Se está difícil para o jovem comprar um carro, a BMW tem uma solução: não se trata de uma versão com desconto do sedã Série 3, mas da nova BMW CE 02, uma moto elétrica feita sob medida para as novas gerações. Ela, inclusive, tem versões que se enquadram nas regras de ciclomotores, e aposta em tecnologia para facilitar deslocamentos urbanos.
Ao contrário de outros modelos da BMW Motorrad, normalmente grandes e pesados, a CE 02 tem estilo muito mais parecido com de motonetas e autopropelidos que vêm ganhando as ruas brasileiras. As dimensões compactas são ponto central no projeto, tanto que a alemã diz ter se inspirado no parkour — esporte que envolve superar escadas, corrimãos e outros obstáculos — na hora de desenhá-lo.
Os efeitos disso ficam claros, por exemplo, no assento fino e de aspecto flutuante que termina antes da roda traseira, onde fica o motor. Essa roda também parece flutuar, com sua conexão estrutural escondida na carenagem e ligação ao propulsor feita por duas correias dentadas. Essa economia material ajuda no peso, que varia entre 132 e 119 kg.
A combinação de cores chama atenção principalmente pelos garfos em bronze e o resto da moto é tricolor, combinando preto, branco e azul-claro.
As versões mais potentes da BMW CE 02 têm 15 cv e 5,6 kgfm, com velocidade máxima de 95 km/h e autonomia de 90 km. Parece pouco, mas é suficiente para ir de 0 a 50 km/h em apenas 3 s quando o modo de condução mais esportivo está selecionado. Ao todo, são três modos, que tornam-na mais ou menos dócil e, para completar a experiência, é possível ajustar os apoios de pé para uma condução montada ou sentada.
Chama atenção a variante mais dócil da moto, que tem potência limitada 5,4 cv e o mesmo torque, com máxima de 45 km/h. Dessa forma, a lei brasileira a enquadraRIA como um ciclomotor, ao invés de uma motocicleta. Na prática não muda muita coisa, mas dispensa a necessidade de placa traseira iluminada, luz de freio em vermelho e indicadores de seta. Em países europeus, entretanto, essas especificações permitem sua condução por adolescentes a partir de 14 anos.
Também por economia, o carregamento da CE 02 é feito apenas com um conversor ligado diretamente à tomada doméstica. É possível encher a bateria de 0 a 100% em 3h30 e, para levá-la de 20 a 80%, gasta-se 1h42.
Outros itens de tecnologia incluem quadro de instrumentos digital de 3,5”, entrada USB-C e ABS na roda dianteira. A BMW informou que ainda estuda o lançamento da CE 02 no Brasil; portanto, não há nada confirmado.
Realidade aumentada
Um acessório interessante do modelo é o ConnectRide Smartglasses, o óculos de realidade aumentada que projeta direto na visão do condutor diferentes informações. Semelhante a óculos de sol com armação mais grossa, o ConnectRide busca fornecer dados que não caibam na tela de 3,5’’ e, ao mesmo tempo, manter a visão do condutor na pista.
Utilizando Bluetooth, é possível sincronizar o acessório ao celular, recebendo, por exemplo, informações de GPS direto na lente. A moto também envia dados de velocidade, marcha e até o limite da via.
O repórter testou a novidade em visita às instalações da BMW em Munique. Sem dúvidas o ConnectRide chama bem mais atenção que óculos tradicionais, mas, em movimento e utilizando o capacete, acaba sendo mais discreto que uma viseira.
Quem já utiliza óculos de grau deve se atentar, pois as informações acabam ficando desalinhadas, como aconteceu conosco. Nesse caso, basta uma visita ao oftalmologista para que sejam ajustados os parâmetros ópticos das lentes.
A fabricante venderá o ConnectRide com par de lentes claras e escuras. O carregamento é feito via USB e há carga para até dez horas de operação. Caso a CE 02 venha ao Brasil, é esperado que o acessório também seja vendido. Na Europa, seu preço sugerido é de 690 euros (R$ 3.683, na conversão direta).