CEO da Lotus recorre de multa para evitar pontos na habilitação
Executivo foi pego rodando a 163 km/h em um local cuja máxima era de 112 km/h. Multa chegou a quase R$ 4 mil
Um presidente de uma fábrica de carros precisa testar os produtos de sua companhia, certo? Essa, pelo menos, foi a desculpa que o presidente da Lotus, Jean-Marc Gales, deu após ser flagrado andando a mais de 160 km/h. Em uma via pública. Onde o limite era 112 km/h.
E, para piorar, não foi a primeira e nem a segunda vez que o executivo foi pego acelerando na mesma estrada.
Além da multa de £ 100 (equivalente a R$ 447, pela cotação do dia 26/01/2018), o executivo ficou mais próximo de perder sua habilitação. Isso porque, como no Brasil, a Inglaterra também usa um sistema de pontuação para motoristas.
Só que lá o limite é bem mais baixo: quem chegar a 12 pontos ou mais terá sua habilitação suspensa por, no mínimo, seis meses. Com oito pontos no prontuário e outros três da nova multa por velocidade, Gales ficaria a apenas um ponto da punição mais severa.
A solução foi contratar um advogado para recorrer da multa. Por meio dele, o executivo argumentou que precisava testar os carros da empresa, mas sabia que uma via pública não era o local adequado para isso.
As autoridades, então, optaram por não adicionar mais pontos à habilitação de Gales em troca de uma multa bem maior (£ 832, ou R$ 3.721) e uma suspensão de seu direito de dirigir por trinta dias.
No Brasil Gales não teria tantos problemas. Por aqui a lei permite que veículos de propriedade de empresas (como os usados por muitos executivos) não tenham a pontuação das multas repassadas aos seus condutores. Para isso, basta apenas pagar uma nova multa de igual valor pela não-identificação do condutor.
Uma mudança na legislação, no entanto, faz com que essa infração adicional seja multiplicada pelo número de multas tomadas pelo mesmo automóvel, o que pode ajudar a diminuir o abuso desse tipo de veículo.