Depois de muitas especulações, agora é oficial: a Audi vai fazer parte da Fórmula 1 a partir de 2026. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (26), em coletiva realizada em Spa-Francorchamps, onde será realizado o Grande Prêmio da Bélgica neste fim de semana.
“Com os novos regulamentos, agora é o momento certo para estarmos juntos, afinal, a Fórmula 1 e a Audi têm objetivos claros de sustentabilidade”, explicou o chefe do Conselho de Administração da Audi, Markus Duesmann.
A maior categoria do automobilismo mundial vai impor limites de investimento no desenvolvimento de motores já a partir da próxima temporada. Também estão previstos a utilização de motores híbridos com combustíveis mais eficientes e maior importância da unidade elétrica a partir de 2026.
O regulamento para daqui a quatro anos prevê que o novo combustível ainda será sintético, derivado de fontes recicláveis em vez do petróleo. Os materiais serão provenientes de biomassa de plantas (que não seja alimento), lixo e da própria atmosfera.
Já o motor vai continuar tendo como base o atual V6 1.6 turbo. No entanto, o motor elétrico terá potência quase que triplicada em relação aos padrões atuais. Será um salto de 120 kW (160 cv) para 350 kW (469 cv). A projeção é que o futuro conjunto híbrido tenha potência total superior aos 1.000 cv.
Mas já existe um planejamento ainda mais ousado para a temporada de 2030, que estipula que a Fórmula 1 deve ser uma modalidade neutra na emissão de poluentes.
A Audi já está desenvolvendo o conjunto para 2026, na fábrica de Neuburg, cidade próxima à matriz de Ingolstadt. Segundo a marca, está é a primeira vez que um motor de Fórmula 1 será produzido na Alemanha em mais de uma década. A Mercedes-Benz desenvolve seu propulsor na Inglaterra.
Além do novo regulamento, a Audi afirmou que outro fator decisivo para entrada na F1 é o aumento da popularidade da categoria entre jovens e em mercados importantes para a montadora. Em 2021, a categoria acumulou mais de 1,5 bilhão de espectadores mundialmente, com destaque para China e Estados Unidos.
Apesar de divulgar imagens de um show car com identidade visual da Audi, a montadora não deve se apresentar como uma nova equipe. Há especulações de que o powertrain alemão será utilizado pela Sauber, em uma substituição à Alfa Romeo.
De acordo com o jornal suíço Blick, a McLaren não avançou em negociações com a Audi porque não estava disposta a ceder grande parte do controle acionário ao Grupo Volkswagen.
Aliás, é possível que uma outra marca da VW embarque na F1. Diversas publicações especializadas em automobilismo tratam como eminente um acerto entre Porsche e Red Bull.
O fato é que, com a entrada na F1, a Audi declarou que não vai mais fazer parte de Le Mans. A divisão de esporte a motor da companhia definiu que vai cessar o desenvolvimento de projetos em categorias de endurance.