Brasil, EUA ou México: o dilema que está atolando a picape média da RAM
Modelo deve ser lançado até 2021, mas fabricante ainda não definiu que plataforma vai usar nem onde vai desenvolvê-lo e produzi-lo
Quando QUATRO RODAS cobriu o Salão de Detroit, em janeiro deste ano, conversou com executivos e outras fontes do grupo FCA a respeito da picape média da RAM, que vem sendo planejada para brigar com Toyota Hilux, Mercedes-Benz Classe X, Chevrolet S10 e afins.
O nome ainda está indefinido, embora 1200 ou 1300 seja opções bastante plausíveis. Só que o projeto não deve ficar pronto antes de 2021 ou 2022 e, ao que parece, encontra-se num estágio crítico de criação.
Segundo artigo publicado nesta segunda-feira (6) pelo site americano Automotive News, a FCA ainda tenta fechar a questão dos custos de desenvolvimento e produção, o que inclui o local onde o utilitário será fabricado.
“No momento estamos sofrendo para encontrar uma plataforma que seja eficiente em termos de custos, e uma região na qual possamos produzi-la a um custo baixo e que seja aplicável a [diferentes] mercados”, admitiu Mike Manley, CEO do grupo, durante coletiva sobre o balanço financeiro da empresa no primeiro trimestre deste ano.
Manley garantiu, no entanto, que a companhia está “focada” em resolver a questão o mais rápido possível.
“Sendo bem honesto, quero resolver logo este problema, porque [a falta de uma picape média] é um buraco em nosso portfólio. [O projeto] representa bastante dentro do crescimento que queremos alcançar”, acrescentou.
Segundo nossas fontes, um dos embates em relação à futura picape média da RAM se refere a onde ela será desenvolvida: no Brasil ou na América do Norte.
Além disso, a FCA ainda não definiu se produzirá o modelo na América do Sul (Betim, Minas Gerais, é o local favorito para isso) ou se concentrará seu fabrico na América do Norte, nem se o fará nos EUA ou no México.
Sobre a questão da plataforma, nossa reportagem conversou em Detroit com Bob Hegbloom, presidente global da marca RAM, que aventou para a possibilidade de a fabricante aproveitar a base da nova Mitsubishi L200 Triton.
“Já temos uma parceria muito bem consolidada com a Mitsubishi, então por que não mantê-la ao invés de começar um produto do zero? Precisaremos ver o que faz mais sentido do ponto de vista dos custos”, disse à época.
Quando vier, a possível RAM 1200 ou 1300 deve ser posicionada em faixa de preço entre R$ 180 mil e R$ 220 mil, logo abaixo da irmã maior 1500, que chega no fim deste ano.
Mecanicamente, pode usar o motor 2.0 MultiJet turbodiesel da Toro, com 170 cv, e 3.0 V6 com potência ainda a ser definida, já que estreará este ano na própria 1500.
No Brasil, a picape média da RAM deve ganhar uma irmã com logotipo da Fiat, em versões simplificadas voltadas ao trabalho. Quem afirma isso foi o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa, em fevereiro deste ano.