Um ano completamente novo. É isso que a Chery espera de 2014, depois de passar por maus bocados nos últimos anos. Para tanto, a empresa joga todas as suas fichas na inauguração da fábrica de Jacareí, no interior de São Paulo.
Prevista para operar a partir de julho, a fábrica iniciará suas atividades produzindo as primeiras unidades pré-série do Celer, que terá a responsabilidade de inaugurar uma nova fase para a Chery no mercado brasileiro. Seu lançamento deve acontecer por volta de setembro, a tempo de sua aparição no Salão do Automóvel de São Paulo, que acontecerá em outubro.
O compacto não será a única estrela da Chery na feira: a nova geração do QQ também estreia aqui, possivelmente em outubro e com a tecnologia flex. O carro será lançado no Brasil em abril com um inédito motor 1.0 de três cilindros, mas sem a possibilidade de ser abastecido com etanol. O QQ será a segunda novidade de 2014, já que em janeiro será a vez do Tiggo com câmbio automático vir para cá.
Mas não será apenas com a planta de Jacareí que a Chery pretende se expandir por aqui. A marca construirá um centro de Pesquisa & Desenvolvimento, atendendo às exigências do Inovar-Auto, o regime que concede impostos diferenciados para as empresas que se propõem a investir em tecnologia no Brasil. Embora não tenha revelado o investimento para a construção deste centro, o CEO da Chery Brasil, Luis Curi, afirmou que a quantia gasta será menor do que os 138 milhões de dólares investidos na fábrica de motores e os 400 milhões de dólares gastos na construção da fábrica paulista.
“Chega uma hora em que você não pode mais atacar apenas no preço baixo, é preciso mostrar qualidade em seus produtos também”, admitiu Curi. É por isso que o executivo diz que o futuro centro de P&D também servirá para adequar os produtos chineses às preferências do mercado nacional, desde o processo de “tropicalização” de suspensão e adaptação dos motores ao combustível local até a troca dos discutíveis padrões de acabamento dos asiáticos, que preferem combinações de cores e materiais pouco ortodoxas.
A outra meta é investir no crescimento da rede de concessionárias, voltando ao patamar de 100 revendas espalhadas pelo país. Curi diz que a elevação do imposto sobre produtos industrializados (IPI) em 30 pontos percentuais para produtos feitos fora do Brasil afetou diretamente a Chery, que viu todo seu investimento na Região Nordeste ir por água abaixo à medida que as vendas despencaram.
Com esta estratégia, a meta da Chery é vender 20 mil unidades por ano, conquistando cerca de 0,5% do mercado. Se estes volumes se confirmarem, será o melhor resultado da empresa desde sua chegada ao país, em 2011. Naquele ano, os chineses venderam 27 mil unidades. Desde então, os resultados foram caindo: em 2012 a Chery fechou com 15 mil veículos comercializados e neste ano apenas 9 mil unidades devem ser vendidas aqui.