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Cinco carros que fizeram história na Antártida

Entre o gelo e os pinguins já estiveram Fusquinhas e até um Santa Fe big-foot

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 jul 2017, 17h02
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O Fusquinha australiano “Red Terror” tem história no gelo e no deserto (Reprodução/Internet)

Habitada por cientistas, pinguins, baleias e focas, a Antártida não tem um dos lugares ambientes mais auspiciosos para automóveis. Mas isso não impediu que alguns carros fossem enviados para lá ao longo da história.

A seguir, reunimos algumas histórias de carros que tentaram sobreviver ao continente gelado. 

Arrol-Johnston 12/15 hp 1907

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Arrol-Johnston 12/15 hp: o primeiro carro que pisou na Antártida (Reprodução/Internet)

Ernest Schakleton liderou a primeira expedição que atravessou a Antártida. Batizada de Nimrod (nome do navio que os levou até lá), durou de 1907 a 1909.

Eram os primeiros anos de exploração do continente e também da indústria automobilística. Shackleton imaginou que um carro lhe seria de grande ajuda. Em troca de divulgação, conseguiu um Arrol-Johnston 12/15 hp 1907 com o qual planejava percorrer 240 km por dia.

O motor 4 cilindros refrigerado ar com 15 cv recebeu óleo mais fino e carburador aquecido pelos gases de escape. Mas o carro só serviu para arrastar carga em trenós até um depósito a 24 km da base. Depois o motor superaquecia, por mais irônico que isso possa parecer.

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Volkswagen Fusca 1962

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(Arquivo/Divulgação)

A Volkswagen emprestou dois Fuscas vermelhos para a base da Austrália na Antártida entre 1962 e 1967. Os carros foram fabricados na Austrália, mas receberam as mesmas modificações dos carros destinados a países muito frios.  

Entraram em cena itens como medidor de pressão de óleo, proteção de alumínio na tomada de ar do motor para evitar a entrada de neve, protetores nos coletores de admissão e pneus de inverno com corrente nas rodas traseiras.

Além disso, queimavam mistura de querosene e gasolina.

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O momento que o Antarctica 1 foi trocado pelo Antarctica 2 (Reprodução/Internet)
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O primeiro deles recebeu  recebeu a placa “Antarctica 1”. Mas não demorou para ganhar o apelido “Red Terror” (ou Terror Vermelho em português), tamanha a competência para encarar as intempéries do continente gelado.

O motor traseiro, em cima do eixo de tração, ainda garantia a distribuição de peso ideal para encarar a neve e o gelo: era bem mais rápido que os veículos com esteira usados na base, que mal passavam dos 8km/h.

Foi usado até 1964, percorrendo 24.000 km no gelo. Depois, o mesmo carro venceu o BP Rally de 1964 ao percorrer 3.200 km no deserto.

Lada Niva 1990

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O Lada Niva não passou por mudanças para circular na Antártida (Reprodução/Internet)

Russos gostam de fazer as coisas do seu próprio jeito. Com toda a experiência de quem resiste ao frio da Sibéria, o Lada Niva foi foi enviado para o continente gelado sem mudanças.

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Hoje o Lada Niva comunista vive no museu da AvtoVAZ (Reprodução/Internet)

De 1990 a 2001, foi utilizado como carro de apoio na estação russa de Bellingshausen. Foi aposentado aos 40.000 km e em seguida foi restaurado e levado para o museu da AvtoVaz, proprietária da Lada.

Ford Econoline 1996

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Esta Ford Econoline entrou para o livro dos recordes (Reprodução/Internet)

Tudo bem que esta não é uma Ford Econoline como outra qualquer. Além do motor V8 7.3 turbodiesel, ela recebeu sistema de tração 6×6. Foi por uma boa causa: tentar bater o recorde de viagem sem parada mais longa feita na Antártida.

E conseguiu. Esta viagem, com seis pessoas a bordo, durou dois dias, 21 horas e 21 minutos, o suficiente para percorrer 1.126 km e consumir 360 litros de diesel. Depois disso, voltou para o Reino Unido.

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Hyundai Santa Fe 2016

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Este Hyundai Santa Fe foi o primeiro automóvel a cruzar a Antártida (Divulgação/Hyundai)

Ernest Shackleton não conseguiu cruzar a Antártida de carro. Então a Hyundai encontrou solução para esse problema histórico: convidou o neto do explorador, Patrick Bergel, para refazer a expedição de 110 anos atrás. Em um Hyundai Santa Fe.

O SUV sul-coreano resistiu aos 5.800 km da expedição, cumpridos em 30 dias. Foi a primeira vez que um carro de passeio cruzou o continente antártico.

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Suspensão e pneus foram modificados para encarar o gelo (Divulgação/Hyundai)

Mas não era um carro original. Era um Santa Fe com pneus maiores, além de suspensão e diferencial traseiro adequados para atravessar blocos de gelo.

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O motor 2.2 diesel ganhou sistema de preaquecimento, mas só queimou querosene aeroespacial – que não congelaria em temperaturas de até -28°C. Para garantir autonomia, o tanque de 64 litros deu lugar a um de 230 litros.

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