Chinesa Jetour confirma estreia no Brasil para início de 2026 com três SUVs híbridos
Marca do grupo Chery terá operação indepentende da Caoa Chery e Omoda & Jaecoo, com planos de ter 40 concessionárias logo na estreia e produção local no futuro
A chinesa Chery traz mais uma marca ao Brasil para funcionar de forma indepentende da Caoa Chery e também da recém-lançada Omoda & Jaecoo. Trata-se da Jetour, que fez a sua primeira apresentação no país, confirmando o lançamento oficial para o primeiro trimestre de 2026 com a estreia simultânea de três SUVs híbridos plug-in, prometendo mais três até o fim do ano que vem e com planos de produzir no país.
A operação brasileira começa de forma independente, com uma rede inicial de 40 concessionárias. A marca planeja ter um estoque de 1.500 unidades para o lançamento. O primeiro lote de veículos importados da China chegará em dezembro de 2025, desembarcando no porto de Vitória (ES).
Por conta deste cronograma, a marca optou por não participar do Salão do Automóvel de São Paulo, que acontecerá entre os dias 19 e 30 de novembro. Na visão da empresa, não seria o momento adequado pois os clientes teriam um contato com um carro que ainda não podem comprar – evitando o problema que a Neta teve, após a estreia no Festival Interlagos de 2024 ter sido afetada pelos atrasos no desembarque das primeiras unidades.
Já de olho no movimento das outras chinesas e até mesmo da marca irmã Omoda & Jaecoo, a Jetour confirma que está desenvolvendo um motor flex para o Brasil. A empresa comenta sobre a sinergias dentro da Chery, uma indicação de que deve utilizar a tecnologia flex que já está sendo preparada pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da fabricante chinesa para os carros da O&J.
O discurso de sinergias aparece até mesmo nos planos para produção local. A empresa diz que quer montar carros no país em curto/médio prazo, o que Henrique Sampaio, diretor de Marketing e Produto da Jetour no Brasil, explicou ser algo para o final do ano que vem.
Questionado por QUATRO RODAS sobre a possibilidade de compartilhar a fábrica com a Omoda & Jaecoo, o executivo disse que é uma possibilidade, mas que nada está definido. “Podemos comprar uma fábrica, reformar uma já existe, construir uma do zero ou até fazer carros em parceria como uma outra chinesa anunciou recentmente”, afirma Sampaio, fazendo referência ao acordo entre Renault e Geely para montar carros em São José dos Pinhais (PR).
A estratégia da Jetour foca exclusivamente em híbridos plug-in, que combinam um motor a combustão com um ou mais motores elétricos e baterias recarregáveis na tomada. “O sistema PHEV mostra-se o mais adequado por proporcionar maior alcance e ser uma tecnologia com mais benefícios para o consumidor”, explica Sampaio.
O modelo de entrada será o Jetour S06, o único modelo da linha inicial com uma pegada mais urbana. Vendido em outros países como Soueast S06, ele mede 4,61 m de comprimento, 1,91 m de largura, 1,69 m de altura e tem 2,72 m de entre-eixos. O conjunto mecânico une um motor 1.5 turbo a gasolina de injeção direta, que entrega 128 cv e 20,4 kgfm, a um motor elétrico de 203 cv e 31,1 kgfm. A transmissão é automática de uma marcha e a bateria tem 19,4 kWh, com recarga AC (convencional) e DC (rápida).
A empresa falou de alguns poucos equipamentos que podemos esperar para o S06, citando bancos com ventilação, ar-condicionado automático de duas zonas, piloto automático adataptivo, assistente de permanência em faixa e câmera 360° com visão aérea. Imagens do utilitário em outros mercados confirmam um quadro de instrumentos digital e uma central multimídia de 15,6″.
Acima dele está o Jetour T1, de proposta aventureira. Ele utiliza o mesmo conjunto mecânico do S06 (1.5 turbo + motor elétrico de 203 cv), mas adota uma bateria maior, de fosfato de ferro-lítio (LFP) com 26,7 kWh. As dimensões são superiores: 4,70 m de comprimento, 1,97 m de largura, 1,86 m de altura e 2,80 m de entre-eixos.
Apesar do design de um carro mais aventureiro, o seu foco não será o uso na lama, pois será vendido somente com tração dianteira. Existe uma variante de tração integral na China, com 568 cv, porém não está nos planos para o Brasil neste momento. Deverá repetir os equipamentos do S06, como a central de 15,6″, a tela de 10,25″ para os instrumentos e um pacote ADAS bem robusto com piloto automático adaptativo, assistente de faixa e mais.
O topo de linha no lançamento será o Jetour T2. O SUV de linhas quadradas mede 4,78 m de comprimento, 2,00 m de largura e 1,87 m de altura, com os mesmos 2,80 m de entre-eixos do T1. O T2 mantém o motor 1.5 turbo GDI de 128 cv e 20,4 kgfm, mas seu sistema elétrico é composto por dois motores, que geram juntos 225 cv e 39,8 kgfm. A transmissão é uma DHT (Hybrid Drivetrain) de três marchas e a bateria também tem 26,7 kWh (AC/DC).
Será o carro mais caro da Jetour neste momento e contará com versões de tração dianteira e integral. Este sim deve ser um rival para o GWM Tank 300, até por conta do seu tamanho próximo (é apenas 3 cm maior que o rival) e a vocação off-road. Como o lançamento será apenas no ano que vem, os preços e posicionamento de cada modelo ainda não foi revelado.
Para garantir a adaptação ao mercado, a Jetour afirma que os carros já rodam em testes de durabilidade específicos no Brasil. A meta é que cada modelo supere 100.000 km rodados em condições locais antes do início das vendas.
A marca também anunciou uma garantia de oito anos para a bateria e o motor elétrico. A estrutura de pós-venda já conta com um centro de distribuição de peças em Cajamar (SP), com 2.000 m² e um estoque inicial de 90.000 itens.









