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A glória e o ocaso do VW Golf no Brasil

Modelo nacionalizado será bem diferente daquele que chegou importado da Alemanha em 2013

Por Rodrigo Furlan
Atualizado em 9 nov 2016, 14h43 - Publicado em 15 out 2015, 17h47
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    Após duas gerações que nem passaram perto do Brasil, a chegada do Golf atual no país em 2013 parecia indicar uma retomada do sucesso do modelo. No início, foi o que realmente ocorreu. De dois anos para cá, porém, uma série de acontecimentos fez o carro cair no limbo – hoje o Golf ocupa a distante 54ª posição no ranking acumulado de 2015, atrás de muitos carros que não são exatamente sucessos de vendas.

    Para entender a ascensão e queda de um dos símbolos da VW, vamos lembrar de tudo o que ocorreu desde seu lançamento no país, quando ainda era importado da Alemanha.

    1) Chegou chegando – O início das vendas do novo Golf no Brasil ocorreu no fim de setembro de 2013. Com uma forte campanha de marketing envolvendo o modelo e uma sólida base de fãs carentes das gerações mais atuais, o hatch caiu no gosto do mercado nacional. Em novembro daquele ano, o Golf teve nada menos do que 2.033 emplacamentos, tomando a liderança do segmento dos hatches médios, à frente de Chevrolet Cruze Sport.6 (1.714) e Ford Focus (1.229).

    2) Produção nacional confirmada – Dias depois da chegada oficial do novo Golf importado da Alemanha, em outubro de 2013, a Volkswagen anunciou que produziria o hatch no Brasil a partir de 2015 na fábrica de São José dos Pinhais, Paraná. Para isso, a planta receberia um polpudo investimento, de R$ 520 milhões, que abrangeria a ampliação das instalações no sul do país.

    3) Desaceleração – Um ano depois de sua chegada, a sétima geração do Golf já não tinha mais o mesmo ritmo de vendas. Em setembro de 2014, foram emplacadas 1.371 unidades, atrás dos dois principais rivais da Chevrolet e Ford. Nesse meio tempo, o Focus ganhou uma nova geração e assumiu a liderança do segmento.

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    4) Hecho en México (e mais pobre) – Para facilitar a importação ao país, a Volkswagen passou a trazer ao mercado brasileiro o Golf fabricado no México em novembro de 2014. Na comparação com o modelo alemão, alguns itens foram simplificados, como o freio de estacionamento (saiu o eletrônico, entrou o manual, por alavanca) e o Auto Hold, substituído pelo Hill Assist (este, funcionando apenas em ladeiras). Mesmo assim, o preço não diminuiu – pelo contrário, houve até um pequeno aumento.

    5) Um ano discreto – O primeiro ano cheio de vendas do novo Golf no Brasil foi o de 2014. Ao término dele, tinham sido registrados 16.118 emplacamentos, média mensal de 1.343 unidades. O hatch da marca alemã ficou atrás do Cruze Sport.6 (17.049) e do novo Ford Focus (21.859).

    6) Transplante de coração – Em junho de 2015, surgiu a informação de que o carro produzido em São José dos Pinhais terá uma versão simplificada, equipada com o motor 1.6 MSI de quatro cilindros, presente também no novo Fox (120 cv quando abastecido com etanol), reservando os motores turbo 1.4 e 2.0 TSI para as versões mais requintadas.

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    7) Construção mais simples – As informações mais recentes sobre o Golf nacional mostram que a tendência é de que o hatch perca outros atrativos técnicos. No caso da nova versão equipada com motor 1.6 aspirado, a suspensão traseira dará um passo para trás, deixando o multilink e adotando o eixo de torção, a exemplo do que já ocorre na Europa nos Golf de entrada. Além disso, o câmbio de dupla embreagem DSG deve ser substituído pelo já conhecido Tiptronic automático de seis marchas e conversor de torque – apenas a versão GTI deverá manter o DSG.

    8) Preços bem mais salgados – Mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar, o aumento de preços do Golf desde o seu lançamento salta aos olhos. Comparemos os valores: em setembro de 2013, a então versão de entrada Highline manual valia R$ 67.990 iniciais, e a GTI, de topo de linha, partia de R$ 94.990; agora, os valores básicos de ambas são de, respectivamente, R$ 84.690 e R$ 112.790. Mesmo a versão básica Confortline, lançada em 2014, hoje parte dos R$ 75.790 – e com câmbio manual.

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    9) De potencial estrela a coadjuvante? – Até o fim de setembro de 2015, apenas 7.347 unidades do Golf haviam sido emplacadas no Brasil no acumulado do ano, o que corresponde a uma média mensal de 816 unidades. Além de ser um número bem inferior ao do novo Focus (12.245, média de 1.360 ao mês), é insuficiente para colocar o hatch na lista dos 50 modelos mais vendidos no país – somando automóveis e comerciais leves, fica apenas em 54º. O Golf está atrás de modelos mais caros da própria VW, como a picape Amarok (9.388 unidades), e até de carros um pouco mais baratos, mas com projetos bem mais defasados, como o Fiat Punto (12.458).

    10) O que o futuro reserva? – O Golf nacional deve chegar ao mercado em novembro. Para ser competitiva, a nova versão de entrada com motor 1.6 MSI deve ficar na faixa do Focus de entrada, hoje cotado em R$ 69.900. Já as versões equipadas com o motor 1.4 TSI ganharão um acréscimo de 10 cavalos graças ao uso de etanol. A nacionalização, porém, não garante uma redução ou mesmo estabilização dos preços, pois muitos componentes permanecerão importados e cotados em moeda estrangeira.

    LEIA MAIS– Longa Duração: o desmonte do VW Golf

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    – Segredo: Novos Volkswagen no forno

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