção” acima, a traseira merece um tópico só para ela. O estilo diferenciado, que combina as lanternas instaladas em posição elevada, os vidros divididos e a tampa do porta-malas, tem seu preço. E não queira que alguém bata em seu carro para descobrir qual é.

    Citroën C4 VTR 2

    De perfil, o VTR é inconfundível e chama a atenção até hoje (Acervo/Quatro Rodas)

    A VOZ DO DONO

    “É o melhor custo-benefício entre os usados de até R$ 35.000, com muito conforto, design, segurança e tecnologia — e é por isso que estou no meu segundo VTR. Com pouco investimento extra, o carro fica ainda mais interessante na mecânica e no visual. Os problemas ficam por conta da suspensão traseira, que chega constantemente ao final do curso, dos ruídos de acabamento no porta-malas e da falta de entrada USB no som original.” – Thiago Toledo, 29 anos, gerente, Governador Valadares (MG).

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    O que eu adoro: “Um projeto de 2005 que é confundido como lançamento em 2016. Tecnologia e design muito à frente do seu tempo e imbatível na faixa de valor na qual é vendido.” – Guilherme Cavalli, 21 anos, estudante de Engenharia Mecânica, Pato Branco (PR).

    O que eu odeio: “Suspensão dura, manutenção cara, desvalorização fora da realidade e alto consumo na cidade deixam a desejar. Mas, para quem pode bancar esses gastos, é um excelente carro.” – Márcio Camargo, 37 anos, vendedor, Cosmorama (SP).

    Vidro traseiro do C4 VTR, modelo 2006 da Citroën, testado pela revista Quatro Ro
    Ao contrário do que parece, vidro traseiro repartido ajuda a ter uma boa visibilidade a partir do retrovisor interno (Acervo/Quatro Rodas)

    NÓS DISSEMOS:

    Dezembro de 2006: “No dia-a-dia, o Citroën faz mais o gênero dos solteiros, que gostam de dirigir esportivamente. Os bancos apóiam bem o corpo e os comandos ficam todos à mão do motorista, seja no cubo do volante, seja no console. (…) O C4 é imbatível no design. Mesmo quem não aprova ousadias visuais não consegue ficar indiferente a ele. (…) O conjunto [de suspensão] segura o carro nas curvas. No plano vertical, não filtra as oscilações do asfalto.”

    Preço médio dos usados (FIPE)

    Citroën C4 VTR 2005 2006 2007 2008 2009
    Preço R$ 19.142 R$ 21.745 R$ 22.503 R$ 23.501 R$ 24.445

     

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