Não há sequer unanimidade quanto à realização do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, tampouco se haverá público no autódromo de Interlagos entre 5 e 7 de novembro. Mesmo assim, as vendas de ingressos para a etapa brasileira já começaram e os ingressos estão mais caros do que nunca.
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Entre os tíquetes disponíveis, há apenas setores mais caros, que incluem acessos privilegiados, diversos brindes e mordomias. Os pacotes são individuais e cobrem três dias de evento, custando até R$ 40.209,56.
Esse é o valor cobrado pela categoria Legend, oferecida pela própria F1. No combo, além do assento sobre os boxes, há bebidas e comidas refinadas à vontade, três dias de acesso ao pit lane, um dia de acesso aos bastidores do paddock e lugar garantido na área VIP do pódio. É possível parcelar a compra em duas vezes de R$ 20.104,78, com a primeira cobrança imediatamente, ou pagar à vista pelo bilhete.
Quem optar por entradas mais baratas, pode adquirir os pacotes de hospitalidade de Red Bull e McLaren, que somam presentes e eventos dos respectivos construtores aos privilégios compartilhados por todos os VIPs. A opção mais em conta é a Paddock Club, variante mais em conta da Legend e que sai por R$ 30.291,65 — quase o dobro dos R$ 16 mil cobrados em 2019, quando a prova ainda correspondia à etapa brasileira do calendário.
40k o ingresso pra Interlagos? Vem o que junto? o Daniel Ricciardo sendo campeão do mundo?
— Sara Piastri ³·¹⁸ (@starpiastri) 11 de maio de 2021
Ainda que os preços praticados sejam relativos a setores refinados — inacessíveis à maioria dos espectadores — o reajuste gerou reclamações e receio de que mesmo as arquibancadas mais em conta não sejam tão populares assim.
Corrida incerta
Há apreensão quanto à vinda das equipes ao Brasil, uma vez que a situação crítica do país no combate à pandemia causa incômodos a pilotos e funcionários do circo. Por outro lado, o Secretário de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, garantiu que a prova não apenas ocorrerá de portões abertos, mas que há chances do público total “surpreender”.
Até agora, apenas duas provas do calendário foram realizadas com presença de público: no pequeno Bahrein e na Espanha, onde algumas centenas de fãs foram admitidos no circuito. Assim como a etapa de São Paulo, outras corridas já estão à venda mesmo sem controle da pandemia onde ocorrerão. Já no caso de Silverstone, em contrapartida, o avanço da vacinação na Grã-Bretanha favoreceu o oferecimento de mais arquibancadas que o previsto.
A insegurança acerca de fechamento e abertura de fronteiras também deixa a Fórmula 1 à mercê de decisões governamentais, muitas vezes feitas em cima da hora. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Canadá, onde a exigência de duas semanas de quarentena obrigou o GP previsto para Montreal a ser transferido à Turquia, onde a sétima etapa do campeonato ocorrerá entre 11 e 13 de junho.
Esse risco segue rondando o duelo na Zona Sul de São Paulo, uma vez que a etapa seguinte ocorre na Austrália, onde vigora um dos controles migratórios mais rígidos no combate à doença. Muita coisa mudará até novembro mas, até o momento, seguem obrigatórios os 14 dias de isolamento para os australianos que retornam ao país e, para fins não-essenciais, a previsão do governo é de abertura apenas na virada para 2022.
Diante de um eventual impasse, não há clareza sobre qual data seria favorecida. Ponto para o Brasil, entretanto, é o aporte do influente conglomerado emirático Mubadala, que detêm a nova organizadora da corrida através de sua filial Brasil Motorsport.
Em caso de não-realização da edição brasileira, a Fórmula 1 tende a reembolsar compradores antecipados, como fez com os torcedores canadenses e parte dos espanhóis. Por mais R$ 2.525, aproximadamente, os brasileiros podem adquirir espécie de seguro, garantindo reembolso também para casos de contaminação por covid-19 ou problemas logísticos que impeçam comparecimento à reta dos boxes no penúltimo mês do ano.
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