China rejeita motores de Onix e Tracker, e faz GM voltar aos 4-cilindros
Fabricante decidiu só vender carros três-cilindros no gigante asiático. Consumidor local torceu o nariz, vendas caíram e a marca terá de voltar atrás
A General Motors já trabalhava em seu plano de levar para o mercado chinês apenas modelos com motor três-cilindros.
Também por conta dessa decisão, a marca norte-americana viu 2019 entrar para a sua história com o amargo mote de “o pior desempenho na China desde 2012”.
Traduzindo em números: ao vender 3,09 milhões de veículos no gigante asiático, a GM viu um encolhimento de 15% em relação a 2018.
De acordo com a agência Reuters, fontes de concessionárias Chevrolet e Buick na China disseram ter pressionado a marca a voltar atrás em seu plano de fornecer carros de passeio apenas com motores três-cilindros.
Estamos falando da mesma família de propulsores que equipa os nossos atuais Chevrolet Onix e Onix Plus, assim como estará presente na nova geração do Tracker.
Tanto o SUV quanto o sedã compactos são vendidos no mercado chinês com especificações diferentes: se o 1.0 turbo tem injeção direta, o 1.2 tem deslocamento maior, de 1,3 litro, e também injeta o combustível diretamente na câmara.
Apesar do padrão tecnológico mais elevado em relação ao Brasil, o motivo para a fabricante voltar atrás foi a recusa geral do consumidor, que não se adaptou ao tipo e intensidade de vibração e ruído dos motores menores.
A opção pelos três-cilindros aplicados de maneira generalizada tem um motivo: a China possui uma das legislações de emissões de poluentes mais rigorosas do mundo.
O gerente de vendas de uma concessionária Buick de Xangai disse à Reuters que “o movimento (de adesão geral aos três-cilindros) foi rápido e radical demais, e carecia de um planejamento mais sofisticado”.
Alarmada, a GM deve adotar ações práticas de reversão da situação ainda este ano. Um novo sedã já está em processo de homologação na China em duas versões – uma três-cilindros e outra quatro-cilindros.
Os desafios para a retomada do crescimento da GM são radicais.
Além da mudança radical de estratégia de motorizações, a companhia terá que lidar com outros fatores locais, como a concorrência ferrenha com Toyota e Volkswagen, o impacto do surto do novo coronavírus e a tensão comercial entre China e Estados Unidos.