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Brasil tem alta nas exportações de carros, mas importações ainda preocupam

Mercados vizinhos aumentaram a compra de carros brasileiros em 2025, mas importações de fora do Mercosul preocupa

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 mar 2025, 22h53 - Publicado em 14 mar 2025, 13h02
Exportação de carrros
 (Renault/Divulgação)
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O primeiro bimestre de 2025 chegou ao fim com bons números. Os resultados acumulados em janeiro e fevereiro representam uma alta de 15% na comparação com o mesmo período de 2024. Esse crescimento no primeiro bimestre é o maior desde 2021.

O que também cresceu foram as exportações dos carros fabricados no Brasil. A alta registrada em 2025 é de 54,9%, tracionada por mercados como Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile. “São mercados que reagiram e garantiram esse crescimento”, diz Marcio Lima Leite, que está deixando o cargo de presidente da Anfavea.

A Argentina, que vinha consumindo menos carros brasileiros, registrou um crescimento de 172% no período, enquanto a alta nas importações da Colômbia foi de 52%.

“O volume de exportação no primeiro bimestre de 2024 foi muito baixo, mas estamos percebendo um aumento nas exportações com o passar dos meses” confirmar na gravação.

VW Polo fábrica taubaté
Produção do Volkswagen Polo na fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP) (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Crescimento é bom, mas há fatores que preocupam dentro e fora das fronteiras brasileiras.

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Dentro do Brasil, merece atenção o aumento das vendas de carros por meio de financiamento. Há dois anos, em março de 2023, as vendas de automóveis à vista chegou a uma parcela de 70%, mas em dezembro esse número já havia recuado a 55%, com 45% deles financiados, uma proporção mais normal.

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Contudo, a taxa Selic (hoje em 13,3%) forçou a elevação do custo efetivo do financiamento de 25% em julho de 2024 para 29,5% em janeiro de 2025.

“O que nós estamos vivendo hoje é o momento de maior taxa de juros para o consumidor brasileiro”, sinalizou Marcio de Lima Leite. Isso, mesmo com o índice de inadimplência em 2,6% para pessoa jurídica e 4% para pessoa física.

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O Marco das Garantias, que já foi aprovado e poderá facilitar a retomada de bens de inadimplentes, ainda não surtiu efeito no mercado por questões técnicas e poderá mitigar isso no futuro.

Exportação Volkswagen T-Cross
(Divulgação/Volkswagen)

Quando o assunto é América Latina, o ponto de preocupação é a perda de representatividade do Brasil no mercado local.

Os carros brasileiros representam 13,9% das importações dos mercados da América Latina. Era 19,4% em 2022 e 22,5% em 2013. Isso não representa apenas o efeito das importações de carros chineses, mas também a perda de competitividade dos carros brasileiros nos últimos anos.

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“O que é mais preocupante é quando você, fabricante e que tem fábrica no Brasil, começa a importar por outros países, como a China. Quem abastece Colômbia, historicamente? Brasil. Se você começa a ter importações da sua própria empresa de outros países, significa que o Brasil está perdendo competitividade, que é o que está acontecendo”, diz Lima Leite.

A solução, segundo ele, será ter mais acordos bilaterais com outros mercados e conseguir uma harmonização no processo de homologação. “É impensável você vender um produto para esses mercados e você aguardar seis meses, oito meses de homologação técnica entre o produto que você vende no Brasil e o que vai vender nestes países”, complementa.

E os carros importados?

As importações brasileiras cresceram 26,2% no bimestre e até poderia crescer mais, especialmente no que diz respeito a carros importados do Mercosul. Há um gargalo no fornecimento de carros a partir da Argentina.

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“A Argentina tem menos disponibilidade de carros para exportação, por conta da demanda do mercado interno. O recuo das importações de mercosul está relacionado a isso”, explica Lima Leite.

A Argentina ainda é o maior fornecedor de carros para o Brasil, com 47% de representatividade (era 46% em 2924). A China vem em segundo, com 28% (cresceu 2 p.p. no último bimestre) e o México permanece em terceiro mesmo após um recuo de 11 para 7% na participação.

Nos emplacamentos, os carros do Mercosul representaram 10,8% dos emplacamentos no primeiro bimestre. Já os de fora do Mercosul, em sua maioria chineses, representaram 10,3%.

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