Embora existam leis que exigem o fim dos motores à combustão (como na Europa que proibirá carros novos a gasolina ou diesel em 2035) o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, afirma que essa tecnologia se manterá viva por mais tempo do que aparenta.
Para o executivo japonês, os motores a combustão continuarão dominando o mundo automotivo até 2040, pelo menos. Isso porque Mibe não vê uma infraestrutura boa o suficiente para dar conta de um volume muito grande de carros elétricos. “A infraestrutura de carregamento não está no lugar que deveria estar para nossos clientes”, disse o CEO.
Embora fuja de seu gosto pessoal, Mibe está fazendo diversos investimentos rumo à eletrificação da sua marca. “É um pouco ameaçador (a eletrificação). Mas tenho que separar meus próprios sentimentos do que é melhor para o negócio”, explicou.
Nos últimos anos a Honda vem fechando parcerias para desenvolver tecnologias e atingir a neutralidade em carbono, tendo como foco a eletrificação e as células de combustíveis. Quanto aos carros a combustão, assim como ocorre na Porsche, a marca japonesa também vê como a principal alternativa os e-combustíveis, ou combustíveis sintéticos, que têm baixas emissões de carbono e serão a forma de manter os esportivos de alto desempenho vivos pelas próximas décadas.
Sobre parcerias, no ano passado Honda e Sony fecharam um acordo para fabricar carros elétricos. O projeto consistirá no desenvolvimento de uma nova plataforma, com os primeiros carros estando previstos já para 2026.
Recentemente, em janeiro, quem se uniu à Honda foi a LG Energy. As duas empresas anunciaram que irão construir uma fábrica de baterias em Ohio, nos Estados Unidos, com o início da produção programado para 2025. Além da nova planta, a montadora também fará um investimento de U$ 700 milhões em três de suas cinco fábricas no estado americano, incluindo a unidade de Marshville, onde são produzidos o Honda Accord e o Civic.
Por fim, a Honda também irá tomar emprestada a arquitetura elétrica Ultium da GM, a mesma do Chevrolet Blazer EV. Os modelos que irão receber a plataforma serão os SUVs Acura ZDX e o Honda Prologue — esse último irá ‘roubar’ o lugar do CR-V no topo do portfólio da montadora. Os dois serão construídos na mesma fábrica, no estado americano do Tennessee e estão previstos para chegar ao mercado no ano que vem.