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Buick Estate Wagon: a poderosa perua americana

A Buick Estate Wagon foi um dos maiores ícones do modo de vida americano, mas não resistiu à ascensão das minivans e dos SUVs

Por Felipe Bitu
28 mar 2017, 15h35
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  • Tampa do porta-malas abre-se em dois estágios
    Tampa do porta-malas abre-se em dois estágios (Xico Buny/Quatro Rodas)
    Acabamento
    Acabamento “woodie” marcou época (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Fundada em 1908, a General Motors destacou-se por fidelizar sua clientela separando seus produtos em marcas com identidade própria. A linha começava com os populares Chevrolet e a sofisticação subia de acordo com a hierarquia estabelecida pelo presidente do grupo, Billy Durant: a esportiva Pontiac, a inovadora Oldsmobile, a requintada Buick e a luxuosíssima Cadillac.

    Apenas um perfil de consumidor era excluído dessa estrutura: pais de família em busca de uma perua prática, espaçosa e com todo o torque e potência oferecidos por um motor de oito cilindros. Focada apenas em sedãs executivos e limusines, a Cadillac não demonstrava o menor interesse na oferta de um utilitário de luxo, deixando o caminho livre para a Buick.

    A primeira perua remonta a 1940: baseada no modelo intermediário Super, a Estate Wagon trazia carroceria de quatro portas em aço e madeira, como a Oldsmobile Station Wagon. Era impulsionada pelo motor Fireball de oito cilindros em linha, 4,1 litros e 107 cv. Reformulado, o modelo 1942 teve a produção encerrada em fevereiro daquele ano por imposição do esforço de guerra.

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    Tampa do porta-malas abre-se em dois estágios
    Tampa do porta-malas abre-se em dois estágios (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Comandada pelo executivo Harlow Curtice, a Buick sabia que deveria se preparar para a chegada dos veteranos da Segunda Guerra Mundial. Era um público ávido para percorrer o país em veículos práticos e confortáveis.

    A Buick não perdeu tempo: retomou a produção já em 1946, oferecendo suas peruas nas versões mais caras, Super e Roadmaster, com as mesmas linhas do modelo 1942.

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    Mogno e freixo deixaram de ser usados na carroceria em 1953, mesmo ano em que as peruas abandonaram o motor Fireball em favor do Nailhead – um V8 5.3 de 164 cv. Gasolina barata e a expansão da malha rodoviária foram determinantes para consolidar a época de ouro das peruas norte-americanas.

    Alavanca de transmissão é na coluna de direção
    Alavanca de transmissão é na coluna de direção (Xico Buny/Quatro Rodas)
    Painel de instrumentos é completo
    Painel de instrumentos completo (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A maior ousadia viria em 1957, com a versão Century Caballero: o estilo hardtop aboliu as colunas centrais, elemento típico dos cupês, mas incomum em peruas. As dimensões cresceram até 1965, quando a Buick apresentou a Sport Wagon, uma perua baseada no médio Skylark.

    Similar à Oldsmobile Vista Cruiser, a Sport Wagon destacava-se pela oferta do teto panorâmico Skyroof, que consistia em janelas de vidro escurecido sobre uma elevação traseira do teto. Entre os opcionais estava a terceira fileira de bancos e, a partir de 1967, um V8 big block, com 6,6 litros e 345 cv, capaz de levá-la de 0 a 100 km/h em menos de 9 segundos.

    Uma perua Buick de grandes dimensões só voltaria a ser oferecida em 1970: com mais de 5,5 metros de comprimento, o objetivo era competir com Chrysler Town & Country e Mercury Marquis Colony Park. Seu V8 7.5 rendia 70,36 mkgf, torque superior ao dos muscle car do período.

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    Um de seus detalhes mais interessantes era o porta-malas com o mecanismo Glide-Away. Dividida em duas, a parte inferior da porta traseira descia e se escondia no assoa­lho, enquanto a parte superior ficava acondicionada no forro de teto.

    Na área do bagageiro há um assento extra
    Na área do bagageiro há um assento extra (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Como uma mãe que perde o controle da dieta, a perua chegou a impressionantes 2,4 toneladas em 1974, fazendo dela o Buick mais pesado desde os anos 40. O comprimento chegou a 5,88 metros em 1975, mas as famílias americanas sentiam os efeitos da crise de 1973 e já procuravam soluções mais viáveis e racionais.

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    Ciente dos novos tempos, a GM apresentou uma Buick revista em 1977: ficou 25 cm mais curta e quase meia tonelada mais leve, mas sem perdas sensíveis no espaço interno. Era o fim dos V8 de bloco grande: a oferta se limitava ao V8 5.7 e dois V8 Oldsmobile (um deles a diesel).

    A derradeira encarnação da Estate se deu em 1991 – o último Buick de tração traseira. O nome Roadmaster era resgatado após um hiato de 33 anos, trazendo com ele os apliques laterais imitando madeira. Oferecida com um pacato V8 5.0, a Estate recebeu o V8 LT1 com 260 cv em 1994, o mesmo que equipava o Impala SS. Mas as famílias já haviam migrado para os SUV, como a Chevrolet Blazer, ou minivans, como a Pontiac Trans Sport. A produção foi encerrada em 1996, finalizando a era de ouro das peruas norte-americanas.

    Madeira nobre

    Baratas, espaçosas e resistentes à corrosão, as primeiras Buick Estate caíram na preferência dos surfistas californianos nas décadas de 50 e 60. Negligenciadas, restaram pouquíssimas unidades, o que faz delas um dos modelos mais raros e valorizados pelos colecionadores.

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    Ficha técnica – Buick Estate Wagon 1991

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