Citroën C4 Cactus sai de linha no Brasil sem deixar substituto
SUV cupê era o carro mais caro da marca francesa no país, mas já não vendia bem há tempos

Remanescente da era pré-Stellantis, o Citroën C4 Cactus enfim deixa de ser comercializado no Brasil e já não aparece mais no site oficial. A fabricante confirmou o fim das vendas no país, afirmando que ele “continuará sendo comercializado nos países importadores”, indicando que a produção em Porto Real (RJ) ainda não será finalizada.
“A Stellantis confirma o fim da comercialização do modelo Citroën C4 Cactus no Brasil. O modelo se tornou referência em ousadia, design e performance, e construiu um legado que será continuado pelos SUVs Basalt e Aircross. Ele segue sendo comercializado nos países importadores.”

Lançado em 2018, o SUV cupê já dava indicações de que estava prestes a se despedir do Brasil. Em 2023, o C4 Cactus emplacou 3.674 unidades e foi perdendo ritmo desde então. Ao longo de 2024, o carro entrou em queda livre e seu melhor mês foi janeiro, quando registrou 193 veículos. Desde maio que não emplaca mais de 100 unidades/mês. Em novembro, chegou ao fundo do poço, com 24 emplacamentos.
O fim da oferta do C4 Cactus não é uma surpresa. É um produto mais antigo e está desalinhado em relação à nova estratégia da marca francesa, de oferecer carros mais acessíveis. Além disso, é o último modelo produzido em Porto Real a usar a plataforma PF1, que foi compartilhada com a primeira geração dos Peugeot 208 e 2008. Com a dupla passando a ser fabricada na Argentina com a arquitetura CMP, fica difícil justificar a produção do Citroën.

Embora oficialmente a Stellantis afirme que o C4 Cactus seguirá sendo vendido em outros países e não comente sobre o fim da produção, fontes disseram à QUATRO RODAS que a fabricação será encerrada ainda este mês – algo também confirmado por nossos amigos do Autos Segredos.
A despedida do C4 Cactus também leva ao fim dos motores 1.6, tanto na versão aspirada (EC5, com 122 cv) quanto turbo (THP, com 173 cv), ao menos para o Brasil. O propulsor ainda é montado em Porto Real para atender alguns mercados como Argentina, onde os clientes ainda preferem motores aspirados ao invés dos turbos. Por aqui, acabou substituído pelo 1.0 turbo de 130 cv produzido pela Fiat.