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Clássicos: como Chevrolet Corvette Stingray se tornou ícone de desempenho

Disputa entre dois executivos na criação do esportivo consolidou o sucesso do automóvel mais importante da história da marca americana

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 Maio 2021, 23h06 - Publicado em 1 jan 2019, 10h00
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  • Chevrolet Corvette Stingray
    Os faróis escamoteáveis foram adotados de 1963 a 2004 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Não há um fã de carros que não conheça o Chevrolet Corvette, que nasceu em 1953 como um pacato conversível inspirado em esportivos europeus.

    Denominada Stingray (arraia, em inglês), a segunda geração surgiu em 1963 para consolidar a reputação de alto desempenho e estabelecer os conceitos técnicos e de estilo mantidos até hoje.

    Sua história começa com o Corvette SS de 1957, desenvolvido pelo engenheiro Zora Arkus-Duntov para competições e abortado após a GM encerrar sua participação oficial nas pistas.

    Chevrolet Corvette Stingray
    O Stingray 1963 foi o primeiro Corvette fechado (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O SS foi aperfeiçoado com recursos próprios do projetista Bill Mitchell e deu origem ao Corvette Stingray Racer Concept Car em 1959.

    Sob o controle do engenheiro Ed Cole, a Chevrolet desenvolveu o cupê XP-720, mesclando elementos de estilo do Stingray Racer de Mitchell com o projeto Q-Corvette de 1957.

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    Cole mediou as ideias antagônicas de Duntov e Mitchell: o engenheiro desejava um Corvette com motor central, enquanto o projetista insistia no estilo harmonioso do motor dianteiro.

    Chevrolet Corvette Stingray
    Traseira era inspirada no Bugatti Atlantic (1936-38) (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Prevaleceu o conceito de Mitchell, mas Duntov teve papel essencial no desenvolvimento do novo chassi, mais forte, rígido e com 10 cm a menos entre os eixos.

    A suspensão traseira independente também é creditada a Duntov, avanço que logo colocou o Corvette à frente de esportivos como Ferrari, Aston Martin e Maserati.

    Trabalhada no túnel de vento do Instituto de Tecnologia da Califórnia, a carroceria de fibra de vidro foi oferecida também na versão conversível.

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    Menor e mais leve que seu antecessor, o Stingray aproveitava melhor o desempenho do V8 de 5,4 litros, que chegava a 360 cv com a injeção mecânica de combustível Rochester.

    Chevrolet Corvette Stingray
    Não havia tomadas de ar nos para-lamas dianteiros, apesar da saliência (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Corvette, enfim, era um legítimo esportivo: mais de 80% dos Stingray tinham câmbio manual de quatro marchas.

    Outros opcionais eram ignição eletrônica, freios assistidos, direção hidráulica, ar-condicionado, bancos de couro, rádio, rodas de alumínio com fixação central e pacotes de alto desempenho para corridas.

    Inspirado no majestoso Bugatti Type 57SC Atlantic, o vidro traseiro bipartido era um toque pessoal de Mitchell que provocou a ira de Duntov e o descontentamento da imprensa especializada.

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    Chevrolet Corvette Stingray
    Conta-giros ficava em posição de destaque no painel (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Mas o público aprovou: 21.513 Stingray foram vendidos em 1963, quase 50% mais que no ano anterior. A irresignação de Duntov deu resultado: o modelo 1964 finalmente recebeu o vidro traseiro inteiriço.

    Mesmo com vários opcionais, o Stingray custava bem menos que rivais europeus capazes de quebrar a barreira dos 200 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 8 segundos.

    A suspensão foi recalibrada com novas molas e amortecedores.

    Cultuado, o modelo 1965 trouxe o V8 de 6,5 litros, identificado pelo capô ressaltado. Seus 425 cv rendiam um 0 a 100 km/h em cerca de 5 segundos, desempenho contido por freios a disco Delco nas quatro rodas.

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    Chevrolet Corvette Stingray
    Porta-malas do cupê sem porta traseira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Foi um generoso acréscimo de torque e potência por um valor inferior ao do V8 de 5,4 litros com injeção Rochester.

    Para fazer frente ao Shelby Cobra 427, o V8 big block teve a cilindrada aumentada para 7 litros em 1966.

    Era um dos carros mais rápidos do mundo e o americano tecnicamente mais refinado e veloz, com máxima em torno de 225 km/h.

    Chevrolet Corvette Stingray
    Câmbio manual e um V8 repleto de torque e potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Foi o ano de maior sucesso do Stingray: 27.720 unidades. Em 1967, o Stingray somou 117.964 carros, acima do esperado pela GM e com um retorno inestimável para a imagem da Chevrolet no mundo todo.

    O Stingray 1963 destas fotos, aos cuidados da De Gennaro Motors, é um dos mais valorizados em função do polêmico vidro traseiro bipartido.

    Sucesso de público e crítica, é o retrato de uma época romântica da indústria em que os melhores profissionais não mediram esforços para criar um automóvel que já nasceu clássico e cujo espírito ainda hoje se mostra presente no Corvette.

    Ficha técnica – Chevrolet Corvette Stingray 1963

    Motor: V8 de 5,4 litros; 300 cv a 5.000 rpm; 49,7 mkgf a 3.200 rpm;
    Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira;
    Carroceria: fechada, 2 portas, 2 lugares;
    Dimensões: comprimento, 455 cm; largura, 177 cm; altura, 126 cm; entre-eixos, 249 cm; peso, 1.525 kg;
    Desempenho: 0 a 96 km/h em 7,2 segundos; velocidade máxima de 209 km/h.

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